Vista dos fundos do Nordiska Museet, com céu azul e muita neve. Minha foto preferida! |
Em 2017, eu passei um fim de semana sozinha em Estocolmo. Na época, eu não fui especificamente para passear, embora até tenha feito contato com algumas pessoas na esperança de ter companhia para conhecer alguns lugares. Não consegui ajuda de brasileiros, infelizmente, mas os suecos me fizeram companhia. Eu tinha interesses profissionais, também. Marquei para me encontrar com várias pessoas, entre editores, pesquisadores e quadrinistas pois eu desejava conhecer mais sobre os quadrinhos suecos.
O meu interesse pelos quadrinhos suecos surgiu após um amigo, que mora lá há vários anos, me trazer algumas revistas. Eu pedi a ele, por curiosidade, e ele gentilmente me presenteou com três revistas. Eu até queria pagar, mas ele não aceitou. Não vou reclamar, né! Comecei a ler e pesquisar sobre personagens e autores, dentro das minhas limitações e agradecendo muito ao google tradutor. Quem segue o blog sabe que eu postei vários textos ao longo de 2017 sobre quadrinhos suecos. Cheguei mesmo a escrever um texto para um dos encontros da ASPAS, que vai sair ainda este ano, na forma de livro. Aguardem!
Matei minha vontade de ver neve! |
Essa primeira viagem durou apenas um fim de semana e bem enxuto e sobrou pouco tempo para passear. Quando se viaja de avião perde-se quase um dia, só em aeroportos. A gente precisa chegar umas duas horas antes do horário do embarque. Sério, tem que ser mesmo, porque até passar pelos guardas, ter sua bagagem de mão verificada, atravessar o duty free, que cada ano parece que fica maior, quase não sobra tempo nem para ir ao banheiro antes de embarcar.
Daí, se você tem bagagem de porão ainda tem que esperar a bagagem sair e rezar para que ela esteja inteira. Para o meu azar, quebraram novamente minha mala. Pela segunda vez, em Estocolmo, fiquei sem minhas "rodinhas". E lá fui eu, arrastando mala pela calçada. Mas desta vez fui esperta e consegui uma nova! Quando sua mala é danificada você pode registrar queixa no aeroporto e recebe uma nova em casa. No meu caso, recebi uma em Portugal, antes de voltar para o Brasil.
Dependendo da hora que você consegue chegar no hotel, praticamente não dá pra fazer muita coisa além de jantar de dar um rápido passeio, se estiver localizada próximo a algum local turístico. Por isso, minha curta viagem de quatro dias em 2017 rendeu apenas uma tarde de lazer, praticamente. Mas, fiz contatos e reforcei amizades. Isso foi o mais importante.
Daí, se você tem bagagem de porão ainda tem que esperar a bagagem sair e rezar para que ela esteja inteira. Para o meu azar, quebraram novamente minha mala. Pela segunda vez, em Estocolmo, fiquei sem minhas "rodinhas". E lá fui eu, arrastando mala pela calçada. Mas desta vez fui esperta e consegui uma nova! Quando sua mala é danificada você pode registrar queixa no aeroporto e recebe uma nova em casa. No meu caso, recebi uma em Portugal, antes de voltar para o Brasil.
Dependendo da hora que você consegue chegar no hotel, praticamente não dá pra fazer muita coisa além de jantar de dar um rápido passeio, se estiver localizada próximo a algum local turístico. Por isso, minha curta viagem de quatro dias em 2017 rendeu apenas uma tarde de lazer, praticamente. Mas, fiz contatos e reforcei amizades. Isso foi o mais importante.
Cisnes nadando na água congelante do canal, em Estocolmo. Lindos! |
Meu amigo Ricardo, que é brasileiro e mora na cidade de Örebro, foi encontrar comigo em Estocolmo e passamos o sábado e o domingo todo passeando pela cidade. Não vimos tudo, claro, mas fomos aos pontos turísticos mais badalados. Ele mora na Suécia há cinco anos mas tem pouco tempo para fazer turismo por conta de trabalho e estudo. Assim, nós dois aproveitamos para conhecer um pouco mais da capital sueca.
Pátio do Palácio Real de Estocolmo onde acontece a cerimônia da troca da guarda, sábado ao meio dia. |
Pra começar, eu matei minha vontade de ver a neve! Pois é, ano passado eu reclamei muito, porque fui para a Suécia com a esperança de poder sapatear na neve. Achei foi muito barro. Este ano tive neve quase todos os dias. E resisti bravamente à vontade de me atirar e rolar na neve como uma criança (e me arrependo disso).
Ficamos hospedados em um hotel no centro da cidade. Simples, mas confortável, e com um ótimo café da manhã. Não esqueço dos biscoitos caseiros amanteigados, deliciosos. Pães variados, geleias, queijos, etc. O que eu não gostei foi do banheiro compartilhado. Mas como seriam apenas 2 dias, praticamente, deu para levar.
A guarda do Palácio Real marchando para o pátio, onde aconteceu a troca de guarda. |
Cheguei na sexta a noite e Ricardo no sábado pela manhã. Assim que ele guardou sua bagagem, nós tomamos café e começamos nosso passeio. A primeira parada foi o Stockholms Medeltidsmuseum (Museu Medieval de Estocolmo), que eu já conhecia mas quis visitar novamente. Na segunda visita aproveitei para olhar melhor algumas peças em exibição.
Lá pelo meio dia estávamos passando pelo Palácio Real quando fomos brindados com a troca da guarda. Um espetáculo disputadíssimo, com cerimonial e tudo mais. O pátio do palácio estava lotado. Não chegamos a ver tudo, mas pegamos parte da marcha. Muito bonito. A guarda real veste um uniforme que lembra o uniforme de marinheiro.
Em seguida fomos ao Royal Armory Museum, que fica embaixo do Palácio Real. Lá estão expostos carruagens, roupas de época, armaduras e espadas. Há também belíssimas pinturas e outros objetos de uso da nobreza. Tudo isso num ambiente de meia luz que combina com o local mas que, infelizmente não é bom pra fotografia. As que eu tirei ficaram um pouco embaçadas, desvantagem de não poder usar o flash.
Lá pelo meio dia estávamos passando pelo Palácio Real quando fomos brindados com a troca da guarda. Um espetáculo disputadíssimo, com cerimonial e tudo mais. O pátio do palácio estava lotado. Não chegamos a ver tudo, mas pegamos parte da marcha. Muito bonito. A guarda real veste um uniforme que lembra o uniforme de marinheiro.
Entrada do edifício da Ópera Real Sueca. |
Encerrado o passeio da manhã, fomos almoçar. Ricardo me levou a um restaurante dinamarquês chamado Jensens Böfhus. É uma franquia. Eu achei um charme. Tomamos uma cerveja e comemos uma das especialidades do restaurante: carne grelhada com batatas rústicas, acompanhadas de um molho delicioso.
Mas não podíamos demorar muito porque a atração principal do dia iria começar às 14h30min. Nós tínhamos entrada para a ópera. E não era uma ópera qualquer: a estreia da peça Tosca, de Puccini, na Ópera Real Sueca. Presente do Ricardo! Um presentão, por sinal.
Estátua de Odin, no Nordiska Mussert. |
No domingo, nosso programa foi ir aos grandes museus. E caminhando! Pois é, não tinha como engordar nas férias, eu queimava energia o dia todo. Mas não era sacrifício algum. Passamos por lugares incríveis que não teríamos apreciado se fossemos de ônibus ou de metrô, como pequenas e charmosas praças, cobertas pela neve que havia caído a noite.
Nós visitamos três museus, cada um com um estilo diferente. O primeiro foi o museu Nordiska Museet (Museu Nórdico), um museu dedicado a história do povo sueco e à sua cultura desde finais da Idade Média (1520) até à época contemporânea. O prédio em si é magnifico. Logo na entrada o visitante se depara com uma estátua gigante de Odin.
Eu amei, especialmente porque é um espaço reservado à valorização da identidade nacional. Um museu monumental onde a atração são utensílio domésticos, roupas, as tradições, o folclore, enfim, tudo aquilo que caracteriza a cultura popular. Um museu onde o moderno e o tradicional se misturam.
Naquele fim de semana de janeiro, por exemplo, havia uma exposição de luminárias e outra sobre a história da moda na Suécia. O museu é dedicado às pessoas comuns, que viveram e vivem na Suécia. Mostra como eram as festas, os almoços, as formas de lazer e de religiosidade do povo sueco. Achei fantástica a valorização do patrimônio cultural, coisa rara e bonita de se ver.
E bem ao lado do Nordiska Museet, está o Vasa Museet, criado para abrigar o Vasa, o único navio de guerra do século XVII existente no mundo, que naufragou na sua primeira viagem. Aliás, ele nem foi muito longe: naufragou enquanto navegava em direção à entrada do porto, em 10 de Agosto de 1628. Passados 333 anos o Vasa foi retirado do fundo do mar e passou a ser uma das atrações mais visitadas na Suécia. O museu ainda possui nove exposições relacionadas com o navio, e um restaurante.
É surreal! Não dá nem pra tirar uma foto inteira do navio, de tão grande que ele é. E ele afundou porque a estrutura não suportou o peso do navio. Ele tinha mais canhões e mais ornamentos do que os navios de guerra comuns. Ou seja, ficou muito pesado (120 toneladas), não conseguiu manter o equilíbrio e virou.
O museu conta a história do navio, da navegação no século XVII e reserva um espaço especial para falar da tripulação. Há, inclusive, uma exposição sobre as mulheres que trabalhavam no navio, assim como a reconstituição do rosto de tripulantes que morreram no naufrágio, feita a partir de seus restos mortais.
Por fim, encerramos o dia de passeio indo ao Historiska Museet (Museu Histórico) de Estocolmo. É um museu voltado para à exposição de artefatos arqueológicos focados na história cultural da Suécia, abrangendo da Pré-história à Idade Média, com destaque para a Era Viking Idade Média do país.
Eu gosto de arqueologia por isso o que eu mais gostei foi da exposição de objetos de metal, principalmente da exposição de peça feitas de ouro. Rústicas e ao mesmo tempo delicadas. Também havia um grande exposição focada na religião e na religiosidade nórdica, no catolicismo medieval.
Algumas pessoas me disseram, suecos inclusive, que na Suécia as pessoas não são muito religiosas. No entanto, o que eu mais vi foram exposições que mostram artefatos religiosos. Achei curioso como tradições religiosas se tornaram presentes na vida dos suecos sem necessariamente representarem uma questão de fé.
Cumpridos todos os compromissos e feitos todos os passeios programados, partimos de trem para Örebro, onde passei uma semana na casa do Ricardo. Acharam que eu ia ficar só três dias na Suécia? E perder toda aquela neve? JAMAIS!
Nós visitamos três museus, cada um com um estilo diferente. O primeiro foi o museu Nordiska Museet (Museu Nórdico), um museu dedicado a história do povo sueco e à sua cultura desde finais da Idade Média (1520) até à época contemporânea. O prédio em si é magnifico. Logo na entrada o visitante se depara com uma estátua gigante de Odin.
Musset Vasa, onde fica o navio de guerra Vasa, que naufragou há mais de 300 anos, saindo do porto de Estocolmo. |
Eu amei, especialmente porque é um espaço reservado à valorização da identidade nacional. Um museu monumental onde a atração são utensílio domésticos, roupas, as tradições, o folclore, enfim, tudo aquilo que caracteriza a cultura popular. Um museu onde o moderno e o tradicional se misturam.
Naquele fim de semana de janeiro, por exemplo, havia uma exposição de luminárias e outra sobre a história da moda na Suécia. O museu é dedicado às pessoas comuns, que viveram e vivem na Suécia. Mostra como eram as festas, os almoços, as formas de lazer e de religiosidade do povo sueco. Achei fantástica a valorização do patrimônio cultural, coisa rara e bonita de se ver.
E bem ao lado do Nordiska Museet, está o Vasa Museet, criado para abrigar o Vasa, o único navio de guerra do século XVII existente no mundo, que naufragou na sua primeira viagem. Aliás, ele nem foi muito longe: naufragou enquanto navegava em direção à entrada do porto, em 10 de Agosto de 1628. Passados 333 anos o Vasa foi retirado do fundo do mar e passou a ser uma das atrações mais visitadas na Suécia. O museu ainda possui nove exposições relacionadas com o navio, e um restaurante.
É surreal! Não dá nem pra tirar uma foto inteira do navio, de tão grande que ele é. E ele afundou porque a estrutura não suportou o peso do navio. Ele tinha mais canhões e mais ornamentos do que os navios de guerra comuns. Ou seja, ficou muito pesado (120 toneladas), não conseguiu manter o equilíbrio e virou.
O museu conta a história do navio, da navegação no século XVII e reserva um espaço especial para falar da tripulação. Há, inclusive, uma exposição sobre as mulheres que trabalhavam no navio, assim como a reconstituição do rosto de tripulantes que morreram no naufrágio, feita a partir de seus restos mortais.
Pedacinho da exposição de peças feitas de ouro do Historiska Musset. |
Eu gosto de arqueologia por isso o que eu mais gostei foi da exposição de objetos de metal, principalmente da exposição de peça feitas de ouro. Rústicas e ao mesmo tempo delicadas. Também havia um grande exposição focada na religião e na religiosidade nórdica, no catolicismo medieval.
Eu e meu amigo Ricardo, ao fundo o Nordiska Musset. Saudades! |
Cumpridos todos os compromissos e feitos todos os passeios programados, partimos de trem para Örebro, onde passei uma semana na casa do Ricardo. Acharam que eu ia ficar só três dias na Suécia? E perder toda aquela neve? JAMAIS!
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