Amaury Fernandes, Marta, Chantal e eu! |
Um mês depois, eu pude reunir
fôlego para escrever algumas palavras sobre a experiência de me encontrar com Chantal
Montellier no Rio de Janeiro, durante a Semana Internacional de Quadrinhos
(SIQ), realizada entre os dias 02 e 05 de maio deste ano. Ao contrário do que
se fala dos franceses, eu nunca tive qualquer problema em me relacionar com eles. Das
poucas vezes que fui à França eu fui bem tratada e recebida e não foi diferente
com Chantal Montellier.
Nós começamos a ter contato no
final de 2015, quando estendi minhas pesquisas sobre mulheres nos quadrinhos
para a França. Na época eu tinha interesse em saber mais sobre a revista “Ah!
Nana!”, publicada no final da década de 1970. Ela, de imediato, me deu todo
o suporte e, quase sem em conhecer, me indicou para publicar em uma revista
francesa. A partir dela eu fiz contatos com pessoas como o jornalista Yves
Frémion e com a quadrinista italiana Cecília
Capuana.
Finalmente, eu iria conhecer
aquela que havia se tornado um exemplo para mim, tanto pelo se talento quando
pelo seu idealismo. E nós sabemos que vivemos uma época em que ter e manter
ideais é uma tarefa árdua.
Chantal Montellier veio ao Brasil
a convite de Octavio Aragão e de Amaury Fernandes, organizadores do SIQ, como
principal atração do evento, patrocinada pela Maison de France. Aproveitando
sua vinda ao Brasil, a Editora Veneta republicou o único quadrinho de Chantal
Montellier no Brasil, “O
Processo”, uma adaptação da obra de Kafka. Estamos aguardando o próximo, opções não faltam!
E ela realmente roubou a cena.
Entre entrevistas, lançamentos e palestras ela cumpriu com maestria todos os
seus compromissos e ainda fez muito mais. E não podemos esquecer da sua preocupação
constante em estar atendendo à demanda do seu público, que incluiu quadrinistas,
estudantes de arte e jornalismo, professores e curiosos.
Não pode faltar livro autografado! |
A História das
Mulheres tanto quando a História dos Quadrinhos é universal, ela não pertence
ao Brasil, à França ou aos Estados Unidos, ela pertence a todos. É uma História marcada por lutas,
por avanços e retrocessos. É a História das brasileiras, das francesas, das
suecas, das inglesas, das japonesas, das estadunidenses e das angolanas.
Ser mulher em nosso mundo e ser várias
mulheres em imersas em várias realidades, mas que enfrentam desafios muito
semelhantes. Seja nos anos de 1940, nos anos de 1970 ou atualmente, é uma
História que se define pela construção de uma memória compartilhada. E Chantal
Montellier compartilhou parte desta memória conosco naqueles três dias em que
ela se revezou entre entrevistas e palestras.
Um comentário:
dia de todas mulheres... independente da nacionalidade
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