sábado, 22 de fevereiro de 2014

FRAGMENTOS DA HISTÓRIA LEOPOLDINENSE: ELEIÇÕES NO SÉCULO XIX

Se hoje em dia uma eleição movimenta todo país, mobilizando milhares de pessoas que irão trabalhar fiscalizando e dando suporte a todo o processo, no século XIX as coisas eram bem mais simples, embora não necessariamente mais fáceis. 

O voto censitário, adotado pela Constituição do Império, de 1824, limitava a participação popular aos homens adultos, alfabetizados e com renda especificada. Eram excluídos os pobres, os soldados, os índios, as mulheres e os escravos. O número de votantes, dessa forma, era bem pequeno. Em 1876 apenas 0.25% da população tinha direito ao voto (CANTONI, 1998).

Nilza Cantoni (1998) encontrou uma referência a eleições no povoado do Feijão Cru  (possivelmente a mais antiga) em 1842,no Mapa de Votantes de Minas Gerais. Nessas eleições participaram eleitores com renda  renda anual superior a 100 mil réis. O Feijão Cru pertencia à Comarca de  São João Nepomuceno, assim como : Cágado (Mar de Espanha), São João Nepomuceno, Espírito Santo (Guarará), Conceição da Boa Vista (Recreio) e São José do Paraíba (Além Paraíba). 

Tanto as Comarcas, quanto à freguesias a elas pertencentes e distritos eleitorais foram sofrendo mudanças nos anos e décadas seguintes, com a criação de vilas, desmembramento e emancipação de territórios, poder político local etc. 

Veja, abaixo, como eram os publicados os relatório de apuração, tendo como exemplo um dos distritos da vila, em 1857.

Correio Official de Minas. Ouro Preto, 26 de janeiro de 1857, n. 06, p. 02 (Arquivo da Hemeroteca Digital Brasileira - Fundação Biblioteca Nacional).

Uma curiosidade é que as votações, a princípio, eram realizadas em quatro graus: os cidadãos da província votavam escolher outros eleitores; estes por sua vez elegiam os eleitores de paróquia; esses últimos elegiam os eleitores de comarca; os leitores da comarca, por fim, iriam eleger os deputados.  

O processo eleitoral era realizado em dois turnos. Haviam as eleições primárias, para a formação de um colégio eleitoral e as eleições secundárias, elegeria os senadores, deputados e membros do Conselho da Província (CANTONI, 1998). 

Os jornais participavam ao leitor sobre o processo eleitoral. Além de informar o público sobre o resultado do pleito, à medida em que as informações iam sendo liberadas, do, os jornais locais  também publicavam as normas e regras que deveriam ser obedecidas durante o pleito durante as eleições municipais.
 

Vejam, por exemplo, as orientações para a eleição de vereador e juiz de paz, em 1882. 


O Leopoldinense. Leopoldina, 20 de junho de 1882, n.50, p.03 (Arquivo da Hemeroteca Digital Brasileira - Fundação Biblioteca Nacional)

As eleições tinham uma outra característica, também: eram marcadas pela violência e pela fraude. Em carta ao Imperador, A Princesa Izabel critica e lamenta a violência que domina as eleições brasileiras, que considera uma vergonha (DEL PRIORE, 2013).  Os jornais denunciavam o clima de tensão que marcava as eleições. 

Angelo Agostini, em sua Revista Illustrada, fez várias críticas à violência eleitoral. Destacamos uma, na forma de forma de quadrinhos. Nele temos desde as conspirações que antecedem as eleições até a violência. Detalhe no último quadro: eleitores tendo que usar armaduras improvisadas para exercer seu direito ao voto e manter sua integridade física. Clique na imagem para ler.

Revista Illustrada, Rio de Janeiro, 08 de janeiro de 1786, p 09 
(Acervo pessoal).

Em Leopoldina as coisas não eram diferentes. Havia uma disputa ferrenha entre Liberais e Conservadores. Basta lembrar que, em 1842, Leopoldina esteve envolvida nas Revoltas Liberais, que marcaram o início do Governo de Dom Pedro I.

Talvez por pressões internas e externas, o Imperador acabou por sancionar, em 1881, a Lei Saraiva, que reorganizava o processo eleitoral com a criação do título de eleitor, que possuída todos os dados do eleitor, inclusive sua profissão, mas que ainda não possuía foto. A mesma reforma implantou eleições diretas e a elegibilidade para os não católicos e escravos libertos, mas ainda era mantida a renda mínima de 200 mil réis anuais para a qualificação de eleitores (CANTONI, 1998), o que ainda excluía uma boa parte da população. Em 1882 Leopoldina possuía o número de 754 eleitores registrados.

BIBLIOGRAFIA CITADA:
Cantoni, Nilza.  Os primeiros 90 anos da câmara municipal de Leopoldina (1998) Disponível em: http://goo.gl/jr1uHx, acesso em 27/02/2014.

DEL PRIORE, Mary. O Castelo de Papel. Rio de Janeiro: Rocco, 2013.



quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014

A nossa Princesa Leopoldina


Princesa Leopoldina (SCHWARCZ, 1998: 443)
Para quem mora no município de Leopoldina é muito comum se repetir que o nome da cidade é uma homenagem à princesa Leopoldina. Mas quem é essa princesa?

Muita gente confunde a nossa princesa Leopoldina com a Dona Maria Leopoldina de Habsburgo, arquiduquesa da Áustria, filha do Imperador Francisco I, que ao se casar com o Imperador do Brasil, Dom Pedro I, foi nossa primeira Imperatriz.

A Princesa Dona Leopoldina Teresa Francisca Carolina Micaela Gabriela Rafaela Gonzaga de Bragança e Bourbon, foi, na verdade, a filha caçula do Imperador Dom Pedro II, nascida em 13 de julho 1847. No dia 07 de setembro de 1847, uma parada militar comemorou o batizado da princesinha. Ainda em início do ano de 1848 o Imperador ainda recebia felicitações pelo nascimento da filha, publicadas em jornais.

Correio Mercantil e Instructivo, Político, Universal. Rio de Janeiro, 11 de janeiro de 1848, n. 10, ano V, p. 03 (Arquivo da Hemeroteca Digital Brasileira - Fundação Biblioteca Nacional)
Apesar de ser uma personagem pouco citada nos livros didáticos de história, Dona Leopoldina foi uma figura chave na trajetória da família Imperial. Seu filho mais velho, Pedro Augusto, chegou a ser cotado como possível sucessor de Dom Pedro II. Criada e educada no Brasil, teve como preceptora a Condessa de Barral, Luísa Margarida de Barros Portugal, oriunda de uma tradicional família de senhores de engenho do Recôncavo Baiano.

Condessa de Barral, aos 49 anos de idade (Fonte: DEL PRIORI. A Condessa de Barral: a paixão do Imperador. Rio de Janeiro, Objetiva, 2008)
Casada com Eugène de Barral, Conde de Barral e 4.° Marquês de Montferrat, a Condessa de Barral foi educada e morou por muitos anos na Europa, onde era dama prestigiada na corte do rei Luiz Filipe I. Inteligente, instruída e muito culta, preparou Leopoldina para se tornar enfrentar as cortes europeias, por onde circulou depois de seu casamento. A Condessa foi, também, uma das mulheres mais influentes do II Reinado, tendo ficado famosa pelo seu relacionamento amoroso com o Imperador, Dom Pedro II.
Dona Leopoldina, aos seis anos, por época da emancipação do nosso município e elevação do arraial do Feijão Cru à vila de Leopoldina (Fonte: Wikipédia).

As princesas eram joguetes políticos, destinadas a serem enviadas a países distantes para se casarem com príncipes ou reis os quais nem conheciam. Histórias de princesas que sofreram abusos em casamentos sem afeto ou amor pipocam aos montes quando se estuda biografias de famílias nobres. A própria Imperatriz Dona Leopoldina e a Imperatriz Dona Thereza Cristina, são exemplos disso.

Dona Leopoldina e Luis Augusto, 1865 (Fonte: Wikipédia)
Dona Leopoldina casou-se no dia 15 de dezembro de 1864 com o Luís Augusto, Duque de Saxe e Coburgo, tendo partido do Brasil para viver com o marido na Áustria.  A união de Leopoldina e Luís Augusto foi acertada através de uma convenção matrimonial. O contrato previa que, enquanto Dom Pedro II não considerasse assegurada a sucessão da princesa Isabel, o casal deveria, entre outras coisas, residir parte do ano no Brasil e ter seus filhos em território brasileiro Foi assim com dom Augusto Leopoldo e dom José Fernando - nascidos em 1867 e 1869. Ao contrário do que acontecia com outras princesas, Leopoldina parece ter encontrado o seu “príncipe encantado”.


Família Imperial: (em pé) dona IsabelConde d'Eu, dona Leopoldina e dom Luís Augusto; (sentados) dom Pedro II e dona Teresa Cristina (Fonte: Wikipédia)
Dona Leopoldina teve uma vida muito diferente da irmã. Morou na Europa e frequentava ambientes restritos e refinados. Em suas correspondências, relatou o dia a dia de sua família, o desenvolvimento dos filhos e uma felicidade conjugal incomum para a época (DEL PRIORE, 2007). Era muito amada e querida pela família do marido.


Minha querida Isabel

Como vai passando com seu maridinho? Eu estou em perfeita saúde assim como o meu. Eu vivo muito feliz com meu Caro; Gusty é excelente para mim. Eu faço tudo o que quero, ele quer, bem entendido, porque a vontade dele é a minha... Mon bien  assorti époux – meu marido cheio de qualidades – tem feito lindas caças de pássaros... O tempo que passei sem Gusy pareceu-me compridíssimo.

Adeus... Saudades a D. Gaston e meus cumprimentos mais afetuosos aos outros.


Sua mana muito do coração e madrinha. (DEL PRIORE, Mary. O príncipe maldito. Rio de Janeiro: Objetiva, 2007, p. 31).

Mas este conto de fadas não teve um final feliz. A princesa Leopoldina contraiu febre tifoide no início de 1871, possivelmente resultado de ingestão da água contaminada que estava sendo consumida em Viena naquela época. A princesa morreu na tarde de 7 de fevereiro de 1871, aos 23 anos de idade. O caso de Leopoldina não foi isolado. A cidade já havia passado anteriormente, durante a invasão de Napoleão, em 1808, por uma  epidemia de febre tifoide alastrou-se pela Europa central. No ano de 1812, aliada à fome, ao frio e à disenteria, a febre matou 570 mil soldados franceses durante a invasão na Rússia. Naquela época, a falta de saneamento básico e o desconhecimento de métodos eficazes para o tratamento de doenças, as epidemias não distinguiam camponeses da realeza.

"Escrevendo estas linhas, nos achamos sob pressão na Augusta Família Imperial um nome caro a todos os Brasileiros - pairou o anjo da morte, que não poupa palácios nem cabanas, sobre o tecto da habitação de um par afotunado e com suas azas negras tocou a excelsa Princeza D. Leopoldina, cobrindo de luto seu inconsolável esposo, a Augusta Família Imperial e todo o Brasil!" (HARING, 1871: 37)

Seus dois filhos mais velhos foram enviados para serem criados pelos avós, no Brasil. Seu marido permaneceu em luto, não tendo se casado novamente. Em carta à princesa Francisca, sua sogra, Clementina, descreveu o lamentável estado do filho, viúvo.

Que a vontade de Deus seja feita, minha boa Chica, mas o golpe é duro e nós estamos infelizes. O estado de meu pobre Gusty me corta o coração, soluça cada instante, não come, nem dorme, e é uma terrível mudança. Ela o amava tanto! E eram tão perfeitamente felizes juntos! Ver tanta felicidade destruída aos 24 anos é horrível!!  (DEL PRIORE, Mary. O príncipe maldito.  Rio de Janeiro: Objetiva, 2007, p. 60)


Ao contrário do que muitos pensam, Dona Leopoldina nunca esteve em nossa região. Dom Pedro II só faria uma breve passagem aqui dez anos após a morte da filha, em 1881. O nome dado a nosso município foi uma das homenagens que ela recebeu ainda menina, e cuja lembrança, certamente, carregou consigo até sua morte prematura, em 1871. 

Fontes consultadas:

Correio Mercantil e Instructivo, Político, Universal. Rio de Janeiro, 11 de janeiro de 1848,  n. 10, ano V (Arquivo da Hemeroteca Digital Brasileira - Fundação Biblioteca Nacional).

DEL PRIORE, Mary. O príncipe maldito. Rio de Janeiro: Objetiva, 2007.

-------------------------. A Condessa de Barral: a paixão do Imperador. Rio de Janeiro, Objetiva, 2008.

Empire of Brazil Império do Brasil House of Orleans-Braganza. Disponível em: http://www.almanachdegotha.org/id8.html, acesso em 28/03/2014.

HARING, Almanack Adminitrativo, Mercantil e Industrial da Corte e Província do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro: E. & H. Laemmert, 1871.


Leopoldina de Bragança e Bourbon. Disponível em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Leopoldina_de_Bragan%C3%A7a_e_Bourbon, acesso em: 19/02/2014. 

SCHWARCZ, Lilia Moritz. As barbas do Imperador : D. Pedro II, um monarca
nos trópicos . — São Paulo : Companhia das Letras, 1998.




domingo, 16 de fevereiro de 2014

FRAGMENTOS DA HISTÓRIA LEOPOLDINENSE: MICHAEL JACKSON EM LEOPOLDINA

Parece brincadeira, mas não é. Em 1856 um norte americano de nome Michael Jackson esteve por essas bandas e, pasmem, foi assassinado. 

Ele era um comerciante que vendia escravos e foi morto por eles. Em resumo, se alguém afirmar que Michael Jackson morreu em Leopoldina, vai estar falando a verdade.

Leiam a notícia!


Correio Official de Minas. Ouro Preto, 04 de maio de 1857, n. 33, p. 02
(Arquivo da Hemeroteca Digital Brasileira - Fundação Biblioteca Nacional)

Os pesquisadores José Luiz Machado Rodrigues e Nilza Cantoni fala sobre o ocorrido em sei livro (2004:10). Segundo ela, os escravos Davi, Américo, Vicente, Joaquim, Antônio e Miguel foram presos e encaminhados à cadeia pública de Leopoldina, sendo que Davi, Américo, Joaquim e Vicente foram condenados à morte. A pena de morte por enforcamento é um mistério. Segundo Nilza Cantoni e José Luiz, ela foi aplicada no dia 15 de novembro de 1857, no chamado morro da forca, onde hoje fica o bairro Pirineus.

No entanto, uma nota publicada no Correio Official de Minas, em janeiro de 1858, indica que a execução ocorreu no dia 11 de dezembro.


Correio Official de Minas. Ouro Preto, 28 de janeiro de 1858, n. 107, p.04
(Arquivo da Hemeroteca Digital Brasileira - Fundação Biblioteca Nacional)

No entanto, numa edição seguinte, a data é retificada para 24 de dezembro (o expediente do jornal data do dia 19 de janeiro, portanto, supõe-se que execução tenha sido no dia 24 de dezembro). Ao que parece, nosso Michael Jackson não fica atrás em matéria de polêmica.


Correio Official de Minas. Ouro Preto, 08 de fevereiro de 1858, n. 110, p.01
(Arquivo da Hemeroteca Digital Brasileira - Fundação Biblioteca Nacional)

A pena de morte era usual no Brasil, principalmente em casos de revolta ou rebelião. Veja por exemplo, a Recolta dos Malês, a Revolta de Filipe dos Santo e a Conjuração Baiana e Mineiro. 

No caso do assassinato de brancos por escravos ela estaria possivelmente relacionada ao medo gerado no Brasil pela Revolta do Haiti, quando os escravos assumiram o comando, fizeram a independência, mataram muitos brancos e expulsaram os sobreviventes. O medo de revoltas similares no Brasil, aliado a outros fatores,  gerava penas mais severas pra os escravos.

FONTES: 

RODRIGUES, José Luiz Machado, CANTONI, Nilza. Nossas Ruas, Nossa Gente: Logradouros Públicos de Leopoldina, 2004. Disponível em http://www.cantoni.pro.br/ruas/Logradouros_Atuais_B_C.pdf, acesso em 05/02/2014.

FRAGMENTOS DA HISTÓRIA LEOPOLDINENSE: SOBRE AS MISSAS

No correio Official de Minas, de Ouro Preto, onde podem se encontrados atos oficias referentes a várias vilas da Província Minas Gerais, eu encontrei, no ano de 1857, uma notificação acerca das missas realizadas em Leopoldina.


Correio Official de Minas. Ouro Preto,  22 de janeiro de 1857, n. 05, p. 02 (Arquivo da Hemeroteca Digital Brasileira - Fundação Biblioteca Nacional).

Para quem não sabe, o Brasil viveu durante o período colonial sob regime do padroado, uma prática político-religiosa que tem suas origens na Idade Média. O padroado foi criado através de um tratado entre a Igreja Católica e os reinos de Portugal e de Espanha. 


"A Igreja delegava aos monarcas dos reinos ibéricos a administração e a  organização da Igreja Católica em seus domínios. O rei mandava construir igrejas, nomeava  os padres e os bispos, sendo estes depois aprovados pelo Papa. Assim, a estrutura do  Reino de Portugal e de Espanha tinha não só uma dimensão político-administrativa, mas  também religiosa. Com a criação do Padroado, muitas das atividades características da  Igreja Católica eram, na verdade, funções do poder político, particularmente a Inquisição,  que, nos reinos ibéricos, funcionou mais como uma polícia do que a partir da função  religiosa inicial.(OLIVEIRA, 2008: 11). " 

O regime de padroado foi mantido pela Constituição do Império do Brasil, outorgada em 1824. Pelo regime de padroado, a fundação de paróquias e a nomeação de seus eclesiásticos eram, primeiramente, de competência civil. Ao bispo cabia apenas confirmar a decisão dos magistrados civis. 

Assim, não causa espanto então perceber verificar que haviam leis do Império que eram diretamente ligadas às praticas da Igreja Católica no Brasil. Na realidade, no regime do padroado as práticas civis confundiam-se com as religiosas e em muitos momentos era difícil separar religião e política.

Isso só mudou com a proclamação da República, em 1889 e com a Constituição de 1891, que acabou definitivamente com o padroado tendo, inclusive, estabelecido o casamento civil.

FONTES:


OLIVEIRA, Marlon Anderson de. Entre a Coroa e a Cruz: a Igreja colonial sob a égide do Padroado. ANAIS DO II ENCONTRO INTERNACIONAL DE HISTÓRIA COLONIAL.  Mneme – Revista de Humanidades. UFRN. Caicó (RN), v. 9. n. 24, Set/out. 2008. ISSN 1518-3394.  Disponível em www.cerescaico.ufrn.br/mneme/anais 


sábado, 15 de fevereiro de 2014

FRAGMENTOS DA HISTÓRIA LEOPOLDINENSE: LIMPEZA PÚBLICA

Hoje eu estou olhando alguns números do Leopoldinense porque quero preparar um texto sobre o Carnaval de Leopoldina no século XIX. Mas daí eu me deparei com algumas coisas curiosas. Dentre elas está uma notinha sobre a necessidade de se fazer a limpeza nas ruas próximas à Igreja do Rosário. As fezes acumuladas em ruas e praças provocam além de transtorno e mal cheiro, doenças. Leia a reportagem.



O Leopoldinense. Leopoldina, 11 de fevereiro de  1883, n. 07, p 03 (Arquivo da Hemeroteca Digital Brasileira - Fundação Biblioteca Nacional).

Nessa época uma das teorias defendidas por médicos higienistas e usada para explicar os surtos das doenças era  a das miasmas, pela qual doenças infecciosas eram causadas pelo estado das atmosfera. Os vapores, por exemplo, produzidos pela mistura de lama e fezes, aquecidas pelo sol poderiam provocar malefícios para a saúde. Foi por época da difusão dessas ideias que os corpos passaram a ser enterrados nos cemitérios. Antes, eles ficavam no assoalho das igrejas. Concluiu-se que a decomposição dos corpos poderiam produzir miasmas, que eram agentes contagiantes.

Partindo dessa teoria, começaram a ser realizadas várias reformas urbanas e foram criados os cemitérios públicos.

"Foram os filósofos infeccionistas, que entendiam que as doenças eram transmitidas pela ação das miasmas, que acabaram por produzir o arcabouço ideológico básicos das reforma urbanas realizadas em várias cidades, principalmente a partir da segunda metade do século XIX (JORGE, 2006: 16).

E já que mencionamos os cemitérios, as Posturas Municipais de 1857 dedicam a eles oito artigos, no Título saúde pública, no capítulo que rege sobre salubridade do ar, água e alimentos.Embora não seja citada, a salubridade do ar pode estar relacionada à questão das miasmas. A Câmara é que irá designar os cemitérios, na vila e nos distritos que poderão ser utilizados pela população.

"Art. 66 É proibido enterrar-se os corpos humanos na Villa, ou nos arraiais, em outro lugar que não seja o cemitério público, havendo-o – multa de 20 a 30$000 rs.  e o duplo das reincidências. Serão igualmente punidos com a mesma multa, e 8 dias de prisão os que praticarem ou mandarem praticar exumações de cadáveres sem estarem para isso autorizados (1857: 105)".

Em 1892, os cemitérios serão regulamentados em Leopoldina, pela Resolução de n. 07, publicada no Estatuto Municipal, o primeiro da República, e que estabelece as principais diretrizes da organização municipal, assim como as atribuições da Câmara e dos Vereadores. Ela proíbe os cemitérios particulares e estabelece, entre outras coisas, que os cemitérios distritais fiquem sob a responsabilidade dos Conselhos Distritais. O controle sobre os cemitérios é, também, o controle sobre as doenças.

FONTES:

COLLEÇÃO DE LEIS DA ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DA PROVÍCINCIA DE MINAS GERAES DE 1856. Ouro Preto: Typographia Provincial, 1857. Disponível em http://www.nphed.cedeplar.ufmg.br/livro-da-lei-mineira/, acesso em 01/03/2014.

ESTATUTO Municipal de Leopoldina. Ouro Preto: Typiographia da Ordem, 1892.

JORGE, Karina Camarneiro. Urbanismo no Brasil Império: a saúde pública na cidade de São Paulo no século XIX (hospitais, lazarentos e cemitérios). Campinas: PUC-Campinas, 2006.

FRAGMENTOS DA HISTÓRIA LEOPOLDINENSE: ESCRAVOS FUGIDOS

De vez enquanto vou postar aqui alguns fragmentos de textos, jornais ou livros antigos que fazem referência a Leopoldina para que a gente possa fazer uma breve viagem no passado da nossa cidade. 

Serão postagens curtinhas. Muitas vezes eu separo material para trabalhar futuramente e às vezes demora um pouco para que eu tenha tempo de analisá-lo. Assim, resolvi postas esses fragmentos como uma forma de estimular a curiosidade das pessoas que passam por aqui. 

Além disso, é uma resolução que eu tomei para 2014, uma forma de comemorar os 160 anos da emancipação de Leopoldina. 

É uma experiência, vamos ver se os leitores do blog gostam. Manifestem-se, por favor. 

Essa primeira postagem é sobre a escravidão. Pesquei no Jornal Leopoldinense alguns anúncios de escravos fugidos de fazendas em distritos e arredores do município de Leopoldina.



O Leopoldinense. Leopoldina, 09 de fevereiro de 1882, n. 12, p. 04 
(Arquivo da Hemeroteca Digital Brasileira - Fundação Biblioteca Nacional)

O Leopoldinense. Leopoldina, 12 de fevereiro de 1882, n. 13, p. 04 
(Arquivo da Hemeroteca Digital Brasileira - Fundação Biblioteca Nacional)

O Leopoldinense. Leopoldina, 19 de fevereiro de 1882, n. 14, p. 04 
(Arquivo da Hemeroteca Digital Brasileira - Fundação Biblioteca Nacional)

O Leopoldinense. Leopoldina, 11 de fevereiro de 1883, n. 07, p. 03 
(Arquivo da Hemeroteca Digital Brasileira - Fundação Biblioteca Nacional)
Percebam que nesses anúncios o escravo fugitivo é descrito em vários detalhes: a estatura física, a roupa que usava, defeitos físicos (faltam os dentes), características marcantes (tem fala fina, é bom de proza) e até suas habilidades (sabe ler, é cozinheiro). 

É sempre bom lembrar que Leopoldina foi um grande município escravista, tendo sido o segundo em população escrava, em Minas Gerais.

quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

Para meus alunos, sobre Inconfidência mineira

Esse vídeo faz um resumo da matéria até agora (claro, não tem tudo, mas ajuda a entender muita coisa). Foi exibido na sala de aula, esta semana.



Achei ainda essa reportagem, feita pelo SBT,  no youtube, que fala sobre a inconfidência e os inconfidentes. Tem menos de cinco minutos, vale a pena dar uma espiadinha.

A CONDESSA DE BARRAL: A PAIXÃO DO IMPERADOR


Dando sequência à leitura dos livros de Mary Del Priori sobre a intimidade da família real portuguesa, encerrei esta o título que trata da Condessa de Barral e seu romance com o Imperador D. Pedro II. Como os outros livros, esse se baseia em correspondências entre o Imperador e a Condessa, diários e outros registros onde essas duas figuras históricas desfilam. 

seguindo, também, a linha dos livros anteriores, Mary utiliza tanto o Imperador quando a Condessa para reconstruir o ambiente histórico e o ambiente em que os dois circula. assim, temos desde revoltas de escravos na Bahia até a Comuna de Paris sendo abordados ao longo da leitura, paralelamente à intimidade do casal e daqueles que os circulam. Bastidores de  arranjos matrimoniais, etiqueta social, escândalos e opiniões fortes dos personagens acerca de assuntos particulares ou políticos aparecem à medida que a leitura se desenvolve. 



Luisa Margarida Portugal e Barros, que seria a futura Condessa de Barral, foi uma mulher do seu tempo e, ao mesmo tempo, à frente dele. Criada em dois mundos ( o francês e o brasileiro) reuniu em si tanto os ideias de progresso e modernidade quanto convenções sociais conservadoras, que de tempos em tempos pareciam entrar em choque. É um livro que conta a história de uma mulher forte, que circulou nos bastidores do poder no Brasil e na Europa. Monarquista, foi uma testemunha da queda do antigo regime no século XIX.

Recomendo a leitura.

terça-feira, 4 de fevereiro de 2014

Revista Cultura histórica & Patrimônio


Saiu o primeiro número da Revista Cultura histórica & Patrimônio, da UNIFAL. O primeiro número tem vários artigos sobre história, cultura e patrimônio. Os textos estão em PDF e disponíveis para download, clicando aqui!

Gostei particularmente de dois:

1. Livro Didático: lugar da memóriaEliezer Raimundo de Souza Costa
2. Organizar acervos e publicar documentos históricosno Brasil durante as primeiras décadas do século XX: considerações a respeitodo trabalho de um historiador Gabriela D'Avila Brönstrup

A revista está recebendo artigos e resenhas para o próximo número.



Minicurso "Narrativa Judaica"



Minicurso "Narrativa Judaica" - dias 8 e 9 de abril de 2014

FAFICH/UFMG - Belo Horizonte

Inscrições e Informações:
http://www.fafich.ufmg.br/hist_lingua/minicursos.html
http://www.fafich.ufmg.br/hist_lingua/valores.html
histlingua@gmail.com

Minicurso "HQs e História: A narrativa em Quadrinhos como Prática cultural"


Minicurso "HQs e História: A narrativa em Quadrinhos como Prática cultural" - dias 9 e 10 de abril de 2014 durante o III Encontro do Grupo de Estudo e Trabalho História e Linguagem: Política das Narrativas Políticas - UFMG.

Informações:
http://www.fafich.ufmg.br/hist_lingua/minicursos.html
http://www.fafich.ufmg.br/hist_lingua/valores.html 
histlingua@gmail.com

O TERREMOTO DE LISBOA DE 1755

O texto abaixo foi feito para reforçar o estudo do Período Pombalino, tendo como eixo de referência o terremoto de Lisboa, ocorrido em 1755. Não trata-se de uma pesquisa ou texto científico, mas de uma síntese feita a partir da leitura dos textos abaixo referenciados. O texto é para alunos do oitava ano do Ensino Fundamental II.
Gravura representando a destruição de Lisboa em 1755
Disponível em http://goo.gl/mYzzbH
Em 1 de Novembro de 1755, por volta das 9:30 da manhã, Lisboa foi atingida por um violento Terremoto. Estudos realizados por geólogos concluíram que o terremoto alcançou a intensidade de 9 graus na escala de Richter, cujo o grau máximo é 10. Um terremoto dessa magnitude pode devastar uma área de milhares de quilômetros.
Esse evento geológico foi acompanhado de um Maremoto e de um incêndio que, segundo relatos de testemunhas, durou 6 dias, provocou a destruição de grande parte da cidade. O número total de vítimas calcula-se entre os dez e os trinta mil mortos. É considerado um dos maiores desastres da história da Europa e do mundo.
O terremoto teve grande repercussão dentro e fora do Império Português. Já nas primeiras semanas começaram a circular descrições do desastre, que foi considerado como um dos acontecimentos com maior impacto mediático na época. Voltaire escreveu o poema Le Désastre de Lisbonne (1756).
Poème sur le désastre de Lisbonne (1756)

Ô malheureux mortels ! ô terre déplorable !
Ô de tous les mortels assemblage effroyable!
D'inutiles douleurs éternel entretien !
Philosophes trompés qui criez: "Tout est bien",
Accourez, contemplez ces ruines affreuses,
Ces débris, ces lambeaux, ces cendres malheureuses,
Ces femmes, ces enfants l'un sur l'autre entassés,
Sous ces marbres rompus ces membres dispersés ;
Cent mille infortunés que la terre dévore,
Qui, sanglants, déchirés, et palpitants encore,
Enterrés sous leurs toits, terminent sans secours
Dans l'horreur des tourments leurs lamentables jours!
Aux cris demi-formés de leurs voix expirantes,
Au spectacle effrayant de leurs cendres fumantes,
Direz-vous: "C'est l'effet des éternelles lois
Qui d'un Dieu libre et bon nécessitent le choix"?
Direz-vous, en voyant cet amas de victimes :
"Dieu s'est vengé, leur mort est le prix de leurs crimes"?
Quel crime, quelle faute ont commis ces enfants
Sur le sein maternel écrasés et sanglants?
Lisbonne, qui n'est plus, eut-elle plus de vices
Que Londres, que Paris, plongés dans les délices ?
Lisbonne est abîmée, et l'on danse à Paris.
Tranquilles spectateurs, intrépides esprits,
De vos frères mourants contemplant les naufrages,
Vous recherchez en paix les causes des orages :
Mais du sort ennemi quand vous sentez les coups,
Devenus plus humains, vous pleurez comme nous.
Croyez-moi, quand la terre entrouvre ses abîmes
Ma plainte est innocente et mes cris légitimes. [...]

D. José I, rei de Portugal, e sua família não estavam na cidade, portanto, não sofreram diretamente os efeitos da tragédia. Mas nem por isso deixaram de serem atingidos pelas consequências do desastre. Conta-se que o rei ficou tão impressionado com a destruição causada pelo terremoto que, durante anos, recusou-se a morar em edifícios de pedra. Teria pensando até em abdicar do trono, temendo não ser capaz de reconstruir a capital e lidar com a crise que se formou após o terremoto.
D. José I, foi, inclusive, abandonado por alguns de seus Secretários de Estado que, ao invés de ir ao encontro do rei para traçar planos e contornar a crise, fugiram para suas propriedades no interior ou mesmo deixaram Portugal. A exceção foram Carvalho e Melo e Sebastião José de Carvalho e Melo (Marquês de Pombal).
Lisboa  havia passado por outros abalos sísmicos registrados em 1724 e em 1750, no dia da morte do rei D. João V, mas ambos não provocaram grandes estragos. Mas o de 1755 foi catastrófico. Dos 69 conventos que existiam na cidade, apenas 11 deles resistiram e mais de 30 palácios foram destruídos.[1] Edifícios importantes como o Teatro da Ópera, o palácio do Duque de Cadaval e o Arquivo da Torre do Tombo sofreram sérios damos ou foram praticamente destruídos. Bibliotecas antigas, como as dos Dominicanos e dos Franciscanos foram perdidas.  Ao todo, estima-se que foram destruídos cerca de 10 000 edifícios. Um duro golpe ao patrimônio histórico e cultural europeu, uma vez que Lisboa era uma das cidades mais antigas da Europa, remontando à época do Império Romano.
Foi em meio a esse caos que Sebastião José de Carvalho e Melo, então Secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros e da Guerra, tornou-se um dos responsáveis pelo gerenciamento da crise e a reconstrução da capital portuguesa, revelando naquele momento suas habilidades de liderança e organização. 
Enquanto boa parte da nobreza fugia da cidade, Pombal se encarregou de enterrar os mortos e dar assistência aos sobreviventes da tragédia. Socorrer feridos e mutilados era um desafio. Hospitais importantes como o Hospital Real de Todos os Santos foram destruídos, faltavam médicos. Não havia nem mesmo cemitérios para enterrar os mortos, pois os mortos eram normalmente enterrados nas Igrejas[2]. Logo em seguida, vieram as doenças. 
A segurança pública foi um dos aspectos com que o Marquês de Pombal mais se preocupou. Responsáveis por roubos e saques foram punidos e deu-se início ao planos de reconstrução. Pombal recebeu toda autonomia para lidar com a crise, crescendo em influência e poder. O Marquês de Pombal torna-se Primeiro Ministro de Portugal e o segundo homem mais influente e poderoso de todo o Império.
Liderada pelo Marquês de Pombal, a reconstrução de Lisboa tornou-se uma prioridade. O engenheiro Dom Manuel da Maia foi responsável por coordenar o processo de reconstrução. Já em 4 de Dezembro de 1755, foram apresentados os seis projetos para a reedificação da cidade. De um total de seis plantas analisadas foi escolhida a de Eugênio dos Santos, arquiteto do Senado da Cidade. O novo modelo urbanístico previa a reconstrução da cidade com base em ideias iluministas. Foram previstas praças, prédios mais baixos, ruas mais largas.
O projeto urbanístico obedecia a traçados de eixos onde se destacavam monumentos  ou estátuas. Por exemplo, a Rua Augusta com o arco triunfal, através do qual, no seu eixo, se colocou a estátua de D. José. O Marques de Pombal ainda criou incentivos de interesse à nova classe da burguesia comercial. Ao norte do Rossio foi criado o "Passeio Público"(1764),  área de lazer da burguesia. Foram abertas novas avenidas e bairros, onde passaram a residir burgueses enriquecidos. A partir de 1780 aparece a iluminação pública da cidade e em 1801 as ruas passam a ter o nome afixado.[3]
 

Planta topográfica da cidade de Lisboa arruinada, também segundo o novo alinhamento dos arquitectos Eugénio dos Santos Carvalho e Carlos Mardel, litografia colorida, 1947. Dim.: 57mm X 83mm. Projecto escolhido para a reconstrução de Lisboa após o Terramoto de 1755, da autoria dos arquitectos Eugénio dos Santos Carvalho e Carlos Mardel e datado de 12 de Junho de 1758. Apresenta a particularidade de mostrar, a rosa, as áreas arruinadas pelo terramoto de 1755, às quais se sobrepõe o projecto de reconstrução definitivo elaborado. A planta permite verificar a área abrangida pelo plano de reconstrução: S. Paulo, pelos arquitectos Eugénio dos Santos Carvalho e Carlos Mardel (escala: 2000 palmos) - Museu da Cidade 

(disponível em Disponível em http://comjeitoearte.blogspot.com.br/2011/11/lisboa-pombalina-reconstrucao-da-cidade.html, acesso em 04/02/2014).


Desejava-se não apenas recuperar a antiga Lisboa, como também, torna-la moderna e preparada para novos abalos sísmicos. Além disso, a reconstrução serviu para os objetivos políticos de Dom José I, que se aproxima da burguesia e desfila como déspota esclarecido, ao lado de Pombal. Por outro lado, reforça também, sua posição de monarca absolutista marcando sua presença no espaço urbano com monumento como sua estátua equestre. Para reconstrução da capital usou-se, claro, o ouro que vinha das Minas Gerais, então, no auge da produção aurífera.
FONTES CONSULTADAS
ASSUNÇÃO, Paulo de. A reconstrução da cidade de Lisboa e os Tratados de Arquitetura. Revista Integração,  ano XVI, no 60, 2010, p.15-33. Disponível em ftp://ftp.usjt.br/pub/revint/15_60.pdf, acesso em 04/02/2014.
História da cidade de Lisboa. Disponível em: http://www.lisboa-cidade.com/lx/index99pt.asp?pa=ptihist.htm, acesso em 04/02/2014.

Lisboa Pombalina - Reconstrução da cidade. Disponível em http://comjeitoearte.blogspot.com.br/2011/11/lisboa-pombalina-reconstrucao-da-cidade.html, acesso em 04/02/2014.

O Terramoto de 1755 e a Reconstrução (séc. XVIII – XIX). Disponível em: http://www.museudacidade.pt/Esposicoes/Permanente/Paginas/Terramoto-de-1755-Reconstrucao-sec-XVIII%E2%80%93XIX.aspx, acesso em 04/02/2014.
Poème sur le désastre de Lisbonne (1756). Disponível em http://ginnungagap.over-blog.com/article-34528857.html, acesso em 04/02/2014.
Terramoto de 1755 e Reconstrução Pombalina. Disponível em: http://www.infopedia.pt/$terramoto-de-1755-e-reconstrucao-pombalina, , acesso em 04/02/2014.


[1] ASSUNÇÃO, Paulo de. A reconstrução da cidade de Lisboa e os Tratados de Arquitetura. Revista Integração, ano XVI, no 60, 2010, p.15-33. Disponível em ftp://ftp.usjt.br/pub/revint/15_60.pdf, acesso em 04/02/2014.

[2] ASSUNÇÃO, Paulo de. A reconstrução da cidade de Lisboa e os Tratados de Arquitetura. Revista Integração, ano XVI, no 60, 2010, p.15-33. Disponível em ftp://ftp.usjt.br/pub/revint/15_60.pdf, acesso em 04/02/2014.
[3] História da cidade de Lisboa. Disponível em: http://www.lisboa-cidade.com/lx/index99pt.asp?pa=ptihist.htm, acesso em 04/02/2014.

Para entender melhor o que aconteceu em Lisboa, assista os vídeos abaixo.