sábado, 27 de novembro de 2021

REPRESENTAÇÕES DAS MULHERES NOS QUADRINHOS DE AVENTURA: SHEENA, THE QUEEN OF THE JUNGLE


Saiu esta semana um artigo que eu escrevi, retornando aos quadrinhos estadunidenses dos anos de 1930 e 1940, depois de muito tempo e me arriscando pela primeira vez com adaptações para televisão. Primeira vez mesmo. Foi o primeiro artigo que eu escrevi do gênero e finalmente foi publicado na revista Cult de Cultura: revista interdisciplinar sobre arte sequencial, mídias e cultura pop , no dossiê "Cultura Pop: problematizações". O título do artigo é "Representações das Mulheres nos Quadrinhos de Aventura: Sheena, The Queen Of The Jungle"

Segue o resumo: O presente artigo pretende analisar as adaptações da personagem Sheena, the Queen of the Jungle, criada  em  1937,  como  uma  versão  feminina  de  Tarzan,  para  os  quadrinhos.  Esta  personagem  foi posteriormente adaptada para a televisão e para o cinema, ao longo do século XX e no início do século XXI. Nosso objetivo é, a partir da análise da personagem, identificar representações do feminino e entender até que ponto o corpo objetificado da personagem foi um instrumento de perpetuação da dominação  masculina,  numa  sociedade  patriarcal  e  da  naturalização  dos  papéis  de  gênero.  A personagem e suas adaptações serão analisadas à luz da história, a fim de se identificar mudanças e permanências na forma como ela é representada em contextos distintos. Para tanto, teremos como nossa principal base teórica Teresa Lauretis e Roger Chartier

Caso queira conferir o artigo completo, clique aqui!

terça-feira, 23 de novembro de 2021

O LEVANTE DE BELA CRUZ - DOCUMENTÁRIO

Um das coisas das quais fui privada durante  mais de uma ano de meio de  pandemia foi de poder participar de eventos culturais. Este mês estou rompendo com esse jejum. Ontem pude participar de um evento extremamente gratificante, que foi o pré-lançamento do filme/documentário, 
“O levante de Bela Cruz” , exibido no Espaço Cultural Mauro Almeida, em parceria com o Polo Audio Visual, a Casa de Leitura Lya Maria Müller Botelho e a Secretaria de Cultura. Esporte, Lazer e Turismo de Leopoldina. 

O documentário narra de um episódio corrido em Minas Gerais, em 1833, durante o período regencial. Uma rebelião de escravizados, envolvendo disputas políticas entre fazendeiros, na região de Carrancas, nas fazendas Campo Alegre e Bella Cruz, pertencentes a família Junqueira. No evento de lançamento, estava presente a diretora e produtora do documentário,  Elza Cataldo, cineasta, professora e pesquisadora da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Após a exibição do documentário, a diretora e membros da equipe da produção abriram para debate, respondendo perguntas e compartilhando detalhes e impressões sobre a experiência de produzir o documentário.

Eu não vou fazer uma resenha do documentário, mas levantar apenas algunas pontos que me chamaram a atenção. O primeiro é o tema. Como professora, conhecer mais sobre partes da história de Minas é, por si só enriquecedor, mas poder ter acesso a um movimento envolvendo escravos, no período regencial, é ainda mais importante. É um material que, mesmo que não possa ser exibido na sua íntegra, durante uma aula, pode trazer elementos importantes para se discutir o período, indo além do lugar comum.

Trata-se de uma produção que valoriza a a memória coletiva, dando voz a pessoas comuns, que contam a história a partir daquilo que aprenderam por meio da tradição. Nesse sentido, temos um documentário que sabe equilibrar muito bem a pesquisa historiográfica com elementos da memória que ajudam, inclisive, a solidificar uma identidade étnica e mesmo regional.

Abrindo espaço para debates sobre violência, escravismo e política, no século XIX, “O levante de Bela Cruz” também permite um diálogo como presente. Por tudo isso eu recomendo o documentário para professores e para o público geral, como uma forma de conhecer mais nossa história e repensar certos preconceitos e tabus que reproduzimos ao longo dos séculos e que ainda precisam sem rompidos.

O documentária está disponível no site do Polo Áudio Visual e pode ser acessado clicando aqui!