segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Escola Municipal Judith Lintz nas Olimpíadas de História


Inscrevi duas equipes, do noturno, nas Olimpíadas Nacionais de História. A primeira fase começou semana passada e hoje eu verifiquei o resultado: as duas equipes passaram para a segunda fase! É uma grande conquista para para nós, pois os alunos do noturno foram os únicos que demonstraram interesse e me procuraram para a inscrição. As componentes de uma das equipes não sabem nem usar o computador e nem isto foi obstáculo. Estou orgulhosa deles.

Eu acompanho a realização das atividades mas procuro interferir o mínimo possível para que ele possam ter certeza de que passaram de fase pelo seu próprio mérito. Hoje iremos começar a fase 2. Estou torcendo para que cheguem até a terceira fase. Cada conquista está sendo uma pequena vitória. Torçam por nós!

sábado, 26 de setembro de 2009

Momento nostalgia

Quando fui procurar as fotos que tirei dos alunos durante o projeto de educação patrimonial, encontrei uma foto da minha formatura. Vou fazer um breve momento nostalgia. Tenho muitas saudades dos amigos e do tempo de faculdade.


Da esqueda para a direita: Renata Conte, Cinara (esposa do Julio), Júlio, o namorado da Cristina, a Cristina, Nilma, Silvana, Luiz Leitão, Elvia e eu agachada.

Resgatando antigos projetos

O registro de projetos desenvolvidos na escola, assim como relatos de experiências são fundamentais para o amadurecimento do profissional do ensino. No início da minha carreira como professora eu não tinha ainda esta preocupação. Assim, muitos dos meus projetos, realizados até o ano de 1998, não foram nem transformados em relatos, nem detalhados de qualquer outra forma.

Então, nada mais pertinente do que regatar a memória destes trabalhos, a começar pelo primero, que marcou muito a minha vida, como professora e como pesquisadora. Meu primeiro projeto com alunos do ensino médio, em 1995 e foi justamente um projeto de educação patrimonial. Não cheguei a escrever artigos ou comunicações sobre a experiência, pois ainda era uma professora bem imatura.

Na época eu cursava o primeiro ano da minha especialização em História Regional e estava tendo minhas primeiras noções de pesquisa. Praticamente não saia do Arquivo Histórico da UFJF. Meu projeto de monografia era sobre a escola onde eu trabalhava na época, o antigo Ginásio Leopoldinese.

Resolvi então propor aos alunos que formássemos uma equipe para recuperar e registrar livros antigos, fotos e outros documentos que marcaram a história da escola, fundada em 1906. Durante duas tardes por semana, cerca de 30 alunos se revezavam em turnos, fazendo limpeza de livros antigos e de equipamentos, como máquinas de datilografia. Nosso trabalho era realizado no antigo laboratório da escola, que hoje foi destruído e transformado em duas salas de aula.

Encontramos muita coisa interessante e pude começar a formar um perfil do tipo de aluno que frequentava a escola no início do século XX e o tipo ensino que a escola oferecia. Hoje, mais de 10 anos depois, o material que separamos e recuperamos foi parar em algum porão, infelizmente. No entanto me recordo que por mais de uma vez encontrei alguns destes alunos, muitos nem residem mais em Leopoldina. Nas vezes que nos encontramos eles comentaram justamente sobre o trabalho que fazíamos e eu sempre dizia que iria relatar a experiência um dia.

Embora o fruto do nosso esforço físico tenha se perdido, o objetivo do trabalho, que era valorização do patrimônio histórico-cultural foi alcançado. Prova disto é que mais de 10 anos depois ele continua na memória destes alunos, muitos deles pais e mães que irão repassar a seus filhos sua experiência, seu aprendizado. Se a escola faz seu papel como formador de mentes pensantes e conscientes do valor daquilo que as cerca, ela se torna uma peça fundamental da sociedade. Acho que naquele ano atingimos esta meta.

O projetos deste tipo, diferentemente das avaliações convencionais, é capaz de romper com a resistência que os alunos tem com relação à escola e ao aprendizado. Se sentir fazendo parte do processo de aprendizagem é fundamenta para que ocorra de fato a aprendizagem.

Seguem algumas fotos que tirei na época, único registro, até então, do trabalho que nós realizamos durante cerca de 4 meses.


sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Mostra do Filme Etnográfico

A “Mostra do Filme Etnográfico” é uma realização do Grupo de Pesquisa CNPq “Memória, Ensino e Patrimônio Cultural”, Associação Nacional de História - ANPUH - Seção Piauí, Programa de Pós-Graduação em História do Brasil, Universidade Federal do Piauí – UFPI e Fundação de Apoio à Pesquisa no Estado do Piauí – FAPEPI, que patrocina este evento.

Os documentários desta mostra foram produzidos via Edital de Apoio à Produção de Documentários Etnográficos sobre o Patrimônio Cultural Imaterial Brasileiro/Etnodoc, uma iniciativa da Associação Cultural de Amigos do Museu de Folclore Edison Carneiro, Centro Nacional de Folclore e Cultura Popular e Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional. O edital teve como patrocinadores, Petrobrás, Ministério da Cultura e Governo Federal.

A mostra realizar-se-á entre os dias 28 de setembro a 01 de outubro de 2009, na Sala Newton Lopes, CCHL/UFPI. Ao longo desses dias o CCHL será um espaço de lazer, cultura e educação em uma comunidade carente de salas de cinema, teatro, livrarias. O evento é gratuito e pretende atingir, nesta primeira edição, a comunidade de professores, alunos e servidores da UFPI.

O objetivo é discutir o filme etnográfico com instrumento de pesquisa nas ciências humanas e sociais, além do desejo de realizar um trabalho que busca formar e sensibilizar um público de leitores e consumidores de filmes fora do circuito comercial, sobretudo o filme nacional.

Justifica-se pela necessidade de permitir o acesso aos recursos audiovisuais [filmes/documentários] além de propor desafios e possibilidades aos alunos, educadores e comunidade para utilização desses recursos no processo de educação e sensibilização para compreensão do outro e de si mesmo.

Ao tempo das exibições, organizaremos debates e palestras sobre concepção e produção do filme etnográfico, usos e tecnologias.

Em trabalhos futuros pretendemos continuar a exibir filmes gratuitamente, sobretudo aqueles fora do circuito comercial e os produzido no Norte e Nordeste brasileiros, sempre provocando debates ao final das sessões.

Programação

De 28/09 a 1º/10/2009
Local: Centro de Ciências Humanas e Letras/Universidade Federal do Piauí
Inscrições obrigatórias e gratuitas

Dia 28/09 – Segunda-Feira
17h – Abertura
Participantes membros do Grupo de Pesquisa CNPq/UFPI “Memória, Ensino e Patrimônio”
Mediador: Marluce Morais
Local: Sala de Vídeo Newton Lopes – CCHL/UFPI

18h - Mesa Redonda “O filme etnográfico”
Local: Sala Newton Lopes – CCHL/UFPI
Participantes: Cristiano Mota (Representante da Associação dos Amigos do Museu Edson Carneiro/Etnodoc), Diva Figueiredo (Superintendente do IPHAN no Piauí), Áurea Pinheiro (Historiadora/UFPI), Cássia Moura (Fotógrafa)
Mediador: Éverton Diego/UFPI
Local: Sala Newton Lopes – CCHL/UFPI

19h - Sessão 01 - Filmes: Passos de Oeiras, Trama Mineira, São Luiz dorme ao som de tambores

Dia 29/09
14h30m - Sessão 02 – Filmes: Quebradeiras de coco, Trans-bordando, O barco do mestre, A invenção do sertão
Coordenador: Ariane Lima/UFPI
Local: Sala Newton Lopes – CCHL/UFPI

Dia 30/09
14h30m -Sessão 03 – Filmes: As benzedeiras de Minas, Se milagres desejais, Mano Brau, Calangos e calangueiros
Coordenador: Maluce Morais/UFPI
Local: Sala Newton Lopes – CCHL/UFPI

18h - Palestra
"Os espaços museais, educação patrimonial e filmes etnográficos: abordagens e perspectivas no ensino de História"
Palestrante: Sandra Pelegrini (Historiadora/Universidade Estadual de Maringá)
Coordenador: Antonio Fonseca Neto (Historiador/UFPI)
Local: Sala Newton Lopes – CCHL/UFPI

Dia 1º/10
14h30m- Sessão 04 – Filmes: Folia no Morro, Caboclos da Liberdade, O Joaquim, Diana e Dijavan
Coordenador: Everton Diego/UFPI
Local: Sala Newton Lopes – CCHL/UFPI

Encerramento (Grupo de Pesquisa UFPI/CNPq “Memória, Ensino e Patrimônio Cultural”
Local: Sala Newton Lopes – CCHL/UFPI

Realização da Mostra do Filme Etnográfico
Associação Nacional de História - ANPUH - Seção Piauí
Grupo de Pesquisa UFPI/CNPq “Memória, Ensino e Patrimônio Cultural”
Programa de Pós-Graduação em História do Brasil - UFPI
Fundação de Apoio à Pesquisa no Estado do Piauí – FAPEPI
Parceria/Realizadores do Etnodoc
Associação Cultural de Amigos do Museu de Folclore Edison Carneiro
Centro Nacional de Folclore e Cultura Popular
Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional
Patrocinadores do Etnodoc
Petrobrás
Ministério da Cultura
Governo Federal

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Trabalhos inscritos no VII Perpectivas do Ensino de História


Esta semana saiu a lista com os trabalhos aceitos para o VII Perspectiva do Ensino de História. O encontro será sediado no campus da Universidade Federal de Uberlândia, entre os dias 03 e 06 de novembro de 2009 e receberá professores e pesquisadores envolvidos no ensino de história de todo o país. É um dos mais prestigiados eventos da área.

Tive dois trabalhos aprovados: uma comunicação, no GT de História Local, com um trabalho sobre o ensino de história local no Ensino Fundamental I e uma oficina, dentro do GT O ensino de História nos anos iniciais da Educação Básica, que vou ministrar em parceria com a prof. dra. Valéria Fernandes, de Brasília. A oficina é voltado para o ensino de história utilizando histórias em quadrinhos, parte do trabalho que eu já faço aqui em Leopoldina. Valéria Fernandes também faz pesquisas na área de quadrinhos, especialmente os mangás Shoujo.

Agora é começar a fazer a poupança e aproveitar o máximo possível o encontro. Mais informações sobre o evento, a programação e a lista de trabalhos aprovados clicando aqui!

domingo, 13 de setembro de 2009

Meu artigo sobre Dilermando Cruz na Academia Mineira de Letras


O título já diz tudo: tive um artigo sobre Dilermando Cruz publicado na Academia Mineira de Letras. O convite para escrever o artigo aconteceu ainda do primeiro semestre deste ano, quando entrei em contato com a AML pedindo informações sobre o autor. Para a minha surpresa, a própria academia tinha pouco material e foi assim que recebi o convite. Ainda não estou com a revista em mãos, mas fui avisada da publicação pelo Monsenhor Châmel, irmão do escritor, historiador e acadêmico Oilian José.

Já que estou anunciando a publicação do artigo aproveito para avisar que fui convidada para fazer parte da Academia Leopoldinense de Letras e Artes e já estou frequentando as reuniões, dentro da minha disponibilidade de horários. Minha cadeira deve ser a nº 15, a mesma de Dilermando Cruz na AML, feliz coincidência, já que eu o escolhi para meu patrono.

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

O sentido de ensinar história


Não costumo postar este tipo de nota pessoal, mas sento a necessidade de compartilhar uma experiência que tive com outros colegas. Na segunda, dia 07 de Setembro, pela manhã, eu fui convidada para um programa na rádio, para falar um pouco sobre a Independência do Brasil. Para fugir um pouco do que comumente se fala, resolvi dar ênfase às guerras de independência, geralmente esquecidas. Preferi falar sobre os nossos heróis anônimos, que deram suas vidas na lita contra a opressão, pela liberdade e coisas do tipo. Não me aprofundei muito, pois minha participação no programa durou apenas alguns minutos.

No dia seguinte, a tarde, eu me encontrei com um ex-aluno do norturno, um senhor bem mais velho do que eu, trabalhador braçal, pessoa muito simples, sempre muito educado e atencioso, desde a época em que eu lhe dei aula, há uns 3 ou 4 anos atrás. Ele queria me cumprimentar pela participação no programa de rádio.

As palavras que ele me dirigiu foram muito profundas e me fez pensar no sentido de se ensinar história. Ele me disse que apesar da dificuldade que tinha na hora de fazer as avaliações e as atividades, que ele sempre procurou prestar atenção do que eu dizia e que isto lhe fez entender melhor as coisas e a desenvolver seu senso crítico. Ele se considera uma pessoa mais preparada para a vida hoje, porque não aceita as informações passivamente. Ele se despediu com uma frase simples: "História é como dinheiro, tem que ser contada".

Aquele encontro, que durou pouco mais de 5 minutos me deixou com uma inquietação. Muitas vezes nós, professores, sobre a pressão do dia a dia, as cobranças por resultados na forma de números, estatísticas, pontos, esquecemos do verdadeiro sentido de se ensinar história. Pensei comigo que o meu maior êxito como professora estava ali, naquele senhor simples, que estava redescobrindo o mundo através da história, que desenvolveu seu senso crítico através das aulas de história.

Ele não consta dos números publicados pelo MEC, mas é a prova de que nosso sistema de ensino tem seu lado bom. Infelizmente, este lado positivo é eclipsado pela necessidade em se mostrar altos índices de aprovação, como se este índices por si mesmo fossem suficientes para atestar a qualidade do ensino no nosso país.

De qualquer forma, este breve encontro teve um grande efeito sobre mim. Eu me senti muito motivada e entusiasmada. O salário é baixo, as dificuldades são muitas, mas este tipo de reconhecimento, vindo de forma sincera de um aluno é que dá realmente sentido em fazer o nosso trabalho.