sexta-feira, 13 de maio de 2016

SOBRE MINHA VISITA À BEDETECA DE AMADORA

Biblioteca Municipal Fernando Piteira Santos - Bedeteca de Amadora
Em algumas das minhas postagens anteriores sobre minha viagem a Portugal, eu comentei sobre minha visita à Bedeteca de Amadora. Pois bem, eu acho que este assunto em especial merece mais do que algumas passagens em uma postagem sobre viagens. 

Afinal, é coisa séria. Tanto que me pediram um texto sobre minha palestra na Bedeteca, para o Ladys Comics, e eu escrevi um longo relato sobreo assunto. No caso, falei sobre História das Mulheres nas HQs no Brasil e sobre o que eu acho da inserção da mulher no mercado de quadrinhos brasileiro atualmente. Quem quiser conferir, clique aqui. 
Bedeteca de Amadora.
Mas não serei repetitiva nesta postagem, prometo. Irei falar de coisas que não estão no post que eu indiquei acima, mas que dizem respeito à Bedeteca em si. Primeiramente, eu preciso esclarecer o que é uma Bedeteca. Ela equivale à nossa Gibiteca. A Bedeteca de Amadora, inaugurada em novembro de 2014, ocupa todo o segundo piso da  Biblioteca Municipal Fernando Piteira Santos e possui um acervo de mais de 40 mil publicações, entre álbuns, livros, revistas e fanzines. Ela possui, também, um espaço reservado para guarda de originais de artistas, muitos dos quais já passaram pelo famoso festival de Amadora.

O Festival Internacional de Banda Desenhada da Amadora, que a partir da sua 20ª edição passou a ser conhecido por Amadora BD, é um festival de quadrinhos (banda desenhada) realizado em Amadora que, por sinal, ganhou o título de “cidade da banda desenhada”. Ele teve início em 1989 e já caminha para a sua 27º edição. É considerado o mais importante festival de quadrinhos de Portugal e um dos mais importantes da Europa.

Com Geraldes Lino, Pedro Bouça e Candida (uma das responsáveis pela Bedeteca) na Fanzineteca.
Além de um espaço amplo e confortável para receber seus leitores, a Bedeteca possui duas áreas reservadas para exposições. Uma maior com exposições que podem durar de quatro a seis meses e outra menor, para exposições que duram de três e as seis semanas.  
 
Área menor de exposições
Uma dessas exposições, por exemplo, foi inaugurada no dia 28 de abril, As Joias da Bedeteca, onde estão expostas artes originais do acervo da Bedeteca, tanto de autores portugueses quanto de estrangeiros. A exposição é aberta ao público e vai até 26 de Agosto. Posso garantir que vale a pena, pois tive o privilégio de estar na inauguração. Aliás, estar na Bedeteca foi um grande privilégio e uma oportunidade de aprendizado que espero ter aproveitado bastante.

Há,  também, ainda uma sessão reservada para crianças pequenas. A Betececa atende a um público de todas as idades. 
 
Área maior de exposições - no caso específico, parte da exposição Jóias da Bedeteca.
Por fim, não posso deixar de falar da Fazineteca. Seu acervo foi formado a partir da coleção doada por Geraldes Lino, um dos sócios fundadores do Clube Português de Banda Desenhada (Lisboa, 1976), cuja sede física atualmente encontra-se em Amadora, e também fundador da Tertúlia BD de Lisboa (Junho de 1985). Na Fanzineteca há ainda espaço para cursos e oficinas, destinadas os públicos de várias idades.

Não se pode negar o investimento que foi deito pela administração de Lisboa na Bedeteca. É tudo de primeira qualidade, dos móveis às HQs disponíveis para leitura. Com todo respeito às grandes gibitecas do Brasil, a Bedeteca de Amadora vai muito além do que alguma delas um dia sonhou em ir.

Faz tudo, claro, parte de um processo que começou lá em 1989, com o Festival de Amadora BD. O que era Amadora antes disso? Uma pequena cidade ligada a Lisboa, às Portas e Benfica. O que há em Amadora? Há quadrinhos! Eles estão nos muros, em parques temáticos (há um Parque da Mônica lá, acreditam?), na Bedeteca e no Festival, que todo o ano atrai um número cada vez maior de pessoas, vindas de todo o mundo. Amadora literalmente se refez a partir dos quadrinhos. E não estou exagerando.



Nenhum comentário: