quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

FELIZ ANO NOVO!


O ano de 2011 foi um ano muito bom, de novas descobertas, novos projetos e novas amizades. Não desejo mais do que isso para 2011. Agradeço a todos que visitam o blog pelos comentários, pelas dicas e por estarem conosco neste ano de 2010. Um Feliz 2011 a todos!

quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

NOVAS INFORMAÇÕES SOBRE O THEATRO ALENCAR



Revendo o livro com os relatórios da Câmara, encontrei várias notas sobre o Theatro Alencar. Elas se referem aos anos de 1923 a 1926, que antecedem à venda do prédio ao sr. Salvador Rodriguez y Rodriguez. Os relatos do Presidente da Câmara, Carlos Coimbra da Luz, falam sobre o estado precário em que o prédio se encontrava e da necessidade de reformas urgentes.

O prédio, na época, estava arrendado para a empresa
Arantes & Nogueira e pertencia à Câmara Municipal. O teatro era uma das formas de lazer mais procuradas pela população da cidade, o que pode ser confirmado pela leitura de várias notas lançadas na Gazeta de Leopoldina. e em outros periódicos que circularam em Leopoldina no final do século XIX e boa parte do século XX. O prédio do Theatro Alencar teria sido o primeiro para tal fim -

entretenimento - a ser construído em Leopoldina.


Respondendo aqui a uma questão levantada pela pesquisadora Nilza Cantoni, em texto publicado na Internet (clique aqui para conferir), a estrutura arquitetônica do Theatro Alencar que resiste até nossos dias, foi resultado de reforma efetuada a partir de 1927 por
Salvador Rodriguez y Rodriguez, após adquirir o prédio da Câmara Municipal pelo valor de 25 mil réis.

Segundo relatórios da Câmara, o prédio estava em vias de interdição em 1923, tendo sido posteriormente fechado. A princípio parecia intenção do Presidente da Câmara promover a reforma do Theatro Alencar ou construir outro prédio, tendo sido promulgada lei nesse sentido.

No entanto, alegando ônus aos cofres públicos, Carlos Luz acabou por autorizar a venda o edifício, em 1926. Seguem, trechos retirados do relatório do Presidente da Câmara acerca do processo acima descrito.


THEATRO
O velho casar]ao do Theatro Alencar, que é hoje propriedade da Câmara, não satisfaz às exigências dos modernos regulamentos de casas de diversões. Reformá-lo ou substituí-lo por outro é, pois, dever da administração.

Para esse fim, tenho entabolado negociações com a atual empresa arrendatária, que parece disposta a construir novo Theatro, em lugar apropriado, sem ônus para a Câmara, desde que lhe faça esta algumas concessões, conforme se tem praticado em outros municípios. Essas concessões, porém, só poderão ser feitas em virtude de lei e mediante concorrência pública.

Fonte: Câmara Municipal de Leopoldina. Mensagem do Presidente da Câmara Carlos Coimbra da Luz, contendo relatórios referentes ao exercício de 1923. Typ. Gazeta de Leopoldina, Leopoldina, 1924, p. 22.


THEATRO

Por oferecer perigo público, mandei fechar o Theatro Alencar, que se achava arrendado à Empresa Arantes & Nogueira.

A Lei n. 373 de 12 de novembro, deu-me poderes para contratar, com quem melhores vantagens oferecer, a construção, sob moldes modernos, de um prédio para theatro, ou reformar o atual, podendo desapropriar para esse fim os imóveis que forem necessários.

Por motivo financeiro, parece preferível reformar o atual prédio do Theatro, transformando-o convenientemente, de modo que se torne elegante e confortável.

Para isso, será necessário talvez adquirir um dos prédios vizinhos.

Fonte: Câmara Municipal de Leopoldina. Mensagem do Presidente da Câmara Carlos Coimbra da Luz, contendo relatórios referentes ao exercício de 1924. Typ. Gazeta de Leopoldina, Leopoldina, 1925, p. 32

THEATRO

Por ter sido fechado o Theatro Alencar, em virtude de vistoria realizada no mesmo, a requerimento da empresa arrendatária, está a cidade, há dois anos, privada dessa casa de diversões. não pode a Câmara, sem sacrifício de outros serviços urgentes, custear as despesas de reforma do prédio.

Mandei projetar e orçar as obras mais necessárias do mesmo e penso em abrir concorrência pública para a respectiva execução, mediante concessão de vantagens ao concorrente aceito, quando à exploração do Theatro.

Fonte: Câmara Municipal de Leopoldina. Mensagem do Presidente da Câmara Carlos Coimbra da Luz, contendo relatórios referentes ao exercício de 1925. Typ. Gazeta de Leopoldina, Leopoldina, 1926, p. 42

THEATRO
De acordo com a vossa autorização, expus à venda em hasta pública, o prédio do Theatro Alencar, a fim de ser reconstruído pelo arrematante, para o mesmo destino.
Aceita a proposta do sr. Salvador Rodriguez y Rodriguez, assinou-se , a 11 de agosto, a respectiva escritura de venda, pelo preço de 25 contos de réis, manifestamente vantajoso para o município.

A cidade ficará, destarte, dotada de uma boa casa de diversões, sem ônus para a Câmara.

Fonte: Câmara Municipal de Leopoldina. Mensagem do Presidente da Câmara Carlos Coimbra da Luz, contendo relatórios referentes ao exercício de 1926. Typ. Gazeta de Leopoldina, Leopoldina, 1927, p. L


sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

UM FELIZ NATAL


Que o Natal aqueça nossos corações e ilumine nosso espírito para que possamos ser mais solidários com o próximo e com nosso planeta!

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

ENFIM, AS FÉRIAS!


Pois é, sou filha de Deus e mereço umas férias, que começam oficialmente amanhã. Com o calor que anda fazendo em Leopoldina, o cérebro não funciona muito bem, então terei que me dedicar à exploração de piscinas e cachoeiras locais. Em Janeiro nada como uma boa viagem para estar perto dos amigos e curtir uma boa praia ( sabe como é, Minas não tem praia e diversão de mineiro é invadir a praia de outros Estados).


Mas como acontece sempre, quanto mais descansada eu fico, mais ideias eu tenho, então, neste verão podem pintar alguns novos projetos para 2011 assim como alguns fragmentos de pesquisa.


No mais, boas férias para todos, descansem bastante, mas não deixem de conferir o blog, pode ser que tenhamos uma boa surpresa por aqui!

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

QUADRINHOS NO ENCONTRO DA ANPUH DE 2011


Eu e Valéria Fernandes tivemos nosso minicurso aprovado para o Encontro Nacional da ANPUH de 2011, que vai comemorar os 50 anos da instituição. O evento será realizado na USP.

Histórias em quadrinhos: pesquisa e ensino

Coordenadores: NATANIA APARECIDA S NOGUEIRA (Pós-graduado(a)/Especialista - Secretaria Municipal de Educação de Leopoldina), VALERIA FERNANDES DA SILVA (Doutor(a) - Faculdade Teológica Batista de Brasília)
Ementa: Esta proposta é resultado de um trabalho que vem sendo realizado há alguns anos pelas proponentes nas instituições nas quais lecionam e em comunicações científicas apresentadas em diversos eventos. Ela parte do princípio de que as Histórias em Quadrinhos são uma mídia ainda pouco explorada como fonte de pesquisa e de ensino de História. Acreditamos que as Histórias em Quadrinhos são produto de uma determinada época e possibilitam discutir e refletir sobre o contexto que o produziu, assim como discutir os períodos históricos que buscam retratar. Examinaremos as possibilidades de pesquisa com quadrinhos, em História do Brasil dentro do recorte que vai de 1869 – ano da publicação da primeira HQ – até a década de 1970; e em História Geral através de HQs produzidas em várias partes do mundo – EUA, França, Japão – e que se proponham a discutir períodos ou eventos específicos, como a Revolução Francesa.

Também foi aprovado um Simpósio Temático sobre quadrinhos e história

História e Quadrinhos: pesquisa e ensino em História e as interações com a nona arte

Coordenadores: GÊISA FERNANDES D´OLIVEIRA (Doutor(a) - Observatório de Histórias em Quadrinhos/USP)
Resumo: Discutir as relações entre História e a linguagem das Histórias em Quadrinhos, enfocando aspectos como: ensino, fidelidade histórica, tensão entre ficção e realidade, registro histórico e registro ficcional. Esta proposta será dividida nos seguintes subtemas:

• Tudo é História (em quadrinhos)? - Registro histórico e ficção
• Quadrinho é documento? - Histórias em quadrinhos como fonte de pesquisa em História.
• Fidelidade histórica e quadrinhos
• História, HQs e Estudos Culturais
• A nova História (em quadrinhos) - HQs e práticas sociais
• HQs e o ensino de História: propostas, usos, experiências
• Os donos da história: como as HQs foram usadas em diferentes conflitos históricos
• História das histórias em quadrinhos: novas abordagens
• Quem conta um quadro...: HQs e os novos recursos didáticos para o ensino de História

Para mais informações sobre o evento, clique aqui!

domingo, 12 de dezembro de 2010

ATUALIZANDO CARTILHA DE HISTÓRIA PARA O SEXTO ANO


Tenho recebido pedidos de várias pessoas que tem interesse em um cartilha que eu montei há alguns ano. No entanto ela está precisando ser atualizada, tanto em conteúdo quanto em propostas de atividades. Então, verei se começo a mexer nela ainda este mês para que até o início do ano eu possa republicá-la e disponibilizá-la para download.

MEU PÉ DE LARANJA LIMA E A HISTÓRIA DA ELETRICIDADE

Hoje pela manhã fui a Piacatuba, distrito de Leopoldina, para ver de perto as filmagens do filme "Meu pé de Laranja Lima", nova adaptação do livro de José Mauro Vasconcelos . Eu li o livro quando tinha lá meus 13 anos de idade. Uma história emocionante e terna. O livro conta a história de Zezé, um menino de aproximadamente 6 anos (que no filme é vivido pelo ator João Guilherme), de família pobre e numerosa. Por causa do desemprego de seu pai, eles foram obrigados a mudar para uma casa menor, onde o garoto conheceu Minguinho seu pé de laranja lima, que fica sendo seu melhor e único amigo.


Apesar de muito levado, Zezé era também muito inteligente, tendo aprendido a ler bem cedo e por isso foi matriculado na escola, aos cinco anos , aproximadamente. Lá ele era um garoto muito comportado e gostava muito da professora Célia Paím. Um dia o garoto foi pegar uma carona do lado de fora do carro, mas o carro era de um português chamado Manuel Valandarez, que tinha o carro mais bonito da cidade. O português viu isto e lhe deu uma surra que o garoto jurou se vingar.

Bruna e o ator João Guilherme, que faz o papel de Zezé



Com o passar tempo, ele acabou esquecendo o
ocorrido, até que um dia ele pisou num caco de vidro que abriu um corte. O português vendo aquele corte enorme levou o garoto de carro até o hospital, e fizeram muitos ponto nele. Desde então eles ficaram muito amigos, e passaram a ter uma relação pai e filho.

Um dia porém, Zezé recebeu a notícia que o carro do português foi esmagado por um trem. Com a morte do amigo o garoto entrou numa depressão profunda. Sua família achou que foi a notícia que seu pé de laranja lima seria cortado. Aos poucos ele acabou se recuperando da perda e conseguiu retornar a sua vida normal.
José de Abreu e eu (temos bom gosto para roupa)

O livro já havia sido adaptado para o cinema e até para a televisão. Na nova versão, o português é interpretado pelo ator José de Abreu, sempre muito simpático com todos que visitam o local das filmagens. Além de Piacatuba, o filme está sendo rodado também em outros distritos de Leopoldina e na cidade de Recreio.

Local das filmagens faz parte da memória de Leopoldina e da Zona da Mata

Hoje as filmagens ocorreram a antiga Usina Maurício, hoje parte do Museu da Eletricidade, da Energisa. A Usina Maurício foi construída por José Monteiro Ribeiro Junqueira, João Duarte Ferreira e Norberto Custódio Ferreira, que na época estabeleceram na Zona da Mata uma das primeiras empresas de geração de energia de Minas Gerais, a Companhia Força e Luz Cataguazes-Leopoldina, com sede na cidade de Cataguases, Minas Gerais. Fundada em 1907, a Cataguazes-Leopoldina é a terceira sociedade anônima a obter registro na Bolsa de Valores do Rio de Janeiro.

A construção da usina foi uma verdadeira aventura. As obras ficaram sob o comendo do engenheiro Otávio Carneiro enfrentou todo tipo de obstáculos, como a topografia acidentada do local, carência de mão-de-obra especializada, estradas precárias para o transporte dos materiais, além de prolongada estação de chuvas. O lançamento da pedra fundamental da futura hidrelétrica se deu no dia 2 de setembro de 1906. A Usina Maurício entrou em operação em 14 de julho de 1908, portanto em 22 meses e 12 dias após ter sido iniciada. A usina Maurício com seus equipamentos originais encontra-se até hoje em funcionamento.

O passeio a Piacatuba foi duplamente vantajoso, além de visitarmos o local das filmagens e conhecermos alguns dos atores ainda foi possível visitar a antiga usinam que é um verdadeiro sítio arqueológoco, com suas imensas tubulações e maquinário. Aproveitando demos uma passadinha a cachoeira Poeira d' Água que sempre fornece lindas imagens. 

domingo, 7 de novembro de 2010

Colégio Sagrado Coração de Jesus

Este texto caiu nas minhas mãos por acaso, quando pedi um trabalho escolar para o nosso projeto POESIA, CONTOS E HISTÓRIA NA ESCOLA. Infelizmente, a aluna não copiou a bibliografia pois, segundo ela, era um texto que a mãe dela encontrou. Imagino que, talvez, eu possa achá-lo na biblioteca.

Parece legítimo, pelos dados que apresenta. Assim, vou arriscar reproduzí-lo aqui no blog, como uma possível referência. O Colégio realmente existiu e aparece listado nos relatórios da Câmara, na década de de 1920, como pode ser comprovado no tabela abaixo:


Relatório da Câmara Municipal de Leopoldina, 1924, p. 22.

O texto em si me despertou para um questão:Educandário Santa Terezinha, que eu acreditava ser da década de 1920, na verdade comecou a funcionar no final da década de 1940 e sua origem está no Colégio Sagrado Coração de Jesus, como podemos perceber no texto.

Reminiscências de um estabelecimento de ensino

Dentre os estabelecimentos de ensino particulares que existiam em Leopoldina, registramos o extinto Colégio Sagrado Coração de Jesus, fundado em Juiz de Fora, Minas Gerais, pela ilustre senhora Dona Perpétua Vidal Leite Ribeiro, excelente educadora, depois transferido para o Rio de Janeiro, sediado à rua São Francisco Xavier, nº 929, e mais tarde, retornando a Minas, sendo instalado em Leopoldina, à rua Tiradentes, nº 266. O colégio era um estabelecimento exclusivamente feminino dividido em internato e externato com capacidade para 26 alunas internas e 50 externas.

Era oferecida instrução completa do curso primário ao secundário, como também trabalhos manuais e domésticos. O corpo docente era composto pelos professores Carlindo Mayrinck(1), Militino Rosa, Júlio Ferreira Caboclo e as senhoras D. Judith Lintz e Ana Elisa Vidal, cuja direção nesta fase estava aos encargos das irmãs Ernestina e Consuelo Vidal Leite Ribeiro.

Foi um estabelecimento exemplar, inclusive, facultava às alunas o ensino do desenho, pintura e música.

Fechou suas portas em 1926 ou em 1927, cujo prédio pertenceu primeiramente ao arquiteto e escultor português Ignácio de Buenna Flor (2), que também, era proprietário de todas as casas da referida rua, antiga rua das Melas Éguas, pertencendo depois ao Dr. Direito da Comarca de 19.04.1926, pai do decano Dr. João B. de Freiras Lustosa. O prédio mudou de dono, sendo estabelecida a pensão Assis. No ano de 1947, o prédio reabriu novamente suas portas como estabelecimento de ensino "Educandário Santa Terezinha", sob supervisão das irmãs professoras D. Zizinha, Ceci e Nair (o nome das três professoras tem que ser confirmado, pois não constavam do texto original, mas é certo que as novas proprietárias eram três irmãs e professoras).

Foto da Rua Tiradentes. O prédio em destaque é o Colégio Sagrado Coração de Jesus. Ao fundo podemos identificar a Igreja do Rosário.

Agradeço quem puder confirmar ou acrescentar informações a respeito do Colégio Sagrado Coração de Jesus, Colégio Santa Terezinha e Educandário Santa Terezinha, seja por comentário no blog ou pelo e-mail nogueira.natania@gmail.com

(1) O professor Calindo Alvarenga Mayrinck, foi diretor do Ginásio Leopoldinense e também lecionou no Colégio Imaculada Conceição. Nascido em 20 de agosto de 1897, em Santo Antîonio do Grama, falesceu em Belo Horizonte em 20 de outubro de 1962.

(2) Ignacio de Castro Buena Flor, nascido por volta de 1847 e falecido em Leopoldina no dia 8 de julho de 1920. Buena Flor construiu magníficos altares em igrejas da zona da mata mineira. Infelizmente suas obras foram desaparecendo, muitas vezes dilapidadas pelos próprios responsáveis por sua conservação, como dizem ter acontecido com a primeira capela do Colégio Imaculada Conceição de Leopoldina. Não podemos afirmar que tenha sido ele o autor dos artefatos que compunham a Igreja de Conceição da Boa Vista. Por antigos almanaques soubemos que “a Matriz de Leopoldina possue um altar-mór, que é um primor de talha do artista Ignacio Buena Flôr, ricamente dourado às expensas de Manoel Antonio de Almeida”. Em outra passagem informa que “Buena Flôr é o artista que talha seus altares e elegantes pulpitos por encomenda dos fazendeiros do distrito da Leopoldina que desejam ver seus santos protetores bem ornamentados”. (Capturado em http://arraialnovo.blogspot.com/2007/04/recreio-mg-monumentos-de-conceio-da-boa.html, acesso em 07/11/2010).

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

EQUIPE DA ONHB COMENTA A FASE FINAL


A prova dissertativa foi parcialmente baseada em leitura previamente fornecida aos estudantes, no caso, a parte I do livro Caminhos e Fronteiras de Sérgio Buarque de Holanda. Os capítulos selecionados foram novamente distribuídos para as equipes no dia da avaliação, para evitar que as equipes fossem tomadas pelo nervosismo caso necessitassem consultar alguma informação. O maior objetivo desta atividade foi proporcionar aos participantes a chance de realizar uma leitura mais complexa de um texto clássico da historiografia nacional e, conhecendo previamente os possíveis conteúdos da avaliação, pudessem se preparar melhor para a prova dissertativa. As 300 provas foram corrigidas por uma banca de professores-historiadores da Universidade Estadual de Campinas, sendo que cada Prova recebeu notas de dois avaliadores diferentes.

No dia da prova as questões apresentadas aos estudantes foram as seguintes:

Durante a preparação para a Fase Final, as equipes receberam a Parte I do livro Caminhos e Fronteiras de Sérgio Buarque de Holanda, e indicamos quatro subcapítulos para serem observados com maior atenção (Veredas de Pé Posto, Iguarias de Bugre, Botica da Natureza e Frotas de Comércio). Em anexo você encontra esse material, que pode ser consultado.

1) Com base neste material, na leitura realizada anteriormente e em suas reflexões sobre esta leitura, responda:

a) Quais as idéias principais do texto? Identifique ao menos duas idéias que o autor apresenta e explique-as.

b) Como o autor descreve as relações entre os naturais da terra (índigenas) e os portugueses? Cite dois exemplos presentes no texto de Sérgio Buarque de Holanda e explique-os.

2) Ainda utilizando o texto de Sérgio Buarque de Holanda e sua reflexão sobre ele, responda:

a) Quais formas de abertura de caminhos e rotas o autor descreveu?

b) Quais são as idéias principais do subcapítulo “Frotas de Comércio”? Explique-as.

3) Ao longo da Olimpíada, abordamos temas importantes para a história, nas questões e atividades. Um deste temas foi a história oral. As equipes escolheram entrevistados, aplicaram questionários a eles, transformaram essas respostas em um texto e, posteriormente, transformaram esse texto em uma pequena reportagem. As informações iniciais, assim, foram se transformando ao longo do processo. Responda:

a) O que é história oral?

b) A história oral é uma forma mais completa e verdadeira de se fazer história? Justifique sua resposta.

Como se pode observar, as questões 1 e 2 incidiam na leitura e compreensão do texto de Sérgio Buarque de Holanda e a questão 3 recuperava um dos temas tratados durante a Olimpíada (por meio de questão e duas tarefas), ou seja, a história oral.

A questão 1 focava nas idéias principais do texto (e não na mera descrição de detalhes, por mais interessantes que fossem). Estas idéias principais remetem-nos à superação das fronteiras (seja a superação de fronteiras geográficas, seja a superação de fronteiras internas, na transformação que o português/bandeirante experimenta em contato com a nova terra), à idéia de trocas (como a troca de conhecimentos ocorrida no contato entre indígenas e portugueses num movimento de assimilação e aculturação) e à idéia dos caminhos que, inicialmente picadas na mata, vão transformar-se em rotas comerciais. A relação entre os indígenas e os portugueses, assim, não ocorrem como de “mão única”. Estabelece-se um aprendizado que se reflete, por exemplo, nos modos de caminhar pela mata, nas técnicas de sobrevivência e nos alimentos e remédios incorporados ao cotidiano. A relação entre portugueses e indígenas não é descrita pelo autor como necessariamente de aniquilação ou destruição, mesmo que a dimensão de exploração esteja presente. O português não chega “pronto” a este processo de colonização, mas aprende e “faz-se” por meio do contato.

A questão 2 prosseguia na compreensão do texto de Sérgio Buarque de Holanda, observando que os caminhos e rotas podiam se dar pelas picadas abertas na mata a pé, as entradas, as bandeiras, as monções e também pela atuação dos tropeiros. Neste sentido, as idéias principais contidas no capítulo Frotas de Comércio indicavam o estabelecimento das rotas comerciais, a troca comercial como definidora da conquista do território e a importância das monções e das bandeiras.

A questão 3 pedia uma definição de história oral, que poderia versar sobre o caráter metodológico da mesma (a forma como os dados são coletados e trabalhados) ou na percepção de que este trabalho baseia-se na oralidade, feita a partir da rememoração parcial e construída dos fatos vividos. Observamos que muitos erroneamente descreveram a tradição, ou a tradição oral (uma geração transmitindo oralmente seus conhecimentos à outra geração dentro de uma comunidade fechada), e não a história oral, que é a aplicação de um método específico para se fazer história. Ainda, a mesma questão oferecia uma definição simplista e errônea de história oral, e esperava-se que os estudantes observassem que a história oral não é uma forma mais completa e verdadeira de se fazer história. Ao longo dos comentários às questões da Olimpíada, salientamos que esta forma de produzir conhecimento histórico possui perigos e limites, sendo que ela ensina mais sobre como as pessoas lembram, do que sobre o passado em si.

FONTE: BLOG DA OLIMPÍADA DE HISTÓRIA

Poesias finalistas do Concurso de Contos e Poesias

A pedidos estou disponibilizando as poesias finalistas do concurso que realizamos na E. M. Judith Lintz, no dia 21 de outubor de 2010.

Poesias finalistas do 1º Concurso de Poesias e Contos

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

100 MIL VISITAS


Nossa, completamos hoje a marca de 100 mil visitas!

Na verdade, ultrapassamos a marca. Estive tão ocupada o dia todo que agora que fui ver o marcador e estamos com mais de 100.200 acessos. Chegou mais cedo do que eu imaginei. O Blog da Gibiteca já está completando quase 300 mil acessos, mas tudo bem, é quase um blog institucional e que é atualizado quase todos os dias - inclusive fins de semana e feriados. Mas o Blog Brasil: História e Ensino é um projeto particular. Nãi imaginava que ele alcançaria essa marca tão cedo e fico muito feliz em saber que tem gente que se interessa em ler minhas "bobagens".

Agradeço a todos e continuem visitando, pois fiquei ambiciosa: quero completar 200 mil acessos!!!

terça-feira, 2 de novembro de 2010

MURAIS DA GLÓRIA, BARROSO, EM MANAUS

A amiga e artista plática Glória Barroso esteve em Manaus nos meses de julho e agosto pintando murais em uma Igreja (de 2,60x2,60m cada). Ela me enviou as fotos e uma descrição. Eu achei lindo demais. Fez com que eu me lembrasse de um livro que li, O Pensamento Mestiço, de Sergio Gruzinski. Pedi e ela me autorizou postar no blog (as fotos e as decrições)
Representei Noite - Maria que no silêncio, no escuro prepara a Luz e pisa a sucuri , que representa o Mal

A Última ceia: a tristeza da hora das trevas, a luz que se vai hora que a vulnerabilidade de Jesus se manifesta ( Pai afasta de mim este cálice) e Ele chora nessa despedida. A mesa nua e os apóstolos sem identidade refletem suas sombras angústia medo das perseguições saudade antecipada do Mestre insegurança -e agora?


Crepúsculo Amanhecer Cristo vitorioso sobre as águas cercado de Buritis (árvore da Vida) Em todos a água como símbolo da Amazônia e da Vida, plantas animais de lá: buriti, cupuassu, guaraná, açaí, onça, jácaré(que não aparecem nas fotos).



Dia - Comunidade e o Espírito Santo ( representado pela antiga lamparina com sua imensa chama) mesa rodeada de pessoas lá da Comunidade ( O Valdir que toca o violão na igreja, Breno, seu filho, etc).

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Comentário do professor Oazinguito Ferreira da Silveira Filho sobre ensino de História Local


Gostei tanto do depoimento do professor/pesquisador Oazinguito Ferreira da Silveira Filho, que foi postado na rede social Café História, que pedi autorização a ele para reproduzí-la e ele permitiu.

"Vivo e respiro a história local em sala-de-aula desde 1980 quando propus as escolas em que eu lecionava, a introdução de relações entre o processo de história do Brasil com o de nossa História Local (Petrópolis), fui estimulado por muitos e criticado por outros. Já sofria neste período por outras condições políticas, mas fui adiante em meu projeto e consegui submeter às coordenações dos cursos de formação de professoras na época que seu programa de história comportasse um currículo mínimo especifico de história local, para tal realizamos o primeiro encontro de história local destinado ao ensino de história especificamente para professoras do extinto primário (ensino fundamental) isto em 1982.

Sua divulgação pelo extinto Jornal dos Sports do Rio de Janeiro trouxe curiosos para a serie de palestras no Colégio Werneck na época. Entre os especialistas locais o próprio diretor do Museu Imperial foi um dos mais importantes palestrantes e que difundiu na época a relação entre a estrutura pedagógica do Museu Imperial com as novas professoras. Os membros do IHP (Instituto Histórico de Petrópolis) também estavam presentes com suas palestras.
Considero que foi um momento único na dimensão da História Local em uma época onde discutia-se plenamente as revisões da História do Brasil e seus novos processos.

Porém por questões particulares quanto ao dimensionamento da educação em uma cidade que crescia, passamos a ter inúmeros contratempos que muito me atordoaram e afastei-me do projeto refugiando-me na sala-de-aula.
Neste hiato, um vereador astuto e oportunista lançou um projeto de lei que foi encampado, este criava a disciplina de HGTP, foi criada pela lei de 20 de dezembro de 1984, publicada pelo Diário Oficial em 29-12-1984 e que incluía uma vertente para o estudo oficial da Educação para o Trânsito,muito criticada pelos estudiosos e defensores da história local e que foi estabelecida pela Lei Orgânica dos Municípios no.4259, de 16-10-1984, regida pelo Capitulo VI, artigo 74, em seus parágrafos 1o e 2o do Código de Transito Brasileiro, em sua Educação Nacional para o Trânsito.

Tudo para ser inserido em um programa de uma aula por semana, e lecionado por um professor que deveria ser considerado especialista (somente na 5a. serie).
Mas, não teria de ser assim como foi introduzido no ensino local. O ensino e estudo da História Local poderia ter seguido outros parâmetros pedagógicos na organização curricular dos alunos do fundamental em nosso município, como o fato de se dissociar das vertentes. Critiquei amplamente pela mídia local, mas o politicismo local prevaleceu e continuei afastado da história local. Eventualmente publicava algum ensaio de história local, mas não com a constância que se realizava pelas páginas dos jornais na época.

Filhos e diversas escolas, sobrevivência difícil, fizeram meu momento de ausência. Retornei às pesquisas ao final dos anos 90 e ensinando a famigerada HGPTT, porém segundo minhas condições e não especificamente as curriculares, publicava ensaios e artigos e até hoje me encontro permeando a história local ao programa curricular oficial, claro que não encontramos mais obstáculos, talvez por minha idade e tempo no magistério no município, mas por um encontro que mudou minha visão sobre a educação, um encontro de novos professores do Estado com Darci Ribeiro que me estimulou no desenvolvimento do processo educacional de história local como encontro com a aprendizagem e principalmente com o descobrir do mundo imediato para o aluno que nos ‘visitava’, sedento por saber algo diferenciado."

terça-feira, 26 de outubro de 2010

A EQUIPE JUDITH LINTZ NA ONHB

Ainda não tive tempo para escrever um bom comentário sobre a nossa participação este ano na Olimpíada Nacional em História do Brasil, nem sei se vou ter por estes dias. O que posso adiantar é que fomos bem, não ganhamos medalha, mas os meninos fizeram boa prova, com segurança e tranquilidade. Foi um grande crescimento para eles, como alunos, e para mim, como professora. Ano que vem estaremos de voltam, se Deus quiser. Na falta de palavras, seguem algumas fotos. Espero que gostem.

Últimas notícias da ONHB:

Ceará e Pernambuco são os estados que receberam o maior número de medalhas de ouro na 2ª Olimpíada Nacional em História do Brasil, organizada pelo Museu Exploratório de Ciências (MC). Juntos, os estados levaram 7 das 15 medalhas de ouro distribuídas na emocionante cerimônia de premiação que aconteceu no último domingo, 24, na Universidade Estadual de Campinas e reuniu cerca de 2 mil pessoas. Ao todo, foram distribuídas 75 medalhas entre ouro, prata e bronze e 225 menções de honra. Todas as 300 equipes convocadas para a final foram premiadas.

SOBRE O 1º CONCURSO DE POESIAS E CONTOS


No dia 21 de Outubro passado tivemos na Escola Municipal Judith Lintz Guedes Machado a oportunidade de realizar o 1º Concurso de Poesias e Contos. A participação dos alunos, professores e das famílias foi recompensadora.

O Concurso premiou 3 poesias e 3 contos, escritos por alunos do Ensino Fundamental. Infelizmente, a premiação popular não pode acontecer, por questão de logística (não nos preparamos devidamente e achei melhor não arriscar). Agradecemos a presença de todas as autoridades ( O prefeito Bené Guedes e sua esposa Nilma, A Superintendente de Cultura, Rosangela e demais funcionários do Gabinete e da Secretaria de Educação) e a boa vontade dos jurados (Arnaldo Spindola, Luiz de Melo, Gláucia Costa, Mariangela Carraro, Sra Julinda e a Secretária de Educação Lúcia Horta).

Tivemos um grande apoio da Superintendência de Cultura (aqui nossos agradecimentos para Zazaia e Rosângela) e de vários patrocinadores (Art-Flora, Papelaria e Livraria Central, Banco do Brasil, Evandro Jóias, Garden Flores, O Boticário).

Vale destacar a presença da professora Maria Aparecida Lintz, filha da professora Judith Lintz, também uma das patrocinadoras do evento.

É claro, não posso deixar de agradecer ao grupo Antique, que deu um toque especial ao evento com suas apresentações que misturaram música e poesia em uma harmonia sem par.

O sucesso do evento foi tanto, que estamos pensando no próximo, para o ano que vem.

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Dia internacional da Animação em Leopoldina


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No Dia Internacional da Animação - 28 de outubro -, às 19 horas, vai ocorrer uma mostra de mostra de curtas de animação, na Usina Cultural.

Compareça e convide seus amigos!

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

CONVITE: CONCURSO DE POESIAS E CONTOS




Clique na imagem para ampliar e ler

Além do júri especializado, teremos ainda um júri popular. Contamos com a presença de todos!

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

ESTAMOS NA FINAL!!!


Ontem saiu nossa convocação para a final da ONHB. Agora é correr atrás dos documentos. Eu havia pedido aos pais que preenchessem antes, para agilizar, mas nos foi enviado em outro modelo, então eu tive que refazer. Hoje corri atrás dois pais para colher assinaturas e uma mãe vai me entregar o dela amanhã. As passagens e o hotel já estão reservados. A prefeitura foi muito generosa conosco neste sentido. Ano passado fomos patrocinados pela prefeitura de Leopoldina. Este ano estamos novamente recebendo apoio. Eu, e escola e os alunos agradecemos muito à Secretária de Educação Lúcia Horta e agradecemos também a Josy, que está providenciando nossa verba.

Agora é estudar! Fim de semana e feriado se for preciso!

Iniciada em agosto com mais de 43 mil participantes, a ONHB se destaca como uma das competições mais inovadoras do país. Realizada em cinco fases online e uma presencial, a competição envolveu professores e alunos na resolução das provas, estimulando a troca de experiência entre os participantes, a leitura e o estudo.


Veja a progração da fase final clicando aqui!

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

PONTUAÇÃO DAS MINHAS EQUIPES


A organização da ONHB liberou a lista com a pontuação das equipes, mas sem ordem de classificação. Então eu identifiquei as minhas e ordenei-as e acordo com a pontuação. Segue a minha listagem particular.


Equipe

Pontuação

01

Judith Lintz Guedes Machado

936,5822

02

Historiadores da Zona da Mata

898,2087

03

Yankees

880,6004

04

Mago

825,5675

05

CDK

801,4542

06

Inconfidentes da Zona da Mata

789,3185

07

Lea Müller

766,7948

08

Os Três de Esparta

755,4761

09

Professor Machado

718,9557

10

Jacobinos

678,9375


Amanhã termina o prazo para confirmação da presença para a final. Já estamos na sexta posição, a espera de uma vaga. Até hoje ainda faltavam mais de 230 equipes confirmarem presença. Muitas deixam para o final, mas acho que neste caso uma boa parte da lista de espera vai ser encaixada, como aconteceu no ano passado. Estamos na expectativa!

domingo, 3 de outubro de 2010

XXVI SIMPÓSIO NACIONAL HISTÓRIA - ANPUH 50 ANOS


São Paulo (USP-Campus Butantã)
17 a 23 de
julho de 2011

CRONOGRAMA

01 de novembro a 1 de dezembro de 2010
Inscrições de propostas de Seminários Temáticos.
Inscrições de propostas de Minicursos.

9 de dezembro de 2010
Reunião da Comissão Científica preliminar (Diretoria Nacional e ANPUH - SP) para avaliação das propostas de Seminários Temáticos e de Cursos, sugerindo junções ou desdobramentos.
Indicação de conferencistas nacionais.
Confirmação de conferencistas estrangeiros.

10 de dezembro de 2010
Reunião com Regionais para avaliar decisões da Comissão Científica preliminar.

13 de dezembro de 2010
Divulgação dos Simpósios Temáticos e Minicursos aprovados

01 de janeiro a 21 de março de 2011
Inscrições de trabalhos nos Simpósios Temáticos aprovados.
Envio de propostas de mesas redondas

01 de janeiro a 30 de junho
Inscrições prévias nos Minicursos.

22 a 31 de março de 2011
Avaliação e seleção dos trabalhos inscritos nos Simpósios Temáticos, feitas pelos coordenadores (com eventuais sugestões de remanejamentos ou junções, lembrando que os coordenadores poderão acompanhar diariamente as inscrições).

01 a 11 de abril de 2011
Envio pelos coordenadores da programação de trabalhos nos Simpósios Temáticos, já considerados os remanejamentos (considerando as segundas e terceiras opções).

14 de abril de 2011
Reunião da Comissão Científica (Diretoria Nacional e ANPUH-SP, para definir mesas e resolver eventuais pendências)

15 de abril de 2011
Reunião com Regionais para fechar programação.

1º de maio a 11 de julho de 2011
Inscrições de ouvintes.

CONTINUANDO A INVESTIGAR MANOEL DEL VALLE

Fiz meu trabalho de campo. Fui ao cemitério, seguindo as indicações dadas por NilzaCantoni, e encontrei o local do túmulo de Manoel del Valle, no terceiro plano , número 189, do Cemitério Municipal Nossa Senhora do Carmo, em Leopoldina (MG).


O que eu encontrei foi uma imagem desoladora. A maior parte dos túmulos do terceiro plano estão quase que abandonados. A terra que desce do morro, durante as chuvas causa muitos estragos. Famílias que ainda cuidam da manutenção devem ter muito trabalho para manter os túmulos - muitos deles jazidos perpétuos -, em um razoável estado de conservação.

O túmulo de Manoel está apenas "na terra", nas palavras do funcionário responsável, que me conduziu até o local. A placa de identificação numérica do túmulo estava arrancada, encostada em um jazido vizinho, que encontrava-se em melhor estado. A família, ao que parece, não providenciou um túmulo par ao ator espanhol, o que me levou a muitas indagações. Ele não tinha filhos ou esposa? A família era pobre? Eles se mudaram de Leopoldina?


Mais de 104 anos depois de sua morte, sua cova está sem nenhuma identificação. Devo dizer que fiquei mais curiosa ainda sobre a história deste personagem. Como ator, supõe-se que Manoel tenha sido uma pessoa muito conhecida na localidade. Creio que tenho uma queda por pessoas ilustres que caem no esquecimento.

sábado, 2 de outubro de 2010

VOCÊ SABE QUEM FOI MANUEL DEL VALLE ALONSO?

Descobri Manuel Del Valle hoje, quanto folheava o livro de Relatórios da Câmara Municipal de Leopoldina referente ao ano de 1926, publicado pela Tipografia da Gazeta de Leopoldina, em 1927. Eu havia pegado o livro como empréstimo, ontem, e hoje comecei a separar os temas do meu interesse.

Ao chegar nas páginas finais deparei-me com a compilação da Lei N. 403, de 27 de Novembro de 1926. A citada lei concede perpetuidade para a sepultura do ator Manuel del Valle, falecido em 6 de Fevereiro de 1906.

Minha curiosidade foi então despertada: que importância teve Manuel del Valle para ter direito a um túmulo perpétuo? Mais ainda, o túmulo ainda existe? Para responder à segunda parte da pergunta, só mesmo fazendo uma rápida excursão ao cemitério municipal. Algo que posso providenciar amanhã mesmo. Mas a primeira parte é mais difícil e nestas horas eu tenho que recorrer a quem sabe mais: Nilza Cantoni.

Liguei para a pesquisadora, que mora em Petrópolis, e contei sobre a minha descoberta. Ela também não sabia quem era Manuel. Logo estávamos as duas a especular sobre as muitas possibilidades.

Nilza imediatamente consultou seus arquivos e achou o registro de óbito de Manuel, que na verdade assinava como Manuel delValle Alonso, imigrante espanhol, filho de João del Valle Alonso, 44 anos, residente em Leopoldina até a ocasião de sua morte. seu túmulo localiza-se na secção do cemitério, 3º plano, sepultura de nº 189. Segundo o registro, foi concedido privilégio de gratuidade por 20 anos (dados retirados do livro de obituário de nº 01, folha 10, ordem 15/1906). Em 1926, o privilégio havia acabado e foi, então decretada a lei de perpetuidade.

Segue abaixo, uma cópia do documento, que foi encontrado na página 103, do livro de relatórios da Câmara Municipal de Leopoldina, ano de 1926.

Clique na imagem para ampliar

Mas ainda continua a questão? Alguém sabe quem foi Manuel del Valle? Se souber, tiver alguma indicação, ajude-nos a descobrir quem ele foi.

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