sábado, 13 de março de 2021

MULHERES OCULTAS NO CINEMA E NA VIDA REAL

No mês das mulheres, porque parto do ponto de vista compartilhado por alguns países de que março é o Mês da Mulher, eu resolvi assistir filmes, ler livros e quadrinhos que falem de mulheres e, se for o caso, comentar aqui no blog. Assisti três filmes até agora, todos no Netflix. Eu não sei se vou escrever sobre todos, mas pelo menos alguns eu pretendo pelo menos citar.

O primeiro filme que assisti foi "Mulheres Ocultas" (Little Big Women)filme taiwanês de maior bilheteria de 2020, estrelado por um elenco de mulheres maravilhosas e talentosas, liderado pela veterana de 81 anos, Chen Shu-fang, vencedora do Cavalo de Ouro de Melhor Atriz (o Oscar do cinema Chinês) pelo seu papel neste filme e ainda levou o prêmio de melhor atrás coadjuvante por outro filme, “Dear Tenant”.

Chen Shu-fang (2020)

O filme se baseia na experiência pessoal do diretor, Joseph Chen-chieh Hsu, e gira em torno dos rancores de uma mulher, a matriarca Lin Shoyng, abandonada pelo marido e que, após a morte dele tenta resolver seus rancores e aceitar a outra mulher, com a qual ele passou a viver. Um baita filme que questiona valores familiares tradicionais e envolve três gerações de mulheres.

Se eu pudesse resumir em uma frase, diria que o filme fala de reconciliação e de união entre as mulheres. Aqui, não se trata apenas da protagonista, interpretada por Chen Shu-fang, e cá entre nós, que atriz maravilhosa, mas de todas as mulheres que foram afetadas pelo caso extraconjugal do falecido patriarca da família.

Cartaz promocional do Netflix

O que eu achei muito interessante neste filme é que, apesar de ter sido baseado nas experiências de um homem, do diretor Joseph Chen-chieh Hsu, é um filme que trata com muita sensibilidade do que é ser mulher, não apenas em Taiwan, mas em todo mundo. Isso porque, certos tabus sociais são reproduzidos em menor ou maior escala em outros países, pelo menos com relação às mulheres. 

Não podemos deixar de dar mérito à roteirista roteirista Maya Huang , que junto com o diretor deu vida a essas mulheres. E falar de mulheres é mais do que correto em relação a esse filme: idosas, maduras e jovens, elas estão representadas lá. Falam de relacionamentos, sexo, sobre a vida e o que ela lhes oferece ou tira. O filme é um mergulho em dramas pessoais muito próximos daquilo que cada uma de nós pode viver um dia.

Eu gostei muito. Assisti com minha tia idosa e ela também gostou. Na verdade, ela confessou que foi o primeiro filme que ela assistiu comigo que gostou. Ela também se identificou em muitos momentos com os dramas das personagens. Acho que esse talvez seja o grande mérito da produção, que despretensiosamente nos chama a compartilhar as dores, alegrias e sofrimentos daquelas mulheres que poderiam ser nossas tias, amigas, vizinhas ou colegas de trabalho.  Não vou comentar mais, para não dar spoillers. Para quem quer variar um pouco dos filmes de ação ou suspense e das comédias românticas, fica a dica de um filme sensível e com boas atuações.

 

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