Início da noite em Paris - foto tirada do Jardin des Tuileries. |
Este ano fiz
minha terceira visita para Paris. A minha primeira passagem pela "Cidade
Luz" foi bem rápida, apenas uma escala de 21 horas, em 2016. Mas foi proveitosa,
pois chegamos a ir visitar a Torre Eiffel e até encontramos com um amigo
brasileiro. Na segunda vez, ano passado, eu fiquei quatro dias, visitei alguns
pontos turísticos importantes como, por exemplo, o Museu do Louvre e a Catedral de Notre Dame.
Como este ano fui com amigos, eu revi alguns dos lugares que eu já conhecia, como Louvre, onde descobri que não havia visto tudo! Pois é, passei horas percorrendo salas pelas quais não havia passado na primeira vez. Passei mais dias, seis, e tive
tempo de conhecer outros lugares. E olhem que ainda há muitos lugares em Paris que
eu não pude ir. Ou seja, não descarto uma quarta visita à cidade.
Vista de Paris do alto da colina de Montmatre - o dia nublado não favoreceu muito, mas não deixa de ser uma vista muito bonita. |
Mas vamos às novidades deste ano, começando com o bairro em que eu
fiquei hospedada: Montmartre. Nós
estávamos em quatro pessoas e reservamos um estúdio no Hotel Sofia. Mas como
não conhecíamos a região levamos um susto no primeiro dia. Resolvermos visitar a Torre Eiffel e, claro, usamos o metrô. Optamos pela estação de Rochechouart, próxima ao hotel.
O metrô em Paris
geralmente é um lugar onde é preciso ter atenção redobrada por causa dos furtos. Mas não chega a ser algo intimidador. Mas aquela estação, em especial foi
tomada por gangues. Imagine o susto que levamos. Retornamos ao hotel assustados e fomos
orientados a usar a estação de Anvers, que era bem pertinho, também. Olha, a
diferença era berrante: de uma quadra para outra parecia que tínhamos mudado de
cidade.
Não se pode dar bobeira no metrô de Paris, em nenhuma estação. Sempre há batedores de carteira, pessoas que se aproveitam da sua distração para abrir sua bolsa e tirar seu celular. Por isso as pessoas normalmente estão com os celulares nas mãos, pois os ladrões evitam abordagens diretas. Raramente há crimes violentos, mas os furtos são muito comuns. Brasileiros acabam se tornando alvos porque relaxam, afinal, não estão no Brasil. Um amigo meu chama isso de "mito do primeiro mundo", achar que na Europa não existem problemas de segurança como no Brasil e em outros países do Sul.
Montmartre nos assustou um pouco no início, mas depois fomos
descobrindo seus recantos e se tornou um dos lugares mais agradáveis que
conhecemos durante nossa estadia em Paris. E vou começar falando dele até para
tirar a má impressão que eu possa ter deixado com minha péssima experiência no
metrô.
Montmartre fica em uma colina, de onde se pode ter uma privilegiada vista
panorâmica de Paris. É um bairro boêmio famoso pelas suas casas de shows, sendo
a mais famosa o Molin Rouge. O
bairro só passou a fazer parte da cidade de Paris em 1860 e se tornou ponto de encontro de artistas e intelectuais como Degas, Cézanne, Monet, Van
Gogh, Renoir e Toulouse-Lautrec por exemplo.
Tiramos um dia para andar por Montmartre. A primeira
parada foi na Basílica do Sacré-Cœur (Sagrado Coração). Para quem estiver em Paris, ou planeja visitas a cidade, e quiser conhecer o local é bem fácil chegar. Basta pegar a linha 02 do metrô até
Anvers (veja o mapa do metrô de Paris clicando aqui). Em três minutos chega-se à Basílica. Não tem erro. O Sacré-Cœur fica na parte mais elevada da
colina e é um dos símbolos mais famosos do bairro.
A basílica
começou a ser construída em 1875 e foi terminada em 1914. É uma
igreja muito bonita e as visitas são gratuitas. Vale a pena conhecer o local
antes de partir para uma caminhada pelas ruas de Montmartre. Uma curiosidade sobre
Montmartre é que, em tempos antigos a colina era considerada um lugar sagrado
pelos gauleses, que lá realizavam cerimônias religiosas.
Em Montmartre o sagrado e o
profano se misturam. O bairro é famoso pela boemia e desde a abertura dos
primeiros cabarés passou a ser frequentado por pessoas consideradas marginais e
de vida desregrada, como bailarinas, prostitutas, modelos, pintores e
escritores. Por outro lado, acabou se tornando uma referência religiosa, a
partir da construção da Basílica do Sacré-Cœur.
Há muitas galerias em Montmartre. É possível passar o dia só por conta de visitá-las! |
Vai um macarron aí? |
E foi lá que pudemos saborear a deliciosa culinária francesa, num restaurante muito charmoso, que oferecia um daqueles menus especiais, com opções de entrada, prato principal e sobremesa. Pagamos €16,00 e comemos muito bem. Detalhe: água e cesta de pães eram cortesia.
Eu matei a vontade de comer uma das coisas que mais gosto e que não é fácil encontrar aqui no Brasil: sopa de cebola gratinada. E olhem que eu nem gosto de cebola! Mas a sopa de cebola francesa é fantástica. Como prato principal pedi uma carne cozida acompanhada com purê de batata e de cenoura. Como sobremesa eu escolhi crêpe Suzette
Eu ia colocar uma foto das comidinhas, mas preferi uma foro minha no restaurante. Adorei o local, simples e aconchegante. |
Um dos destaques do museu são seus jardins, que foram recriados a partir das pinturas de Renoir. Infelizmente, no inverno, eles não têm a mesma vivacidade do verão, mas ainda assim são muito bonitos. Na exposição permanente do museu há muitas referências ao Le Chat Noir, um cabaré francês no final do século XIX, situado em Montmartre, inaugurado em 18 de novembro de 1881 funcionou até 20 de março de 1897. Era considerado um dos mais modernos da sua época e se tornou ponto de encontro de poetas, escritores, pensadores, pintores e políticos.
Pegamos, ainda, uma exposição
sobre cinema em Montmartre, chamada de Matre Decór de Cinéma. Tudo muito bem
organizado com um sistema de audioguia em vários idiomas. Não tinha em português, mas é possível entender perfeitamente em espanhol. O audioguia permite
percorrer todos os recantos, dos jardins ao interior do museu, e ter informação
sobre cada item e cada detalhe. Vale a pena visitar!
Nos dias que se seguiram eu fiz
vários passeios, encontrei amigos, fui à entrega do Prêmio Artemísia (clique
aqui para conferir) e, claro, aproveitei a liquidação de inverno para fazer
compras. Um dos passeios que eu mais gostei foi ao Museu d'Orsay. Por sinal super-recomendado
pela amiga Luciana Azevedo.
O
museu é maravilhoso, um dos mais interessantes que eu já visitei. Ele fica às
margens do rio Sena, no prédio de uma antiga estação ferroviária construída em
1900. Só isso já me agradou. Pegar uma
estação antiga transformá-la em um museu magnífico, respeitando a arquitetura
original, é um exemplo de como o patrimônio poder ser preservado e revertido
para uso da comunidade. No Brasil o normal, no caso das estações, é destruí-las
para construir prédios comerciais. Como aconteceu aqui em Leopoldina (MG), por
exemplo.
O Museu d’ Orsay reúne obras de arte produzidas no período entre 1848 e 1914. Lá
podemos encontrar pinturas, esculturas e fotografias feitas por mestres do
impressionismo, pós-impressionismo e realismo, tais como de Monet e Manet, Vincent
van Gogh, Matisse, Cézanne, entre outros mestres.
Todos eles artistas que eu adoro, com destaque para Monet e Van Gogh. Eu fiquei literalmente
sem ar quando de deparei com o autorretrato de Van Gogh. Uma jovem, que
chegou um pouco depois de mim, até deu um gritinho de felicidade. Além das exposições
permanentes havia uma exposição temporária, dedicada a Degas. Curiosamente, em dezembro, fui a uma apresentação de balé inspirada justamente nos quadros de Degas.
Passei seis dias em Paris, se fosse falar de cada momento, acho que seria cansativo demais para quem desejar ler este post. Mas reafirmo: vale a pena ir a Paris quantas vezes forem possíveis. Sempre vai haver algo novo a ser visto. Dos grandes monumentos e museus às ruas estreitas e nostálgicas dos bairros da cidade. Paris oferece opções para todos os gostos. Não por acaso que a capital da França é uma das cidades mais visitadas do mundo.
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