sábado, 29 de março de 2014

LEOPOLDINA 160 ANOS - ABERTURA DO CICLO DE PALESTRAS


Ontem fizemos a abertura do Ciclo de Palestras, promovido pela Academia Leopoldinense de Letras e Artes, em comemoração aos 160 anos de Leopoldina. Na apresentação, Nilza Cantoni falou sobre a formação de Leopoldina e eu sobre a Princesa Leopoldina (baseada em um post que eu fiz aqui, anteriormente), enriquecido com mais fotos e com trechos de correspondências. 


Agradecemos imensamente a presença do público, que lotou o auditório da Casa de Leitura Lya Botelho e convido a todos para nosso próximo evento, que será na quarta, dia 02 de abril às 19:30.

EDUCAÇÃO PATRIMONIAL X COLONIZAÇÃO DA MEMÓRIA

Na quinta passada eu participei de uma mesa redonda sobre educação patrimonial, com Yussef Campos e Nilza Catoni. Preparei uma apresentação e estou disponibilizando a quem interessar.



Esta apresentação tem elementos que eu trabalhei em dois texto, publicados no História Hoje, que podem ser acessados clicando aqui e  aqui.

quarta-feira, 26 de março de 2014

PALESTRA: UM POUCO DA HISTÓRIA DE LEOPOLDINA

Começa nesta sexta, 28 de março, a programação cultural promovida pela Academia Leopoldinense de Letras e Artes em comemoração aos 160 anos da emancipação do município de Leopoldina. Leia o convite, divulgue e participe!

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CONVITE: MESA REDONDA - EDUCAÇÃO PATRIMONIAL EM LEOPOLDINA

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SITE DE HISTÓRIA DO BRASIL: HISTÓRIA HOJE


Para quem não sabe, estou contribuindo semanalmente para o site da minha orientadora do mestrado, a Prof. Dra. Mary Del Priore, História Hoje.  O site (um blog) é relativamente novo e tem atualizações diárias com textos muito interessantes sobre História do Brasil, História das Mulheres, História da Intimidade, enfim, vários assuntos que ela aborda ou já abordou em seus livros. Vale a pela a leitura. Nas sextas, tem publicações minhas, também. 

Convido todos a visitarem.
http://historiahoje.com

segunda-feira, 24 de março de 2014

II FÓRUM DE PESQUISADORES EM ARTE SEQUENCIAL

O II Fórum de Pesquisadores em Arte Sequencial (II FNPAS), promovido pela Associação de Pesquisadores em Arte Sequencial (ASPAS) acontecerá dentro do âmbito do II Congresso Internacional da Faculdades EST, na forma de um dos Simpósios Temáticos (é o ST02) dentro do Congresso, que terá como tema “Religião, Mídia e Cultura”. 

O Congresso Internacional da Faculdades EST se realizará entre os dias 8 a 12 de setembro de 2014. O FNPAS concentrará suas atividades entre os dias 10 e 12 de setembro. O FNPAS terá mesas redondas e sessões de apresentações orais. Por estar inserido dentro do Congresso Internacional, o/a inscrito/a poderá participar de toda a programação do congresso. A inscrição no FNPAS se dá mediante a inscrição no II Congresso Internacional da Faculdades EST. Para ler a circular, com todas as informações sobre o II FNPAS, clique aqui!

Sobre a ASPAS

Associação de Pesquisadores em Arte Sequencial (ASPAS) com sede na cidade de Leopoldina, Minas Gerais, é uma associação de pesquisadores que ensejam a pesquisa e o desenvolvimento científico e pedagógico acerca da arte sequencial, com ênfase nas histórias em quadrinhos. Por estar localizada no Estado de Minas Gerais, a sede torna-se um ponto de encontro estratégico para a reunião de pesquisadores e pesquisadoras de todo o país.
A ASPAS entende a arte sequencial como uma produção artístico-cultural que envolve uma narrativa própria da cultura contemporânea, traduzida descrita aqui como arte narrativa. Assim sendo, produções audiovisuais, televisivas, cinematográficas e literárias, bem como seus derivados (mitologias e miscelâneas diversas), tornam-se objeto de interesse de pesquisa em seu sentido lato, isto é, dentro do espectro da chamada “cultura pop” ou “cultura de massas” tais como charges, cartuns, caricaturas e outras formas de expressão gráfica que venham a se originar ou mantenham uma relação proximal com as histórias em quadrinhos (cinema, desenhos animados, fotonovelas, etc.).

domingo, 23 de março de 2014

Academia Leopoldinense de Letras e Artes (ALLA) comemora os 160 anos de Leopoldina com programação cultural e concurso

Este ano o município de Leopoldina comemora 160 anos de emancipação política. Para comemorar esta data, a Academia Leopoldinense de Letras e Artes (ALLA) lançou este mês seu I Concurso Literário, cujo tema é Leopoldina. São várias categorias, que envolvem desde alunos das rede municipal de ensino (pública e privada) até membros da nossa comunidade, de forma geral, que gostem de escrever e que desejem escrever sobre nossa cidade. 

As produções de texto deverão ser enviadas até dia 15 de abril. E, atenção, serão rigidamente cobradas as normas de formatação, sendo que textos fora dessas normas serão eliminados antes mesmo de serem lidos. Leopoldinenses que não residem mais na nossa cidade também podem participar.

Teremos também uma programação cultural especial, com palestras e apresentações de dança e música, começando agora, dia 28 de março. Contamos com a presença de todos.

Leia o regulamento na íntegra e confira nossa programação cultural.




domingo, 16 de março de 2014

FRAGMENTOS DA HISTÓRIA LEOPOLDINENSE: ROMANCE NA SENZALA

Diferente de outros anúncios que fala da fuga de escravos na região,  publicados no jornal Leopoldinense, o anúncio abaixo chama a atenção, pois revela a existência de um relacionamento amoroso escrava e feitor. 

A notícia envolve um caso ocorrido em Mar de Espanha mas, dada a proximidade de Leopoldina, poderia ser possível que os fugitivos aqui se escondessem, ocultando de alguma forma sua identidade. Por isso, além da descrição detalhada da escrava consta também uma descrição do feitor. Alguns detalhes chamam atenção. Reparem que a escrava é identificada pelo nome, enquanto que o feitor apenas pelas suas iniciais e o fazendeiro descreve até trejeitos do feitor.


O Leopoldinense. Leopoldina, 17 de fevereiro de 1881, n. 11, p. 04
(Arquivo da Hemeroteca Digital Brasileira - Fundação Biblioteca Nacional)


A fuga de dois amantes, por mais romântica que pareça, pode ter feito parte de toda uma estratégia para a conquista da liberdade. Imaginem o poder dessa mulher, que convence seu amante branco a fugir, largar a estabilidade do emprego, a casa e se aventurar numa empreitada que poderia terminar em prisão ou morte.

Caminhando por essa lógica  podemos deduzir que possivelmente havia entre escrava e feitor, além de uma relação amorosa, uma relação de poder exercida pela escrava sobre o feitor "onde a mesma utiliza-se do poder do seu corpo e da sua inteligência para submeter o feitor as suas vontades ou pelo menos escapar de situações impetuosas" (SANTOS, 2008:05).


Para as mulheres escravas no Brasil seduzir um homem livre poderia significar uma certa melhoria na qualidade de vida e até mesmo, a liberdade. Chica da Silva é um dos mais célebres exemplos disso, embora um caso excepcional.  Mas há outros. Algumas escravas que tiveram filhos com seus senhores conquistaram sua liberdade por meio desses filhos, que quando reconhecidos e libertos poderiam receber a mãe por meio de testamento. 

"Apesar de consideradas indignas de casas de papel passado, laços de convívio diários com escravas acabavam por tornar-se tão respeitados como em qualquer país da Europa e elas assumiam, sem maiores obstáculos, a honrosa posição de esposas. No caso  em que tais relações se prologassem, adentrando a velhice do parceiro, este não se decidindo por providenciar um casamento com uma mulher branca, acabava por fazer de seus filhos mulatos os únicos herdeiros de seus bens " (DEL PRIORE, 2005: 185)

Existindo ou não uma relação verdadeiramente afetiva, esta era um estratégia de sobrevivência da qual as mulheres escravas poderiam utilizar caso surgisse oportunidade. Embora um homem tivesse que ter uma mulher branca como esposa para apresentar à sociedade, as uniões com negras e mulatas eram comuns.

Qual foi o desfecho do caso entre o feitor português e a escrava Joanna? Difícil saber. Mas podemos ter certeza de que este tipo de relação (que podia resultar numa fuga ou até em um casamento) não foi um caso isolado durante o período em que o Brasil manteve o trabalho escravo.


REFERÊNCIAS

DEL PRIORE, Mary. História do Amor no Brasil. São Paulo: Contexto, 2005.

SANTOS, Harriet Karolina Galdino dos. O arquétipo feminino negro nos trópicos da sensualidade: um olhar literário e historiográfico acerca das relações de poder  no cotidiano brasileiro-colonizado. Anais do II Encontro Internacional de História Colonial.  Mneme – Revista de Humanidades. UFRN. Caicó (RN), v. 9. n. 24, Set/out. 2008. Disponível em: www.cerescaico.ufrn.br/mneme/anais, acesso em 16/03/2014.


sábado, 8 de março de 2014

A HISTÓRIA, OS QUADRINHOS E AS MULHERES

Retirado do site Lad's Comics

No dia internacional da mulher, seja por tradição ou por convenção, acabamos sempre enviando uma mensagem de felicitação ou fazendo uma postagem falando sobre o dia, sua origem, coisas do tipo.

Felizmente, eu não preciso esperar o dia 08 de março para isso. Ao longo do ano sempre que posso escrevo algum pequeno texto sobre mulheres e sua participação na história. Não por obrigação (e quem iria me obrigar?), mas pela satisfação de poder falar um pouco sobre essas personagens batalhadoras, famosas ou anônimas que desempenharam em seu tempo papeis diversos e deram sua contribuição, grande ou pequena, para a formação da nossa sociedade.

Acho isso ótimo! Quando pesquiso e escrevo estou reforçando minha identidade feminina, valorizando a minha capacidade produtiva. Que eu atinja duas, duzentas ou duas mil pessoas, isso não importa. Feminista? Não me classifico assim. No entanto, se valorizar o papel da mulher na sociedade e enxergar para todas nós mais do que aquilo que os outros dizem (e aqui nesses outros incluo homens e mulheres) que podemos ter e ser me faz feminista, talvez eu seja então.

Imagem retirado do http://pt.forwallpaper.com/wallpaper/x-men-storm-243115.html

Minha especialidade nos últimos anos, como muitos sabem, tem sido a pesquisa envolvendo quadrinhos (em história e educação). Ultimamente, tenho me dedicado à história das mulheres nos quadrinhos norte-americanos. Minhas leituras já eram direcionadas a esse tema, mesmo antes do mestrado. Por essa razão resolvi tirar alguns minutos (e do tempo do leitor deste blog) para falar um pouco de História, Quadrinhos e Mulheres.

De alguns anos para cá a historiografia dos quadrinhos vem dando crédito e redescobrindo uma legião de mulheres que atuaram - e muitas ainda atuam - na indústria dos quadrinhos pelo mundo.  Nomes antes por mim desconhecidos como o Rose O’Neill, Wilde Weber, June Tarpé Mills, Dale Messick, Nair de Teffé e tantas outras se revelaram verdadeiras heroínas e carne osso, mulheres que triunfaram em um campo onde os homens se dizem hegemônicos.

Criadoras e criaturas, empresárias ou editoras, mulheres que ficaram conhecidas pelo (as) personagens que criaram; personagens femininas que marcaram época e que ainda sobrevivem na imaginação de jovens e adultos, de leitores de todas as idades. Todo um universo cultural vem sendo redescoberto por meio de uma historiografia dos quadrinhos que tem à sua frente pesquisadores e pesquisadores que atravessam fronteiras e nos trazem informações preciosas acerca da história dos meios de comunicação e da história das próprias mulheres.

Imagem retirada do Cocota Net
E não vamos esquecer personagens queridas e imitadas como Mônica, Luluzinha, Mulher Maravilha, Tempestade, Super Girl e Mafalda, nossas garotas fortes, inteligentes, ardilosas, carinhosas e, também elas, muitas vezes injustiçadas. Heroínas ou vilãs, elas representam um pouquinho de cada mulher, seus defeitos, suas qualidades, seus desejos e suas aspirações. 

Que o dia Internacional da Mulher seja um momento de convidar todos àqueles que querem saber um pouco mais da história das mulheres e da história dos quadrinhos a mergulharem nesse mundo de fantasia salpicado com uma boa dose de realidade. E a fantasia, muitas vezes inspirada na realidade, possa fornecer aos leitores a possibilidade de repensar nossa dinâmica social. A responsabilidade de construir uma sociedade realmente igualitária e fraterna é de todos nós, homens e mulheres, partes integrantes de todo um universo onde as relações sociais influenciam as ações humanas, para o bem ou para o mal. 

quarta-feira, 5 de março de 2014

MEMÓRIA DOS QUADRINHOS EM LEOPOLDINA

Embora seja difícil precisar com exatidão quem publicou as primeiras tiras cômicas em jornais leopoldinenses (com autoria de cartunistas locais), a produção de tiras e charges em Leopoldina teve seu boom nas décadas de 1980 e 1990, com jovens talentos locais. 

Personagens como Vamp Doidão, Rainha, Malucão e Zeca Pedra circularam em jornais como o Equipe e a Tribuna do Povo.  E quando digo jovens talentos, não estou exagerando: Cristiano Fófano publicava suas tirinhas aos 15 anos de idade. 

Para regatar um pouco da memória dos quadrinhos em Leopoldina, estaremos publicando algumas tirinhas e saíram durante esse período, uma forma de divulgar os nossos talentos do passado e, quem sabe, incentivar os do presente.

Hoje começaremos com uma charge e uma tirinha. 

Charge publicada no Jornal Equipe, em 1990.
Tirinha publicada na década de 1990 (s/d)

FRAGMENTOS DA MEMÓRIA LEOPOLDINENSE: O CARNAVAL

Pesquisando alguns exemplares do O Leopoldinnense encontrei algumas chamadas para o carnaval, na década de 1880. Algumas bem curiosas envolvendo grupos carnavalescos. O primeiro, data de 17 de fevereiro de 1881 e traz um programa detalhado do Distrito de Piedade (atualmente Piacatuba), que envolve até troca de flores e passeio a cavalo.

O Leopoldinense. Leopoldina, 17 de fevereiro de 1881, n. 11, p. 04
(Arquivo da Hemeroteca Digital Brasileira - Fundação Biblioteca Nacional)

No segundo, temos uma chamada para o carnaval de Cataguases, em 1882, também com a descrição do programa, com direito desfile com fantasia e carros alegóricos.

O Leopoldinenese. Leopoldina, 19 de fevereiro,  de 1882, n, 14, p. 04
(Arquivo da Hemeroteca Digital Brasileira - Fundação Biblioteca Nacional).

Uma curiosidade: os organizadores entram no espírito da festa e assinam com pseudônimos como "Valete de Copas",  "Lorde Grão de Bico" e " Lord Parafuso".

Tirinhas do Pacífico, no jornal Ilustração

Não é comum encontrar tirinhas em jornais Leopoldinenses mas, folheando exemplares do Jornal ILUSTRAÇÃO: idealismo e trabalho pelo engrandecimento de Leopoldina, periódico dirigido por Joaquim C. Guimarães, que circulou na cidade entre nas décadas de 1940 e 1950, encontrei algumas tiras cômicas de um personagem chamado Pacífico. 

O Jornal o apresenta como uma exclusividade. São poucas tiras, mas não deixa de ser um registro do uso da arte sequencial em publicações locais. Ainda não encontrei informações sobre a tira ou o autor. 

Leopoldina, 02 de abril de 1950.
Leopoldina, 19 de março de 1950
Leopoldina, 19 de março de 1950
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Agradecimentos à Casa de Leitura Lya Müller Botelho, que autorizou a pesquisa em seu acervo de periódicos.