No programa de rádio "Um Rio de Histórias", da CBN, a historiadora e escritora Mary del Priore fala sobre as relações trabalhistas durante o governo Vargas. Ótimo para quem quer saber mais sobre Era Vargas. São só oitos minutos. Vale a pena ouvir. O programa foi ao ar no dia 02 de maio.
Este site foi criado para que eu pudesse postar meus trabalhos sobre a História de Leopoldina, sobre História do Ensino e Educação. Com o tempo ele acabou se tornando muito mais do que isso. Hoje eu o uso para fazer reflexões sobre meu trabalho na escola, sobre minhas pesquisas com quadrinhos e sobre minhas opiniões sobre livros e filmes.
terça-feira, 31 de maio de 2016
sábado, 28 de maio de 2016
LANÇAMENTO: HISTÓRIA DE GENTE BRASILEIRA
Estou ansiosa pelo meu exemplar. Já conversei com a autora Mary Del Priore sobre o livro e tive a melhor das impressões. Se eu não estou enganada serão 4 volumes. Aguardando a chance de comprar o meu, ler e poder resenhar aqui no blog!
sexta-feira, 27 de maio de 2016
SIM, SOMOS DONAS DOS NOSSOS CORPOS!
Nos últimos dias eu tenho lido e ouvido pessoas falando sobre
o caso recente de estupro coletivo, onde cerca de 30 homens violaram uma
adolescente indefesa. Fico imaginado como não ser considerada indefesa numa
situação dessas: uma mulher contra 30 homens.
Estupros coletivos não são uma novidade. Embora não se faça
alarde sobre eles, são comuns desde a antiguidade e característicos de tempos
de guerra. Os assírios os praticavam, os romanos os praticavam e os chamados povos
bárbaros, também. Na Idade Média e na Idade Moderna não foi diferente.
Recordei-me do caso dos estupros coletivos na II Guerra
Mundial, em especial o das mulheres alemãs. Pra quem não sabe, cerca de dois
milhões de alemãs foram violadas ao final da II Guerra Mundial. Dos algozes os
mais lembrados são os soviéticos. Ao invadirem Berlim eles levaram mulheres de
8 a 80 anos para as ruas e as violentaram em público, por vezes seguidas.
Muitas se suicidam para não serem violadas, outras se suicidaram após terem
sido violentadas por até mais de 12 vezes seguidas, durante vários dias.
As mulheres não declararam guerra, a esmagadora maioria delas
não esteve no campo de batalha, mas elas tiveram que pagar pelas ações dos
homens, concordando com eles ou não. Dois milhões de mulheres sofreram um dos
mais profundos traumas que uma mulher pode sofrer. E não
estamos contabilizando aqui as prisioneiras de campos de concentração, as francesas
durante a ocupação nazista e durante a desocupação pelas tropas aliadas.
Se a II Guerra Mundial foi marcada pelo holocausto dos
judeus, penso na mesma palavra para com as mulheres, milhões delas, que tiveram
sua vida marcada pela violência física e psicológica. Não seriam elas também
vítimas de um tipo de holocausto? Um que mata a dignidade e que tira de muitas
de suas vítimas a vontade de viver, de conviver com as lembranças do horror
sofrido.
Vamos falar de tempos recentes, quando meninas e mulheres são
violadas diariamente, em países que vivem imersos em conflitos. Um dos maiores
carrascos da atualidade é Estado Islâmico que sequestra, violenta e mata mulheres
em ações que chocam todo o mundo, e para as quais não se encontra defesa. Sobreviventes
narram os horrores de estupros coletivos e de abortos forçados. Muitas são
vendidas como escravas sexuais.
Essas mulheres e meninas são tiradas a força de suas casas,
de suas famílias. O horror sofrido por elas é o mesmo sofrido pelas indianas,
violadas em ônibus e becos escuros, simplesmente porque estão à disposição dos
homens, ou eles assim pensam. Elas não estão em áreas de guerra, mas elas convivem
com o medo deste tipo de violência porque são mulheres.
Nenhuma mulher pede para ser violada. Nenhuma mulher pede
para ser agredida. E para os e as machistas de plantão que acham que a roupa que algumas mulheres usam atraem homens violentos, que
essas mulheres por seu comportamento criam situações que levam ao estupro,
saibam que a grande maioria das mulheres violadas não estava expondo seu corpo
nem em situações que, de alguma forma, em alguma mente doentia, justificasse
tal absurdo.
Vivemos num mundo doente, numa sociedade que não consegue ou
não se esforça verdadeiramente para deter o que tem se chamado de cultura do estupro. Os corpos femininos
não têm dono, são públicos. Eles não sentem, eles não importam. Mesmo sabendo
que a maioria dos homens não concorda com isso, eles também não tomam atitudes a este
respeito. Muitos, homens e mulheres, justificam essa violência, talvez para
mascarar a vergonha de não ter coragem de agir contra ela.
"Não concordo com isso, porém..."
"Não concordo com isso, porém..."
Temos que dar basta neste “porém”. Não deve haver justificativa,
deve haver punição e ela deve ser severa. Os homens têm que saber que serão
punidos e todos, homens e mulheres, têm que entender que não há justificativa
que valide tal ação. Nossos corpos não são públicos e nosso direito à dignidade
não nos pode ser privado por terceiros.
domingo, 22 de maio de 2016
Hiroshima, O dia seguinte - Documentário
Como estamos estudando II Guerra Mundial, e meus alunos se interessam pelo tema, estou deixando aqui uma sugestão de documentário, uma vez que temos pouco tempo em sala de aula para trabalhar tudo sobre o tema. Achei este documentário interessante. Há outros no youtube, recomendo uma visita, quando tiverem um tempinho.
Curiosidades:
Nagasaki foi fundada por navegadores portugueses na segunda
metade do século XVI, no local onde havia uma pequena vila de pescadores,
que era parte Distrito de Nishisonogi. A cidade tornou-se um centro de
influência português e de outros povos europeus ao longo dos séculos XVI a
XIX.
A redição do Japão não acontece após imediatamente após as explosões
atômicas em Hiroshima (6 de agosto de 1945) e Nagasaki (9 de agosto). Na
verdade, até a capitulação, no dia 14, houve ainda quase mil bombardeios
americanos no país. Na madrugada daquele dia, um B-29B que explodiu uma
refinaria de petróleo ao norte de Tóquio. Sem combustível não havia mais como
permanecer na Guerra.
Fontes consultadas para esta postagem:
- Youtube
- Guia do Estudante da Abril
- Blog Sabia Que...
sexta-feira, 20 de maio de 2016
A HISTÓRIA E A FORMAÇÃO DA CIDADANIA
Depois de dois anos ausente,
retornei com meus alunos para a Olimpíada Nacional de História do Brasil,
promovida pela UNICAMP. Pois bem, achei necessário fazer alguns comentários
sobre a prova da primeira fase.
Devo dizer que ela começou bem,
como uma questão sobre a ocupação de escolas em São Paulo por estudantes. Em
tempos sombrios como os que estamos vivendo, sob ameaça de cerceamento de temas
e debates na sala de aula, onde tramitam, tanto em âmbito federal quando estadual
projetos como o “Escola Sem Partido” e similares, a UNICAMP reafirma o papel
das universidades em promover o debate e estimular a cidadania.
Além disso, as questões da ONHB
estão sempre inovando não apenas pelos temas, mas pelo uso que se faz de
documentos como fotos, pinturas, ilustrações, charges, cartuns, textos
impressos e manuscritos.
Chamou-me atenção este ano o uso
de páginas da História em Quadrinhos nacional Estórias Gerais, material,
inclusive, presente nas bibliotecas de escolas públicas. Foi muito feliz quem
elaborou a questão, tanto pela escolha do material/documento (a HQ Estórias
Gerais) quanto pelo conteúdo a ela atrelado.
Eu particularmente gosto muito o
exercício que é participar da ONHB. Não entro com expectativas de vitória.
Claro, todos querem ganhar. Mas o que me motiva realmente é ver nascer e
crescer o interesse dos alunos por temas relacionados com a História do Brasil.
Acredito inclusive que eles aprendem muito mais, desenvolvem muito mais
habilidades, fazendo as provas do que em sala de aula. E eu aprendo junto.
Fosse outro país ou outra época,
quem sabe poderíamos optar por um estudo de História que não vise à promoção em
concursos e o ingresso no curso superior. Trabalhar-se-ia com documentos e as
avaliações seriam mais proveitosas e menos maçantes. Teríamos mais mentes
pensantes e conscientes. Infelizmente, tais atributos não são bem vistos por
uma parcela dos nossos dirigentes, então, temo possa ocorrer o contrário.
Mas enquanto ainda se respira um
pouco de liberdade deixo aqui a recomendação tanto para professores quando para
alunos: participem da OMHB. Você só tem a ganhar, mesmo que não fiquem entre os
finalistas ou conquiste uma medalha. Na ONHB até quem perde ganha. E não tem
nada ver com espírito esportivo, mas com aquisição real de conhecimento.
sexta-feira, 13 de maio de 2016
SOBRE MINHA VISITA À BEDETECA DE AMADORA
![]() |
Biblioteca Municipal Fernando Piteira Santos - Bedeteca de Amadora |
Em algumas das minhas postagens
anteriores sobre minha viagem a Portugal, eu comentei sobre minha visita à
Bedeteca de Amadora. Pois bem, eu acho que este assunto em especial merece mais
do que algumas passagens em uma postagem sobre viagens.
Afinal, é coisa séria.
Tanto que me pediram um texto sobre minha palestra na Bedeteca, para o Ladys
Comics, e eu escrevi um longo relato sobreo assunto. No caso, falei sobre História das Mulheres nas HQs no Brasil e sobre o que eu acho da inserção da mulher no mercado de quadrinhos brasileiro atualmente. Quem quiser conferir, clique aqui.
Bedeteca de Amadora. |
Mas não serei repetitiva nesta postagem, prometo. Irei falar de coisas
que não estão no post que eu indiquei acima, mas que dizem respeito à Bedeteca
em si. Primeiramente, eu preciso esclarecer o que é uma Bedeteca. Ela
equivale à nossa Gibiteca. A Bedeteca de Amadora, inaugurada em novembro de
2014, ocupa todo o segundo piso da Biblioteca Municipal Fernando
Piteira Santos e possui um acervo de mais de 40 mil publicações,
entre álbuns, livros, revistas e fanzines. Ela possui, também, um espaço
reservado para guarda de originais de artistas, muitos dos quais já passaram
pelo famoso festival de Amadora.
O Festival Internacional de Banda
Desenhada da Amadora, que a partir da sua 20ª edição passou a ser
conhecido por Amadora BD, é um festival de quadrinhos (banda desenhada)
realizado em Amadora que, por sinal, ganhou o título de “cidade da banda
desenhada”. Ele teve início em 1989 e já caminha para a sua 27º edição. É
considerado o mais importante festival de quadrinhos de Portugal e um dos mais
importantes da Europa.
Além de um
espaço amplo e confortável para receber seus leitores, a Bedeteca possui duas
áreas reservadas para exposições. Uma maior com exposições que podem durar de
quatro a seis meses e outra menor, para exposições que duram de três e as seis
semanas.
Uma dessas
exposições, por exemplo, foi inaugurada no dia 28 de abril, As Joias da Bedeteca, onde estão expostas artes originais do
acervo da Bedeteca, tanto de autores portugueses quanto de estrangeiros. A exposição
é aberta ao público e vai até 26 de Agosto. Posso garantir que vale a
pena, pois tive o privilégio de estar na inauguração. Aliás, estar na Bedeteca
foi um grande privilégio e uma oportunidade de aprendizado que espero ter
aproveitado bastante.
Há, também, ainda uma sessão reservada para crianças pequenas. A Betececa atende a um público de todas as idades.
Há, também, ainda uma sessão reservada para crianças pequenas. A Betececa atende a um público de todas as idades.
Por fim, não posso deixar de falar da Fazineteca.
Seu acervo foi formado a partir da coleção doada por Geraldes Lino, um dos sócios fundadores do Clube Português de
Banda Desenhada (Lisboa, 1976), cuja sede física atualmente
encontra-se em Amadora, e também fundador da Tertúlia BD de Lisboa (Junho de 1985). Na Fanzineteca há ainda
espaço para cursos e oficinas, destinadas os públicos de várias idades.
Não se pode negar o investimento que foi deito pela administração de Lisboa na Bedeteca. É tudo de primeira qualidade, dos móveis às HQs disponíveis para leitura. Com todo respeito às grandes gibitecas do Brasil, a Bedeteca de Amadora vai muito além do que alguma delas um dia sonhou em ir.
Faz tudo, claro, parte de um processo que começou lá em 1989, com o Festival de Amadora BD. O que era Amadora antes disso? Uma pequena cidade ligada a Lisboa, às Portas e Benfica. O que há em Amadora? Há quadrinhos! Eles estão nos muros, em parques temáticos (há um Parque da Mônica lá, acreditam?), na Bedeteca e no Festival, que todo o ano atrai um número cada vez maior de pessoas, vindas de todo o mundo. Amadora literalmente se refez a partir dos quadrinhos. E não estou exagerando.
VAGANDO PELA NA EUROPA – PARTE FINAL
Acho
que a pior parte de um texto é o encerramento. Então peço desculpas antecipadas
caso não consiga fazer uma finalização tão apaixonada quanto os textos
anteriores. Em minha defesa devo dizer que escrevi muito na última semana e que
pode me faltar fôlego para encerrar meu relato de viagem.
Para
esta última parte, eu reservei alguns prazeres gastronômicos e algumas
passagens que não foram tão boas. Afinal, nada é perfeito. Vou começar com a
culinária. Na Holanda, passei pouco tempo e devo dizer que me servi apenas de
sanduíches enquanto no tempo de durou nossa escala. Mas foram ótimos
sanduíches, diga-se de passagem.
O primeiro, eu comi em uma pequena, mas
aconchegante, lanchonete no centro de Amsterdã, acompanhado de um delicioso cappuccino
e um doce recheado de limão. O segundo, eu comprei em um quiosque dentro do
aeroporto. Eu, em geral, gosto de comida de aeroporto. Sempre
há muitas opções de lanches rápidos. Refeições, nem tanto.
Em Lisboa almoçávamos quase todos os dias fora. No geral, optamos por peixe e, claro, bacalhau (bacalhau também é peixe, eu sei). A nossa primeira refeição não foi boa, devo confessar. Foi num restaurante dentro do Oceanário. Eu estava com fome, portanto não reclamei, mas não era exatamente o que eu gostaria de ter comido. Mas nos dias seguintes creio que fizemos boas escolhas. O café da manhã, eu comia em bares ou padarias. Normalmente muito simples, mas gostoso.
Gostei
dos pães portugueses, minhas acompanhantes nem tanto. Gosto do pão escuro, elas
estranharam e sentiram falta do pão francês. Mas mataram a saudade na França
onde, devo confessar, os pães são realmente deliciosos. E os croissants?
Amanteigados e com a massa superfina e leve.
Lanche em Amsterdã. |
Em Lisboa almoçávamos quase todos os dias fora. No geral, optamos por peixe e, claro, bacalhau (bacalhau também é peixe, eu sei). A nossa primeira refeição não foi boa, devo confessar. Foi num restaurante dentro do Oceanário. Eu estava com fome, portanto não reclamei, mas não era exatamente o que eu gostaria de ter comido. Mas nos dias seguintes creio que fizemos boas escolhas. O café da manhã, eu comia em bares ou padarias. Normalmente muito simples, mas gostoso.
Bacalhau com Batatas. |
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Café da manhã em Lisboa. |
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Alguns dos produtos vendidos no Figueira Marca-te. |
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Lanchinho básico no Figueira Marca-te |
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Vai Pastel de Nata com Vinho do Porto aí? |
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Pastel de Bacalhau com chop na Praça do Comércio. |
O
RUIM
Bem,
deixei o ruim para o final, mas não se preocupem, não é nada fora do normal,
mas é sempre bom deixar os possíveis futuros viajantes preparados para possíveis
eventualidades.
Pra
começar, esqueçam aquela ideia de que tudo na Europa é diferente do Brasil. Não
é bem assim. Veja bem, meu primeiro choque foi durante o passeio de trem do
aeroporto ao centro de Amsterdã. No trajeto eu vi muitos, mas muitos mesmo,
exemplos de vandalismo como pichações em muros e casas. O mesmo eu pude
presenciar em Lisboa, no trajeto de trem entre Lisboa e Sintra, inclusive nas
estações de trem. E Paris não é diferente. Aliás, as estações de trem de Paris
são lindas, por fora. Mas por dentro, em algumas, dá pra sentir o cheiro forte
de urina nos corredores e também encontramos pichações e camelôs em vários pontos.
Subemprego
não é coisa só de periferia. A gente vê muito imigrante africano, asiático e
até brasileiro, vendendo lembrancinhas nas esquinas dos pontos turísticos. Na
Torre Eiffel são tantos dá até pra ficar meio desnorteada. Outro engano
achar que o emprego está sobrando por lá. Pra os imigrantes sobram as piores
tarefas, quando conseguem, e para o próprio europeu, emprego está difícil. Foi
o que me disseram alguns portugueses com quem conversei por aqueles dias. Portugal,
então, está ficando sem seus jovens, que procuram emprego em outros países.
Não e só no Brasil que jogam lixo na rua, pessoal! |
E
eu tive mais exemplos de pobreza extrema do que eu gostaria de ter. Coisa do
tipo ver mendigos deitados na porta de igrejas, pedindo esmolas ou mesmo
gritando pelas ruas contra o governo e sua situação social. Vi pichações contra
o governo em paredes de prédios da periferia e do centro. Coisa muito parecida
como que, infelizmente, estamos habituados no Brasil.
Prédio abandonado e vandalizado, próximo ao centro turístico. |
Turistas são visados e pelos batedores de carteiras. Violência, pelo que me contaram, há pouca, mas furtos há muitos. E cuidado com os taxistas. Da mesma forma que aqui no Brasil, lá também existem os espertalhões. Minha amiga, por exemplo, foi enganada por um que lhe cobrou 30 euros por uma corrida na qual ela pagaria no máximo 10 euros.
Mas, no geral, tirando pequenas coisas do dia a dia que muitas vezes são inevitáveis, foi um dos melhores passeios que fiz na minha vida (quase melhor do que ir a Machu Picchu). Recomendo que escolham Portugal como roteiro de passeio em algum momento da sua vida em que você esteja precisando se libertar das tensões diárias.
quarta-feira, 11 de maio de 2016
III FÓRUM NACIONAL DE PESQUISADORES EM ARTE SEQUENCIAL
É com muita satisfação que estou
anunciando aqui o III Fórum Nacional de Pesquisadores em Arte Sequencial, que
vai ocorrer este ano entre os dias 21 e 23 de outubro, na Faculdade de Artes
Visuais da UFG, em Goiânia.
Minha satisfação é grande, pois o FNPAS nasceu
de uma iniciativa que tivemos aqui em Leopoldina, no ano de 2012 e dele nasceu,
também, nossa Associação de Pesquisadores em Arte Sequencial, que completa no
ano de 2017 quatro anos de existência.
Assim, a realização do III FNPAS, sob direção do Prof.Dr. Edgar Franco, tem um
significado muito maior do que ser mais um encontro acadêmico. Ele representa um
esforço contínuo de um grupo de pessoas, que cresce mais a cada ano, em buscar
excelência em pesquisa através de um intercâmbio constante. Uma troca de
saberes movida não pelo desejo de acessão acadêmica, mas pela produção de um
conhecimento que seja significativo tanto para a prática profissional de cada
um, quanto para a sociedade a quem o pesquisador/professor tem o compromisso de
servir.
Dito isso, convido a todos que se
interessam por Arte Sequencial (quadrinhos, cinema, animação) e se informarem
através do edital, que está disponível a partir do dia de hoje. O FNPAS é
aberto a todos, graduados, graduandos, pesquisadores, professores de todos os
níveis de ensino e mesmo aqueles que não estão ligados à pesquisa/ensino, mas
produzem ou se interessam em produzir arte sequencial. Somos um espaço
democrático e acolhedor.
Aguardamos você!
segunda-feira, 9 de maio de 2016
VIVIANE MOSÉ: MULHER E EDUCAÇÃO
Hoje eu assisti um vídeo da Viviane Mosé (este que segue abaixo). Vou
logo adiantando que eu não conhecia a autora/filósofa/poetisa/professora até
então. A primeira impressão foi ótima. Quero ler um livro dela, pelo menos,
para formar uma ideia clara.
Mas, a princípio gostei muito, tanto da análise dela sobre a
situação da educação no Brasil, quando das ideias que ela tem sobre ser mulher.
Eu me identifiquei com algumas coisas que ela disse e até estou
repensando algumas práticas pessoais e profissionais. O discurso dela me tocou,
então, acho que vale a pena conferir seu trabalho, até para ver se
continuarei mantendo esta boa impressão.
Viviane Mosé tem a formação básica de psicóloga e psicanalista,
especialista em "Elaboração e implementação de políticas públicas"
pela Universidade Federal do Espírito Santo - UFES, além de mestra e doutora em
Filosofia pelo Instituto de Filosofia e Ciências Sociais da Universidade
Federal do Rio de Janeiro - UFRJ. É poetisa e autora de vários livros.
domingo, 8 de maio de 2016
VÍDEO SOBRE ERA VARGAS - RECOMENDADO PARA O TERCEIRO ANO
Esta vídeo-aula é muto boa e foi reeditada, sendo assim a imagem está melhor e sem os problemas do vídeo anterior.
PATO DONALD NAZISTA
“Der
Fuehrer’s Face” (Na cara do Fuehrer), esse é o nome do curta da Disney, lançado
em 1943, que causou furor, pois trazia o personagem pato Donald como um
nazista. Baseado na canção de mesmo nome de Oliver Wallace, o desenho polêmico
apresenta o pato Donald trabalhando em uma fábrica de munição, lembrando muito
o filme “Tempos Modernos” de Charles Chaplin, e, ainda assim, o curta traz uma
mensagem de apelo anti-nazista" (Trecho extraído de La Parola)
Vídeo recomendado aos alunos do 3º ano do Ensino Médio e 9º ano
do Ensino Fundamental.
sexta-feira, 6 de maio de 2016
VAGANDO PELA NA EUROPA – PARTE III
AVENTURANDO-SE
EM PORTUGAL
Vamos para o ponto central da viagem, que foi Portugal. Foi para lá que eu fui
realmente passar meu feriado mais que prolongado (e aqui fica o agradecimento
às minhas diretoras que permitiram que eu pudesse fazer esta viagem em meio ao
período letivo). Portugal é um país lindo e Lisboa é uma cidade maravilhosa.
Para
uma capital, ela é bem provinciana. É muito fácil de andar, de localizar as coisas.
E nem é por conta de se falar o português, mas porque tudo é muito organizado e
as pessoas são extremamente solícitas. Sem falar que o taxi lá é muito barato!
Peguei o taxi para ir ao shopping com minha mãe e paguei o valor que pagaríamos
se tivéssemos ido de ônibus.
Dos lugares que visitei, de alguns eu gostei
mais, por outros eu me apaixonei. O primeiro ponto turístico que conheci,
oficialmente, foi a Praça Marquês de
Pombal. Não poderia de ser outro! Acho o todo poderoso primeiro ministro de
D. José I uma das figuras históricas mais emblemáticas da história lusitana. E
eu o vi praticamente todos os dias em que estive em Lisboa, pois passava pela
praça ao ir para casa. Eu fiquei hospedada na casa de um amigo, não cheguei a
ficar em um hotel. Mas Ana e sua filha Isabela ficaram e elogiaram muito o
serviço e o preço também compensou.
Nos
três primeiros dias nós fizermos uma série de passeios pela cidade, naqueles
ônibus turísticos de dois andares. Compramos o pacote completo, com quatro itinerários.
Um deles nos levou para as praias de cidades próximas a Lisboa, como as de Estoril e Cascais. Lindas, por sinal.
Tudo muito limpo, organizado. A orla muito bonita, com casas de verão lindas,
bares e lojas. E havia pessoas na praia! Muitas por sinal, aproveitando o sol
da primavera. A diferença de temperatura de Lisboa para as cidades litorâneas
era grande. Não que tenhamos pegado frio. O clima estava agradável, embora à
noite a temperatura baixasse um pouco, mas nada que atrapalhasse ou
incomodasse.
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Em Cascais, cidade de veraneio. |
Um
dos lugares que eu mais gostei e frequentei em Lisboa foi a Praça do Comércio, que tem ao centro a
famosa estátua de Dom José I, da qual ouvia falar nas aulas da Marieta, no meu
primeiro semestre de mestrado. A praça é mais conhecida por Terreiro
do Paço e fica na parte baixa de
Lisboa, às margens do famoso rio Tejo. Se eu não estivesse em grupo,
seria certamente o lugar para onde eu iria todo final de tarde, sentar a beira rio
e simplesmente ficar ali, contemplativa, bebericando uma taça de vinho.
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Praça do Comércio (parte dela) - ao fundo, as bandeiras de todos os países de língua portuguesa. |
Outro lugar que me
encantou foi o Castelo
São Jorge, também em Lisboa,
construção medieval que fica num dos pontos mais elevados da cidade e que tem
uma das vistas mais lindas de Lisboa. A construção em si é maravilhosa. O castelo é um monumento nacional e integra a zona
nobre da antiga cidadela medieval (Alcáçova), constituída pelo castelo, os
vestígios do antigo paço real e parte de uma área residencial para elites. Ele
foi construído pelos muçulmanos em meados do século XI e conquistado em 1147,
por D. Afonso Henriques, primeiro rei de Portugal. Com tanta história, eu poderia ficar horas, caminhando
pelas muralhas, sentada em um dos recantos simplesmente admirando a beleza e
deixar minha mente vagar no passado.
Um lugar que eu queria muito ir era o Convento do Carmo.
Construído em 1389 pelo Condestável D. Nuno Álvares Pereira. O Convento da
Ordem do Carmo possuía uma igreja em estilo gótico que chegou a ser uma das
mais importantes de Lisboa. A Igreja sofreu com o grande terremoto de 1755 e
acabou ficando em ruínas, que são preservadas como marcas do desastre ocorrido
naquele ano (terremoto seguido de um maremoto e uma série de incêndios que
destruíram grande parte da cidade). O Convento pode ser visto da Praça Pedro IV (Praça do Rossio), onde fica o Teatro D. Maria II.
Ele atualmente abriga o Museu Arqueológico do Carmo, que tem uma coleção incrível, que passa pela pré-história, pela América pré-colombiana e Portugal Medieval. Comprei um livro sobre o museu. Adoro arqueologia e quero conhecer melhor o trabalho que eles fazem por lá. Aliás, o museu tem uma pequena livraria que tem livros ótimos, para quem gosta do tema. Vale a pena dar uma paradinha, sentar-se numa poltrona e conferir.
Ele atualmente abriga o Museu Arqueológico do Carmo, que tem uma coleção incrível, que passa pela pré-história, pela América pré-colombiana e Portugal Medieval. Comprei um livro sobre o museu. Adoro arqueologia e quero conhecer melhor o trabalho que eles fazem por lá. Aliás, o museu tem uma pequena livraria que tem livros ótimos, para quem gosta do tema. Vale a pena dar uma paradinha, sentar-se numa poltrona e conferir.
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Entrada do Convento do Carmo. |
Torre de Belém. |
O entorno não fica por
menos. Além da proximidade com outros monumentos, museus e centros culturais,
ainda há uma enorme área gramada, onde os visitantes se acomodam em toalhas,
descansam, tomam sol ou fazem piqueniques. Bem próximo, por exemplo, está o Mosteiro dos Jerínimos, que data também do início do século XVI,
do governo de D. Manoel I. Uma construção magnífica, em cuja igreja se encontra
os túmulos de Luiz de Camões e Vasco da Gama. Uma dica é comprar as entradas
para o Mosteiro e para a Torre juntas, sai mais barato.
Bem em frente ao Mosteiro e à esquerda da Torre está o monumento em homenagem aos descobrimentos portugueses, o Padrão dos Descobrimentos, onde estão representados heróis portugueses como Bartolomeu Dias, Vasco da Gama, Camões, Fernão de Magalhães e, Pedro Álvares Cabral.
De todos os passeios que fiz em Portugal, o que eu mais gostei foi
conhecer Sintra. Cidadezinha pequena e pitoresca cercada de montanhas, ela
guarda um tesouro fantástico: o Castelo dos Mouros. O Castelo dos Mouros foi construído durante o séc.IX pelos Mouros, para
guardar a cidade de Sintra, mas foi abandonado depois da conquista cristã em
Portugal.
Entrada do Mosteiro dos Jerónimos. |
Bem em frente ao Mosteiro e à esquerda da Torre está o monumento em homenagem aos descobrimentos portugueses, o Padrão dos Descobrimentos, onde estão representados heróis portugueses como Bartolomeu Dias, Vasco da Gama, Camões, Fernão de Magalhães e, Pedro Álvares Cabral.
Padrões dos Descobrimentos. |
O Rei D. Fernando II mandou restaurá-lo, em meados do século XIX. É um dos lugares mais lindo que eu já visitei. Uma verdadeira viagem ao passado, e todo mundo sabe que eu adoro isso. Além de ser a construção mais antiga que eu já visitei, pelo menos que eu saiba. Estive em lugares em Lisboa cuja data da construção é incerta, como a Igreja da Ordem dos Cavaleiros de Malta, que foi anteriormente uma mesquita.
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Pequena (pequena mesmo) parte das ruínas do Castelo dos Mouros, em Sintra. |
Ruínas do Castelo dos Mouros. Em dias claros como este dá pra ver a cidade de Lisboa, bem ao fundo. |
Na próxima postagem o fechamento do meu
enorme relato, com algumas impressões finais, algumas coisas que não gostei e,
claro, vou falar das comidinhas que eu provei e das quais ainda não falei. Afinal, em Portugal a gente come muito bem!
quinta-feira, 5 de maio de 2016
VAGANDO PELA EUROPA – PARTE II
AS ESCALAS
Coloquei os pés na Europa em
grande estilo, entrando na União Europeia por Amsterdã. Tivemos algumas horas
de escala no aeroporto e resolvemos fazer um passeio ao centro da cidade. Foi
um pouco corrido, mas tiramos umas 3 horas para caminhar entre os jardins e
casas de Amsterdã. Não não fomos a nenhum
ponto turístico como museus, por exemplo, por medo de perder o avião. Mas
poderíamos ter, tranquilamente, feito um passeio de barco pelos canais. A
escala era de 8 horas, daria tempo suficiente.
Centro de Amsterdã. |
Mas, enfim, tudo na primeira vez
é perdoável. Pra quem for a Amsterdã e tiver escala longa, aproveite. Dá tempo.
Não se gasta mais do que 15 minutos para chegar ao centro da cidade. A cidade
em si é muito linda. Caminhar pelas ruas, atravessar as pontes que cortam os
canais e tirar muitos fotos, já compensa. Mas quero voltar, claro, com mais
tempo. Não posso dizer que conheci da cidade, apenas passei por lá. Quero ver
mais, ir ao interior, ver os moinhos, conhecer os campos de cultivo de tulipas.
Mas pra isso é preciso tempo, né?
Estacionamento de bicicletas. |
Minha mãe ficou impressionada com
a quantidade de bicicletas. É muita coisa. Eu fiquei fascinada com a
organização dos estacionamentos. Eu, sinceramente, perderia minha bike ali, com
certeza. Adorei a arquitetura, os prédios são maravilhosos. Alguns
pareciam ter efeitos que enganavam os olhos. Gostei, também, das casas
flutuantes. Numa delas duas senhoras tomavam um lanche
na “varanda”. Ao contrário de Veneza, os canais de Amsterdã não fediam. Mas, em
compensação dava para sentir o cheiro de maconha em alguns lugares pelos quais passei.
O consumo lá é liberado. Nada contra quem fuma, mas sou alérgica e acabei dando
uns espirros nada elegantes, próxima aos fumantes.
Casa flutuante (achei linda). |
E já que comecei falando das
escalas, vou pular para o final da viagem, para minha escala em Paris. Passei
22 duas horas na capital mais famosa do mundo e que, com certeza, merece o
apelido de Cidade Luz. Olha, foi rápido. Chegamos ao hotel por volta das 18
horas, nos acomodamos, paramos numa padaria para lanchar e ficamos rodando na
cidade até as 23 h, mais ou menos.
O hotel era muito simples, mas bem localizado, limpo e confortável. Ideal para uma escala ou para poucos dias de viagem. Ele ficava em frente a uma linda igreja, do século XIX, se não me engano, que justamente atende à comunidade de língua portuguesa. Na Igreja há missas em português aos domingos. Legal, né?
Esta é a Igreja da qual eu falei, o Hotel Roi René, na Place du Dr Félix Lobligeois, onde ficamos, fica na rua à direita. |
O que falam de Paris é verdade: é
uma cidade linda, mas, também muito cara. Mas como eu ia ficar poucas horas,
com meu grupo, não posso dizer que gastei muito. Na verdade, gastei
pouquíssimo. Caminhamos um pouco pelas ruas para admirar os edifícios (lindos
por sinal) e depois tomamos um taxi para ir ao ponto que todas nós concordamos
ser prioridade: a Torre Eiffel. No caminho, o taxista, muito simpático, nos
mostrou outros pontos. Cortamos a Champs-Élysées e eu pude ver de longe o Arco
do Triunfo. Passamos pela Place de la Concorde, pelo Opera Garnier e outros
monumentos cujos nome não me recordo agora.
Caminhando pelas movimentas ruas de Paris! |
Chegamos à torre ainda dia. Ah,
pra quem não sabe da primavera para o verão os dias ficam mais longos na
Europa. O anoitecer em Paris, por exemplo, foi por volta das 21h. Não dá pra
descrever a sensação. Parecíamos crianças chegando a um parque de diversões. A
torre Eiffel é magnífica, em vários sentidos. Dava vontade de ficar
fotografando sem parar.
Quando anoiteceu, ela ficou iluminada e ainda mais
bonita. Para fechar a noite, quando saíamos, ela começou a piscar como uma
arvore de natal, cheia de luzes piscando. Ana Cristina disse que ela pisca de
hora em hora. É de tirar o fôlego. Foi uma das melhores experiências que tive,
e que devo repetir, porque assim como a Holanda, quero conhecer melhor Paris e
outras cidades francesas. Além disso, há pessoas lá que quero encontrar e
eventos dos quais quero participar já há algum tempo.
Primeira foto que eu tirei da Torre Eiffel, logo abaixo dela. Eu me senti tão pequena! |
Valeu ainda por ter reencontrado
o Padre Eduardo, nosso amigo que está fazendo mestrado em Paris. Ele nos deu
preciosas dicas e passamos com ele algumas horas agradáveis. Gostaria de ter
feito outras coisas, mas como estava um pouco frio e o dia tinha sido
cansativo, fica para uma próxima vez. A Cidade Luz certamente vai me ver de
novo.
Finalizando esta parte, eu
recomendo que, quem esteja com tempo e queira conhecer mais lugares, faça voos
com escala. Escalas de mais de 8 horas, de preferência. Não é difícil sair do
aeroporto. É um desembarque normal. Você já vai estar em posse do seu cartão de
embarque e o retorno é tranquilo. Claro, sempre chegue pelo menos umas duas
horas antes do embarque, não se arrisque desnecessariamente.
Na próxima postagem, a cereja do
bolo: Portugal!
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