segunda-feira, 19 de agosto de 2013

HOJE É DIA DO HISTORIADOR


O dia 19 de agosto foi escolhido para celebrar o Dia do Historiador, profissional que pode atuar no âmbito da educação, como professor, ou se dedicar à pesquisa. Ele também tem o papel de subsidiar ações, arquivos, museus e investigações arqueológicas.

Quem é o historiador, afinal? 

Desde antes de me formar na faculdade ouço as pessoas se apresentando como historiadores. Professor de História, então, adora fazer isso. Eu, particularmente, me tornei historiadora anos depois de formada, quando fiz minha especialização. Foi ali que eu comecei a entender e a praticar o ofício de historiadora. Quase 20 anos depois ainda acho que tenho muito que aprender. Afinal, historiador é aquele que coloca a mão na massa e que busca um constante aprimoramento por meio da pesquisa e da leitura. Ter um diploma não faz de ninguém historiador. 

E alguns dos melhores historiadores que eu já conheci, imaginem, nem eram formados em história. O historiador é aquele que encara a história de forma ao mesmo tempo séria e serena. Séria  poque sabe que tem compromisso com seu objeto de estudo, que não pode se render às paixões avassaladoras e por entender que o registro da sua pesquisa (seja por meio de livros, dissertações, teses ou simples artigos) poderá servir de arcabouço para pesquisas posteriores. Serena, porque deve manter sempre um grande equilíbrio, fugir da tentações e vaidades, muito presentes no meio acadêmico.


Assim, caro historiador, parabéns pelo seu dia e pelo seu trabalho, que vi durar enquanto dure a espécie humana.

terça-feira, 13 de agosto de 2013

3ª CONFERÊNCIA MUNICIPAL DE CULTURA DE LEOPOLDINA

Renata e Berê
Aconteceu neste último sábado, na Casa de Leitura Lya Müller Botelho, a 3ª Conferência Municipal de Cultura de Leopoldina. Eu, juntamente com Renata Arantes, Berê Salles e outras pessoas comprometidas, fizemos parte da comissão organizadora. 

Confesso que estava desanimada, a princípio, mas não podia negar ajuda, por menor que fosse aos colegas. Falar de cultura em Leopoldina é complicado, mas acredito que isso não seja uma realidade apenas nossa.


Público aguardando o início da Conferência

Eu me sinto, muitas vezes, em meio a um tiroteio onde se usam palavras como munição. Fulano que fiz que beltrano não faz o que tem que fazer que o sicrano não tem experiência ou conhecimento, etc. Muitas críticas ao que se faz ou ao que se deixou de fazer.

A gente se vê entrincheirado nesse conflito verbal, do qual muitas vezes acabamos participando. Nossas opiniões estão sendo formadas ali, muitas vezes ficamos perdidos sem saber direito em quem confiar (todos sempre acham que são donos da razão), sem saber onde estão os exageros, onde a vaidade se esconde (e ela sempre está presente). Enfim, a verdade é que, lá no fundo, estamos todos perdidos.

Independentemente dos resultados que puderem vir a ser colhido pela nossa sociedade com as ações e decisões dessa reunião, que foi importantíssima, eu acho que o maior ganho foi o fato de que nós estamos nos "achando".

Plenária final

Vendo a sala lotada, as pessoas tendo que se sentar no chão porque faltavam cadeiras para todos, naquela tarde de sábado, eu fiquei finalmente animada. Noventa pessoas reunidas onde se esperava apenas cinquenta.

Mais do que propostas, foi valiosa a presença da comunidade, representada de todas as formas, por pessoas de todas as idades e de formações variadas. Foi ali que eu finalmente me encontrei e, o que era uma desanimação, uma falta de fé no futuro da nossa comunidade, se tornou um injeção de ânimo.

Plenária final

Para mim, a conferência foi um sucesso. Não importa se você não tem experiência e se lhe falta conhecimento sobre determinado assunto, naquele dia um completava o outro e juntos tivemos a felicidade de poder sair de lá depois de quase oito horas de trabalho com a sensação de que Leopoldina tem uma cara nova.

Essa cara nova é representada por todos aqueles que tiraram praticamente metade do seu fim de semana, do seu momento de descanso, de lazer para fazer da nossa cidade, uma cidade melhor. Nesses momentos, vaidade não tem espaço, e comunidade ganha um sentido mais amplo.

Obs. Podem compartilhar, mas peço que não reproduzam meu texto sem minha devida autorização.


VALORIZANDO A CULTURA POPULAR EM LEOPOLDINA: CUMBUCA


Ás vezes o maior pecado é a falta de conhecimento, mesmo que involuntária. Eu me senti hoje uma pecadora porque não conhecia o trabalho do pessoal do Cumbuca. Para falar a verdade, eu acho até que já tinha feito uma visita ao site, há algum tempo, mas de forma corrida, sem dar a ele a devida atenção. O que, por sinal, torna meu pecado pior.

O que ele tem de especial? Ele é um site dedicado à cultura popular de Leopoldina. Um trabalho muito bonito, que reúne informações, imagens e relatos de quem participa de manifestações como a folia de reis e o congado. Gente nosso, fazendo uma coisa linda que muitas vezes, na escola, quando vamos pesquisar acabamos usando como referência grupos e pessoas de outra cidade.

Agora, em pleno mês do folclore, que fonte maravilhosa para se trabalhar com os alunos na escola. Falar o folclore, das tradições, dos costumes locais é muito mais interessante e traz a cultura popular para dentro da sala de aula não como algo que se lê nos livros, mas que se pratica na vida, alí do lado, no bairro vizinho, na área rural (que em Leopoldina nem sempre é tão distante assim).

Então, fica dica: http://cumbuca.org.br/, acesse, leia e conheça mais sobre nossas tradições.

domingo, 4 de agosto de 2013

PESQUISAS SOBRE QUADRINHOS ESTÃO EM DESTAQUE NO ST IMAGENS, REPRESENTAÇÕES E GÊNERO


O meu trabalho foi aceito no ST Imagens, representações e gênero, para o Seminário Internacional Fazendo Gênero 10 - Desafios Atuais dos Feminismos se realizará em Florianópolis, Santa Catarina, entre 16 a 20 de setembro de 2013 e será promovido pelo Centro de Filosofia e Ciências Humanas, pelo Centro de Comunicação e Expressão, bem como por outros Centros da UFSC, em parceria com o Centro de Ciências Humanas e da Educação da UDESC.

Mas eu ainda não tinha olhado a programação do ST, nem mesmo no meu dia de apresentação, que será 17 de setembro. Para minha (grata) surpresa a maioria esmagadora dos trabalhos é sobre quadrinhos. E não são poucos são, ao todo, oito pesquisas sobre quadrinhos e charges. Veja os temas e seus respectivos proponentes.

17/09 - Terça-feira
  1. Lucilia de Sa Alencastro (Universidade Tuiuti do Paraná), Frederico de Mello Brandão Tavares (Universidade Federal de Ouro Preto) -  A Melindrosa e o Almofadinha: Representações de gênero nos desenhos de J.Carlos
  2. Bruna Batista Abreu (Universidade Federal de Santa Catarina) - Analisando representações de gênero no gibi Turma da Mônica Jovem
  3.   Alan Ricardo Witikoski (Universidade Tecnológica Federal do Paraná), Maureen Schaefer França (Universidade Tecnológica Federal do Paraná) - As representações de gênero nos rótulos litográficos de Cachaça do Paraná
  4.  Iuri Andréas Reblin (Faculdades EST) - De filha do barro à filha de Zeus: representações do feminismo através dos tempos a partir de um olhar às histórias da Mulher Maravilha
  5.   Vinícius Liebel (Universidade de São Paulo) - De Saias na Guerra - Representações do feminino nas charges de Belmonte (1939-45)
  6.  Thais Mannala (Universidade Tecnológica Federal do Paraná), Marilda Lopes Pinheiro Queluz (Universidade Tecnológica Federal do Paraná) - Melindrosas e Garotas: representações de feminilidades nos traços de J.Carlos e de Alceu Penna
  7.   Francielly Rocha Dossin (Universidade Federal de Santa Catarina) - Os diferentes “sonhos” femininos: As fotomontagens de Grete Stern e as fantasias de capa na revista Idilio
  8.    Natania Aparecida da Silva Nogueira (Universidade Salgado de Oliveira) - Representações femininas nos quadrinhos de aventura das décadas de 1930 a 1950
  9.  Isabella Cosse (Universidad de Buenos Aires) - “Ese monstruito”: Mafalda, género y generaciones en la Argentina de los 60´

quinta-feira, 1 de agosto de 2013

Onde está o Instituto Municipal do Patrimônio Histórico e Artístico de Leopoldina?

Pois é, gente, existe o Instituto Municipal do Patrimônio Histórico e Artístico de Leopoldina, ou pelo menos ele deveria existir. Foi criado pela a lei n. 1.662 de 13 de abril de 1984, durante o governo do prefeito Osmar Lacerda França. Nesse mesmo dia, a lei 1.663 decreta o tombamento municipal do imóvel localizado na rua Barão de Cotegipe, n. 386 que, se não me engano, é a casa de Augusto dos Anjos.

Fui à Câmara Municipal consultar algumas informações e me deparei com essa lei que, pasmem: está em vigor. Oficialmente nós temos um Instituto Municipal do Patrimônio Histórico e Artístico. A lei de criação foi aprovada, o texto nunca sofreu modificação e ela nunca foi revogada. só não sei dizer se o Estatuto chegou a ser feito e aprovado pelo prefeito. É o caso de pesquisar (e se alguém sabe de alguma informação e quiser compartilhar fique a vontade).

Cito um trecho:

Art. 3º. O Instituto Municipal do Patrimônio Histórico e Artístico de Leopoldina terá por finalidade incentivar as atividades culturais no município de Leopoldina e, colaborando com a Secretaria do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (SPHAN) e o Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico (IEPHA/MG), exercer a proteção, no município, aos bens móveis, de que tratam o Decreto Lei Federal nº 25, de 30 de novembro de 1937 e a Lei Estadual nº 5775, de 30 de setembro de 1971 e Legislação posterior.

Eu estou deixando disponível a lei, cuja cópia solicitei para análise, no scribd. Aguardo comentários!



Obs. Fiquem a vontade para copiar a lei, ela é de todos, mas peço que não reproduzam meu texto sem minha devida autorização

Imagens de Recreio na década de 1920

Quando acho que o facebook não ia me trazer nada além dos convites para jogos que eu detesto, aprece uma relíquia que me me fez ganhar um dia. Um vídeo com cenas de Recreio na década de 1920. Oras, nessa época, Recreio ainda era distrito de Leopoldina, portanto são cenas que fazem parte da história de Leopoldina.

Trata-se do registro das curas milagrosas do Professor Mozart, médium espírita que atendia na Estação de Recreio. Apresentado por Nóbrega da Cunha, Secretário da Sociedade Brasileira de Estudos Psíquicos. A divulgação das curas mediúnicas do Centro Espírita de Recreio era feita pelo jornal Vanguarda, através do seu jornalista Rubey Wanderley. 

O vídeo conta, entre outras coisas, com um registro da presença do chefe político local, o Deputado José Minteiro Ribeiro Junqueira. Ele mostra cenas do cotidiano e a ferrovia ainda em funcionamento, com passageiros chegando e embarcando. Há ainda a arquitetura da época,sobrados, casas, hotéis e outros ambientes. temos também uma amostra do vestuário característico da época, muito diferente daquilo que normalmente vemos nas novelas.


E vai o crédito a quem é de direito. O vídeo foi divulgado no facebook por Leonardo Ribeiro, pesquisador em Recreio.