quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

FELIZ ANO NOVO!


O ano de 2011 foi um ano muito bom, de novas descobertas, novos projetos e novas amizades. Não desejo mais do que isso para 2011. Agradeço a todos que visitam o blog pelos comentários, pelas dicas e por estarem conosco neste ano de 2010. Um Feliz 2011 a todos!

quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

NOVAS INFORMAÇÕES SOBRE O THEATRO ALENCAR



Revendo o livro com os relatórios da Câmara, encontrei várias notas sobre o Theatro Alencar. Elas se referem aos anos de 1923 a 1926, que antecedem à venda do prédio ao sr. Salvador Rodriguez y Rodriguez. Os relatos do Presidente da Câmara, Carlos Coimbra da Luz, falam sobre o estado precário em que o prédio se encontrava e da necessidade de reformas urgentes.

O prédio, na época, estava arrendado para a empresa
Arantes & Nogueira e pertencia à Câmara Municipal. O teatro era uma das formas de lazer mais procuradas pela população da cidade, o que pode ser confirmado pela leitura de várias notas lançadas na Gazeta de Leopoldina. e em outros periódicos que circularam em Leopoldina no final do século XIX e boa parte do século XX. O prédio do Theatro Alencar teria sido o primeiro para tal fim -

entretenimento - a ser construído em Leopoldina.


Respondendo aqui a uma questão levantada pela pesquisadora Nilza Cantoni, em texto publicado na Internet (clique aqui para conferir), a estrutura arquitetônica do Theatro Alencar que resiste até nossos dias, foi resultado de reforma efetuada a partir de 1927 por
Salvador Rodriguez y Rodriguez, após adquirir o prédio da Câmara Municipal pelo valor de 25 mil réis.

Segundo relatórios da Câmara, o prédio estava em vias de interdição em 1923, tendo sido posteriormente fechado. A princípio parecia intenção do Presidente da Câmara promover a reforma do Theatro Alencar ou construir outro prédio, tendo sido promulgada lei nesse sentido.

No entanto, alegando ônus aos cofres públicos, Carlos Luz acabou por autorizar a venda o edifício, em 1926. Seguem, trechos retirados do relatório do Presidente da Câmara acerca do processo acima descrito.


THEATRO
O velho casar]ao do Theatro Alencar, que é hoje propriedade da Câmara, não satisfaz às exigências dos modernos regulamentos de casas de diversões. Reformá-lo ou substituí-lo por outro é, pois, dever da administração.

Para esse fim, tenho entabolado negociações com a atual empresa arrendatária, que parece disposta a construir novo Theatro, em lugar apropriado, sem ônus para a Câmara, desde que lhe faça esta algumas concessões, conforme se tem praticado em outros municípios. Essas concessões, porém, só poderão ser feitas em virtude de lei e mediante concorrência pública.

Fonte: Câmara Municipal de Leopoldina. Mensagem do Presidente da Câmara Carlos Coimbra da Luz, contendo relatórios referentes ao exercício de 1923. Typ. Gazeta de Leopoldina, Leopoldina, 1924, p. 22.


THEATRO

Por oferecer perigo público, mandei fechar o Theatro Alencar, que se achava arrendado à Empresa Arantes & Nogueira.

A Lei n. 373 de 12 de novembro, deu-me poderes para contratar, com quem melhores vantagens oferecer, a construção, sob moldes modernos, de um prédio para theatro, ou reformar o atual, podendo desapropriar para esse fim os imóveis que forem necessários.

Por motivo financeiro, parece preferível reformar o atual prédio do Theatro, transformando-o convenientemente, de modo que se torne elegante e confortável.

Para isso, será necessário talvez adquirir um dos prédios vizinhos.

Fonte: Câmara Municipal de Leopoldina. Mensagem do Presidente da Câmara Carlos Coimbra da Luz, contendo relatórios referentes ao exercício de 1924. Typ. Gazeta de Leopoldina, Leopoldina, 1925, p. 32

THEATRO

Por ter sido fechado o Theatro Alencar, em virtude de vistoria realizada no mesmo, a requerimento da empresa arrendatária, está a cidade, há dois anos, privada dessa casa de diversões. não pode a Câmara, sem sacrifício de outros serviços urgentes, custear as despesas de reforma do prédio.

Mandei projetar e orçar as obras mais necessárias do mesmo e penso em abrir concorrência pública para a respectiva execução, mediante concessão de vantagens ao concorrente aceito, quando à exploração do Theatro.

Fonte: Câmara Municipal de Leopoldina. Mensagem do Presidente da Câmara Carlos Coimbra da Luz, contendo relatórios referentes ao exercício de 1925. Typ. Gazeta de Leopoldina, Leopoldina, 1926, p. 42

THEATRO
De acordo com a vossa autorização, expus à venda em hasta pública, o prédio do Theatro Alencar, a fim de ser reconstruído pelo arrematante, para o mesmo destino.
Aceita a proposta do sr. Salvador Rodriguez y Rodriguez, assinou-se , a 11 de agosto, a respectiva escritura de venda, pelo preço de 25 contos de réis, manifestamente vantajoso para o município.

A cidade ficará, destarte, dotada de uma boa casa de diversões, sem ônus para a Câmara.

Fonte: Câmara Municipal de Leopoldina. Mensagem do Presidente da Câmara Carlos Coimbra da Luz, contendo relatórios referentes ao exercício de 1926. Typ. Gazeta de Leopoldina, Leopoldina, 1927, p. L


sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

UM FELIZ NATAL


Que o Natal aqueça nossos corações e ilumine nosso espírito para que possamos ser mais solidários com o próximo e com nosso planeta!

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

ENFIM, AS FÉRIAS!


Pois é, sou filha de Deus e mereço umas férias, que começam oficialmente amanhã. Com o calor que anda fazendo em Leopoldina, o cérebro não funciona muito bem, então terei que me dedicar à exploração de piscinas e cachoeiras locais. Em Janeiro nada como uma boa viagem para estar perto dos amigos e curtir uma boa praia ( sabe como é, Minas não tem praia e diversão de mineiro é invadir a praia de outros Estados).


Mas como acontece sempre, quanto mais descansada eu fico, mais ideias eu tenho, então, neste verão podem pintar alguns novos projetos para 2011 assim como alguns fragmentos de pesquisa.


No mais, boas férias para todos, descansem bastante, mas não deixem de conferir o blog, pode ser que tenhamos uma boa surpresa por aqui!

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

QUADRINHOS NO ENCONTRO DA ANPUH DE 2011


Eu e Valéria Fernandes tivemos nosso minicurso aprovado para o Encontro Nacional da ANPUH de 2011, que vai comemorar os 50 anos da instituição. O evento será realizado na USP.

Histórias em quadrinhos: pesquisa e ensino

Coordenadores: NATANIA APARECIDA S NOGUEIRA (Pós-graduado(a)/Especialista - Secretaria Municipal de Educação de Leopoldina), VALERIA FERNANDES DA SILVA (Doutor(a) - Faculdade Teológica Batista de Brasília)
Ementa: Esta proposta é resultado de um trabalho que vem sendo realizado há alguns anos pelas proponentes nas instituições nas quais lecionam e em comunicações científicas apresentadas em diversos eventos. Ela parte do princípio de que as Histórias em Quadrinhos são uma mídia ainda pouco explorada como fonte de pesquisa e de ensino de História. Acreditamos que as Histórias em Quadrinhos são produto de uma determinada época e possibilitam discutir e refletir sobre o contexto que o produziu, assim como discutir os períodos históricos que buscam retratar. Examinaremos as possibilidades de pesquisa com quadrinhos, em História do Brasil dentro do recorte que vai de 1869 – ano da publicação da primeira HQ – até a década de 1970; e em História Geral através de HQs produzidas em várias partes do mundo – EUA, França, Japão – e que se proponham a discutir períodos ou eventos específicos, como a Revolução Francesa.

Também foi aprovado um Simpósio Temático sobre quadrinhos e história

História e Quadrinhos: pesquisa e ensino em História e as interações com a nona arte

Coordenadores: GÊISA FERNANDES D´OLIVEIRA (Doutor(a) - Observatório de Histórias em Quadrinhos/USP)
Resumo: Discutir as relações entre História e a linguagem das Histórias em Quadrinhos, enfocando aspectos como: ensino, fidelidade histórica, tensão entre ficção e realidade, registro histórico e registro ficcional. Esta proposta será dividida nos seguintes subtemas:

• Tudo é História (em quadrinhos)? - Registro histórico e ficção
• Quadrinho é documento? - Histórias em quadrinhos como fonte de pesquisa em História.
• Fidelidade histórica e quadrinhos
• História, HQs e Estudos Culturais
• A nova História (em quadrinhos) - HQs e práticas sociais
• HQs e o ensino de História: propostas, usos, experiências
• Os donos da história: como as HQs foram usadas em diferentes conflitos históricos
• História das histórias em quadrinhos: novas abordagens
• Quem conta um quadro...: HQs e os novos recursos didáticos para o ensino de História

Para mais informações sobre o evento, clique aqui!

domingo, 12 de dezembro de 2010

ATUALIZANDO CARTILHA DE HISTÓRIA PARA O SEXTO ANO


Tenho recebido pedidos de várias pessoas que tem interesse em um cartilha que eu montei há alguns ano. No entanto ela está precisando ser atualizada, tanto em conteúdo quanto em propostas de atividades. Então, verei se começo a mexer nela ainda este mês para que até o início do ano eu possa republicá-la e disponibilizá-la para download.

MEU PÉ DE LARANJA LIMA E A HISTÓRIA DA ELETRICIDADE

Hoje pela manhã fui a Piacatuba, distrito de Leopoldina, para ver de perto as filmagens do filme "Meu pé de Laranja Lima", nova adaptação do livro de José Mauro Vasconcelos . Eu li o livro quando tinha lá meus 13 anos de idade. Uma história emocionante e terna. O livro conta a história de Zezé, um menino de aproximadamente 6 anos (que no filme é vivido pelo ator João Guilherme), de família pobre e numerosa. Por causa do desemprego de seu pai, eles foram obrigados a mudar para uma casa menor, onde o garoto conheceu Minguinho seu pé de laranja lima, que fica sendo seu melhor e único amigo.


Apesar de muito levado, Zezé era também muito inteligente, tendo aprendido a ler bem cedo e por isso foi matriculado na escola, aos cinco anos , aproximadamente. Lá ele era um garoto muito comportado e gostava muito da professora Célia Paím. Um dia o garoto foi pegar uma carona do lado de fora do carro, mas o carro era de um português chamado Manuel Valandarez, que tinha o carro mais bonito da cidade. O português viu isto e lhe deu uma surra que o garoto jurou se vingar.

Bruna e o ator João Guilherme, que faz o papel de Zezé



Com o passar tempo, ele acabou esquecendo o
ocorrido, até que um dia ele pisou num caco de vidro que abriu um corte. O português vendo aquele corte enorme levou o garoto de carro até o hospital, e fizeram muitos ponto nele. Desde então eles ficaram muito amigos, e passaram a ter uma relação pai e filho.

Um dia porém, Zezé recebeu a notícia que o carro do português foi esmagado por um trem. Com a morte do amigo o garoto entrou numa depressão profunda. Sua família achou que foi a notícia que seu pé de laranja lima seria cortado. Aos poucos ele acabou se recuperando da perda e conseguiu retornar a sua vida normal.
José de Abreu e eu (temos bom gosto para roupa)

O livro já havia sido adaptado para o cinema e até para a televisão. Na nova versão, o português é interpretado pelo ator José de Abreu, sempre muito simpático com todos que visitam o local das filmagens. Além de Piacatuba, o filme está sendo rodado também em outros distritos de Leopoldina e na cidade de Recreio.

Local das filmagens faz parte da memória de Leopoldina e da Zona da Mata

Hoje as filmagens ocorreram a antiga Usina Maurício, hoje parte do Museu da Eletricidade, da Energisa. A Usina Maurício foi construída por José Monteiro Ribeiro Junqueira, João Duarte Ferreira e Norberto Custódio Ferreira, que na época estabeleceram na Zona da Mata uma das primeiras empresas de geração de energia de Minas Gerais, a Companhia Força e Luz Cataguazes-Leopoldina, com sede na cidade de Cataguases, Minas Gerais. Fundada em 1907, a Cataguazes-Leopoldina é a terceira sociedade anônima a obter registro na Bolsa de Valores do Rio de Janeiro.

A construção da usina foi uma verdadeira aventura. As obras ficaram sob o comendo do engenheiro Otávio Carneiro enfrentou todo tipo de obstáculos, como a topografia acidentada do local, carência de mão-de-obra especializada, estradas precárias para o transporte dos materiais, além de prolongada estação de chuvas. O lançamento da pedra fundamental da futura hidrelétrica se deu no dia 2 de setembro de 1906. A Usina Maurício entrou em operação em 14 de julho de 1908, portanto em 22 meses e 12 dias após ter sido iniciada. A usina Maurício com seus equipamentos originais encontra-se até hoje em funcionamento.

O passeio a Piacatuba foi duplamente vantajoso, além de visitarmos o local das filmagens e conhecermos alguns dos atores ainda foi possível visitar a antiga usinam que é um verdadeiro sítio arqueológoco, com suas imensas tubulações e maquinário. Aproveitando demos uma passadinha a cachoeira Poeira d' Água que sempre fornece lindas imagens.