quinta-feira, 22 de setembro de 2022

DOIS LIVROS LANÇADOS EM SETEMBRO

Eu prometi a mim mesma que em 2022 eu assumira compromissos depois que defendesse minha tese. Infelizmente, não sou uma pessoa confiável. Acho que nunca escrevi tanto e nem trabalhei tanto como este ano. Eu participei até agora de vários eventos sobre quadrinhos, e ainda há mais chegando por até dezembro. Além disso, publiquei vários textos em revistas e capítulo de livro. Além disso, estou finalizando a escritura de dois livros de história e na organização de alguns livros sobre quadrinhos. 

Dois deles saíram este mês. O primeiro livro foi "Imagem, pesquisa e criatividade: os quadrinhos como vetores de conhecimento". Esse livro foi organizado juntamente com Amaro Xavier Braga Jr e Caetano Borges, este último é inclusive o autor da capa, de muito bom gosto, por sinal. O livro reúne vários textos de trabalhos apresentados durante os encontros da ASPAS e conta com o prefácio de Nataniel dos Santos Gomes. 

Trata-se de uma obra diferenciada em vários sentidos. Primeiro, porque traz muitos textos de referência, que tratam de questões metodológicas, como o capítulo assinado por Lucas de Almeida Melo e João Paulo Ovídio, que faz um levantamento trabalhos de iniciação científica usando quadrinhos, realizados na UFRJ, entre os anos de 2006 e 2017.  

Além disso, para pesquisadores que trabalham com fanzines há dois excelentes capítulos. Um deles, por Sara Gaspar, "Fanzines 'comer pra quê?' - relato e uma experiência  de aproximação com temas relacionados à Alimentação", é resultado de um projeto de iniciação científica, e traz um relato de experiências rico e instigante, do trabalho com fanzines na educação alimentar.  O capítulo  outro, "Fanzines cartoneiros: reflexões sobre o cenário ambiental contemporâneo global e regional", escrito por Danielle Barros, que já é conhecida por seus trabalho com fanzines, também traz experiências da pesquisadora com a produção de fazines e das oficinas que ela desenvolveu junto com seus alunos e a comunidade, com temas relacionados ao meio ambiente.

Há ainda o texto que eu escrevi em conjunto com Dani Marino. Aliás, minha parceria com ela já rendeu três artigos, sendo que um ainda permanece inédito, aguardando publicação. O título do capítulo é "Mulheres e quadrinhos no Brasil: a explosão dos quadrinhos femininos no século XXI". Nesse capítulos tentamos fazer um síntese sobre a produção de quadrinhos por mulheres no Brasil e sobre alguns obstáculos enfrentados por quadrinistas que ingressam nesse mercado, que ainda permanece muito restrito. Foi um prazer poder escrever esse texto pois ele basicamente inaugurou uma nova fase minha, na qual eu me volto um pouco mais para a produção de quadrinhos nacional, uma vez que tanto no mestrado quando o doutorado eu me concentrei na produção estrangeira.

Temos ainda outros capítulos, igualmente interessantes. Você pode conferir todo o livro, clicando aqui.

A segunda publicação é um dossiê que trata dos quadrinhos como instrumento de ensino. Esse dossiê é um projeto da ASPAS, cujos capítulos contam apenas com textos de aspianos, voltada para professores da educação básica. No livro "Do lazer ao fazer: as histórias em quadrinhos na escola", eu, Maiara Alvim e Nataniel Gomes ficamos a cargo da organização do livro, com a arte na capa de Catia Ana Baldoino. O prefácio foi generosamente escrito por Henrique Magalhães. 

Ao conceber esta publicação pensamos em produzir um material exclusivo para professores com uma linguagem acessível. Procuramos trazer uma abordagem mais prática, envolvendo temas que dizem respeito à mais diversas disciplinas. A ASPAS busca sempre reforçar a característica interdisciplinar da pesquisa acadêmica e, mais ainda, compartilhar experiências. E esse livro, em particular, tem essas características.

É até difícil escolher sobre quais capítulos escrever, então vamos pegar apenas alguns como exemplos. O primeiro é o Para surdo ouvir, para cego ver: a acessibilidade em histórias em quadrinhos é possível?", de Valéria Aparecida Bari e Ana Laura Campos Barbosa. Nesse capítulos os quadrinhos são apresentados como uma ferramenta importante para a inclusão de pessoas que necessidades especiais. Um trabalho excelente que merece ser conferido. Temos também o capítulo dedicado ao ensino religioso "Sugestões de quadrinhos a serem utilizados em aulas de ensino religioso", de Marcelo Buzzoni, que traz dicas para os professores de ensino religioso. Um material inédito e valioso, uma vez que essa disciplina, em especial, carece desse tipo de referência.

Temas a participação de nossos associados estrangeiros, no capítulo "El cómic en la escuela y el desafío de formar lectores y escritores", de autoria dos pesquisadores argentinos Sebastian Gago e Valeria Daveloza. Neste capítulo os autores trazer a experiência argentina dos quadrinhos nas salas de aula como ferramentas importantes para a formação de leitores. Uma experiência estrangeira mas que pode servir de referência para as escolas brasileiras.  

Temos, também, no ensino da matemática, o texto "Quadrinhos e matemática: uma fundamentação para produções de histórias em quadrinhos", de  Vanuza Camargo Durães e Aparecida Santana de Souza Chiari. Neste capítulos vamos ver como o texto pode ser importante no ensino da matemática e como o uso da criatividade e de ferramentas virtuais pode ajudar o professor de matemática a vencer alguns desafios na aprendizagem dessa disciplina.

E há, como eu disse, muito mais. O livro pode receber, em breve, uma versão impressa mas enquanto isso não acontece, ele pode ser acessado gratuitamente aqui.


sábado, 17 de setembro de 2022

OS DEZ ANOS DA ASSOCIAÇÃO DE PESQUISADORES EM ARTE SEQUENCIAL


Há um pouco mais de 10 anos surgiu em Leopoldina (MG), a Associação de Pesquisadores em Arte Sequencial - ASPAS. Leopoldina é uma cidade do interior da Zona da Mata de Minas que, particularmente, não tem nada de especial, nem alguma ligação forte com os quadrinhos. Por exemplo, não temos um grande nome como Maurício de Sousa, que seja nativo daqui. Mas temos uma gibiteca escolar, a primeira, acredito, que foi criada e reconhecida como tal, em uma escola pública. E tudo começou com essa pequena gibiteca.

Por conta dela, o município acabou investindo muito na formação de professores e tivemos vários encontros envolvendo  pesquisadores que trabalham com quadrinhos, nas mais diversas disciplinas, com objetivo de trazer novas possibilidades para o uso dos quadrinhos em sala de aula. Por conta disso, a cada ano, desdes 2007, a cidade recebeu muitos nomes importantes neste campo como, por exemplo, o professor Waldomiro Vergueiro e a professora Sonia Luyten, ambos pioneiros na pesquisa dos quadrinhos na USP. E, em meio, a isso nasceu a ideia de se criar uma associação que reunisse pesquisadores, organizasse encontros entre eles e fomentasse a produção de conhecimentos a partir do uso dos quadrinhos, tanto do ponto de vista acadêmico quanto didático. 

Com mais de 60 associados, a ASPAS foi além das expectativas e se fez presente em quase todo o território nacional por meio de seus associados. Mais do que isso, ela possibilitou a integração e produção de saberes numa escala antes nunca vista. Hoje podemos oferecer a quem deseja ingressar na pesquisa dos quadrinhos obras de referência dos mais vaiados temas. Esse talvez tenha sido o nosso maior mérito.

A ASPAS, particularmente, mudou minha vida. Eu não apenas tive a possibilidade de conhecer pessoas que me ajudaram muito com o trabalho na escola e com a pesquisa como, também, consegui alçar voos  maiores na minha carreira. De outro lado, forjaram-se amizades que se fortalecem a cada ano. Dito isso, gostaria de convidar a todos e todas a conhecer a ASPAS e as obras que ela disponibiliza no seu blog.

Clique aqui para saber mais sobre a ASPAS e, aqui, para ter acesso a livros produzidos pelos seus associados, disponibilizados gratuitamente.


segunda-feira, 5 de setembro de 2022

PROJETO GUERREIRAS DA INDEPENDÊNCIA

Para a semana da comemoração dos 200 anos da Independência, preparamos na Escola Municipal Judith Lintz Guedes Machado uma pequena exposição de banners com o tema "Guerreiras da Independência", que vai ser começar no dia 06 de setembro e deve durar até  o final do mês. 

Na exposição trazemos a história de mulheres que foram importantes tanto para a declaração da nossa Independência quanto para que ela pudesse se consolidar. Mulheres que foram para a frente de batalha para lutar contra tropas portuguesas, mulheres que se colocaram contra a opressão. Nestes 200 anos queremos trazer aqui sua memória, para que elas possam inspirar novas gerações.

O objetivo do projeto é trabalhar justamente o papel das pessoas comuns nas história, sem tirar o mérito, claro, daqueles que já são conhecidos. Em especial, escolhemos as mulheres porque elas normalmente são esquecidas ou citadas superficialmente. O projeto pretende atender a todos os anos do Ensino Fundamental e do EJA e ser ponto de partida para outros pequenos projetos e para debates. 

Confira nossa pequena exposição.





Agradecimentos

Agradecemos à direção da Escola Municipal Judith Lintz Guedes Machado por apoiar o projeto e aos senhores Amilton Kabuna e Luiz de Mello por patrocinarem os banners.

OBS: Os banners podem ser reproduzidos livremente.

Créditos

As imagens foram capturadas na Internet. 

Imperatriz Maria Leopoldina - Flávio Viana (@flaviovianart).  Imagem capturada aqui

Maria Felipa de Oliveira - arte de @ltdathayde. Imagem capturada aqui!

Maria Quitéria de Jesus - ilustração de Guilherme Karsten. Imagem capturada aqui!

Joana Angélica - Imagem capturada aqui!