quinta-feira, 28 de junho de 2018

DE MARIELLE A RAZAN: A VIOLÊNCIA CONTRA AS MULHERES É A VIOLÊNCIA CONTRA TODA A HUMANIDADE

Ilustração de Chantal Montellier em homenagem à enfermeira Palestina Razan al-Najar

No dia 01 de junho do ano corrente a enfermeira palestina Razan al-Najar, de 21 anos, foi morta a tiros durante um protesto na Faixa de Gaza. Razan era voluntária e foi responsável por salvar centenas de vidas. A morte da enfermeira, que usava o colete médico na ocasião, fere o direito o Direito Internacional Humanitário que, entre outras coisas, protege os feridos em áreas de conflito assim como as equipes médicas que lá atuam. A morte de Razan por forças militares de Israel pode ser caracterizada como uma violação ao DIH e, portanto, um crime de guerra.

Num conflito que ceifa vidas a cada dia, na grande maioria de civis palestinos, uma relevante parcela do povo israelita acredita os palestinos que morrem pelas mãos de seus soldados, merecem esse destino. O povo de Israel parece ter esquecido seu passado de escravidão, de privação, exílio forçado e genocídio.

No Brasil, perdemos uma ativista dos direitos humanos, a vereadora Marielle Franco que foi assassinada no dia 14 de março do ano corrente. Marielle foi, ainda, vítima de difamação, sem nem ao menos poder se defender. Com Razan al-Najar não foi muito diferente. Num primeiro momento, o exército de Israel declarou que abriu fogo apenas em agitadores reduzindo a morte da enfermeira a quase uma banalidade. Mas a reação internacional fez com que Israel prometesse investigar o caso.

Não foi muito diferente aqui no Brasil. Para uma parcela da população, Marielle merecia morrer, afinal ela era uma defensora dos direitos humanos, o que para muitos no Brasil se traduz como "uma defensora de bandidos". Apenas para título de esclarecimento, segundo a ONU, os direitos humanos incluem o direito à vida e à liberdade, à liberdade de opinião e de expressão, o direito ao trabalho e à educação, etc. Aqueles que se dizem contra os direitos humanos, em tese, estão negando-os a si mesmos. 

Ilustração de Mariana Cagnin Disponível em: https://iphone.facebook.com/politicashq/?__tn__=C-R


Um dado estatístico triste, divulgado pela Agência Brasil no início do mês de junho, mostra que no ano de 2016 o Brasil ultrapassou a marca de 62 mil homicídios (62.517 pessoas foram assassinadas) o que corresponde a 30,3 pessoas a cada 100 mil habitantes. Um número 30 vezes maior do que o de toda a Europa. Na última década, mais de meio milhão de brasileiros foram mortos.  A maior parte das vitimas são jovens, negros e mulatos. Todos eles mereciam morrer?

Não consigo entender o ódio que se tem do pobre no Brasil, da mesma forma como não entendo o ódio que leva israelitas a atacarem palestinos. Talvez porque eu use a lógica. A mesma lógica faz com que eu questione:  por que alguém que se dedica a ajudar ao próximo merece morrer?

Também me pergunto que tipo de religião ou de governo pode encontrar razão em defender este tipo de comportamento. Mas razão é algo que não se encontra facilmente no mundo atual. Na verdade, estamos cada vez mais sendo sufocados pela irracionalidade coletiva e pelo ódio a quem simplesmente se recusa a odiar.

Marielle e Razan são duas mulheres vitimas da violência que elas combatiam. Uma violência que não é apenas contra as mulheres, mas contra à própria noção de dignidade. Elas representam todas e todos aqueles que morrem a cada minuto, muitas vezes sem saber a razão. As famílias de Marielle e Razan talvez não conheçam a justiça. Essa é mais uma coisa que elas possuem em comum. Mas não acho que isso seja motivo para se resignar. Pelo contrário, devemos seguir o exemplo destas duas mulheres  para que ainda possa haver esperança da razão sobrepujar a ódio no coração da humanidade.

quarta-feira, 6 de junho de 2018

INSCRIÇÕES PARA O V CONCURSO LITERÁRIO DA ALLA


Já estão abertas as inscrições para o V Concurso Literário da ALLA. O evento é promovido pela Academia Leopoldinense de Letras e artes e está aberto a todas as escolas do município e ao público geral. A temática é livre. As categorias são:
1. Poesia
2. Cartum/charge
3. Resenha
4. Conto
5. Crônica
6. Relato de experiência pedagógica

As inscrições para o Concurso Literário deverão ser realizadas entre 8 horas do dia 01 de junho de 2018 e 18 horas do dia 15 de junho de 2018, exclusivamente on line. Para mais informações, consulte o edital do concurso no site da ALLA, clicando aqui!

terça-feira, 5 de junho de 2018

ARTIGO PUBLICADO NA PAPIERS NICKELÉS SOBRE MALIN BILLER

Na edição # 55 da revista Papiers Nickelés, de dezembro de 2017, saiu um artigo meu sobre Malin Biller, quadrinista muito popular na Suécia. Eu sou uma admiradora do trabalho dela, que inclusive, foi exposto aqui no Brasil, em Leopoldina (MG), em uma exposição sobre quadrinhos, em maio de 2017.

O artigo é sobre a obra e a trajetória da autora, que me deu uma entrevista via e-mail, ano passado, que eu publiquei aqui no blog (clique aqui para conferir), e com quem eu me encontrei pessoalmente este ano, em Gotemburgo (clique aqui para conferir). 

Segue o meu texto, Malin Biller, bédessinatrice suédoisesobre a autora:
Clique na Imagem para ampliar!
O texto fez parte de um dossiê especial  sobre ilustradores e contou com vários artigos:

1914-18, une guerre féminisée ? Les dessinatrices en guerre I par Antonin Erwan

Enki Bilal, disque disque rage... par Dean Corso

L’histoire d’une image par Patrick Cohen

Vip flingue l’Amérique par Théophraste Epistolier

Le secret de l’énigme du piège diabolique de la Fondation Jacobs par Yves Frémion et Claude Haber

Le prix Papiers Nickelés-SoBD

Cahier central : spécial illustrateurs par Yves Frémion
Suzanne Ballivet froufroute
Caprioli chasse la baleine
En l’an 3000 avec Henriot
’’L’île au trésor’’ de Van Rompaey
Les ’’Tribunaux comiques’’ de Xaudaro
Les cartes de voeux de la ’’Série Kaempfer’’