Em
abril deste ano, quando foi a Portugal, ganhei do amigo Pedro Bouça um exemplar
autografado de as Viagens de Loïs - Portugal, de autoria de Luís Differ e
Jacques Martin. Foi um presente especial, por muitas razões.
Primeiramente porque Jacques Martin é, de longe, um dos meus autores preferidos. Em segundo,
porque o álbum é dedicado a Portugal e não apenas conta a História do país
como, também a de seus principais monumentos, muitos deles eu conheci naquela
ocasião. Finalmente, porque tenho uma queda por quadrinhos históricos. Os bons
são resultado de pesquisa minuciosa e, invariavelmente, tornam-se um excelente
recurso didático.
Mas
é melhor esclarecer que não se trata de uma História em Quadrinhos, mas de um
livro ilustrado baseado em uma série de HQs franco-belga chamada Les Voyages de Loïs. Esta série foi originalmente criada em 2003 por
Jacques Martin, com ilustrações de Olivier Páscoa. Série, aliás, que eu não conhecia e que me despertou certa curiosidade. Ela é ambientada no século XVII, durante o reinado de Luiz XIII, pai de Luiz XIV. Seu primeiro volume é dedicado a
Versalhes.
Confesso
que o autor Luís Differ era desconhecido para mim. Conheço poucos autores portugueses. Ele é quadrinista, arquiteto e
professor de artes. Já Jacques Martin é um dos mais renomados autores de
quadrinhos franco-belga, falecido em 2010. Martin deixou uma vasta produção, da
qual falarei em outra ocasião.
Como
outros álbuns históricos produzidos por Jacques Martin, Portugal possui
ilustrações magníficas. Tenho, inclusive, um exemplar similar, das Viagens de
Alix (em francês) que mostra a marinha antiga, também muito bonito (este feito
em colaboração com Marc Henniquiau). Misturando textos históricos e ilustrações o livro Portugal nos apresenta a
História de Portugal contada, também, a partir da sua arquitetura.
Lisboa
e Porto são duas referências para o autor, que remonta aos tempos das grandes
navegações e descobertas portuguesas, época do esplendor do reino lusitano.
Para quem conhece Lisboa, por exemplo, pode-se nitidamente identificar
bairros, praças e construções que ainda existem. Ao mesmo tempo a obra nos traz
detalhes e histórias de construções que desapareceram, vitimados por incêndios
ou terremotos. Acho que não é exagero dizer que trata-se de material muito bom para trabalhar educação patrimonial. Eu, pelo menos, trabalharia, caso lecionasse em Portugal.
Igrejas,
palácios, o grande aqueduto que corta Lisboa. Tudo desenhado com uma riqueza de
detalhes que nos permite viajar no tempo. Eu queria ter lido o livro quando
estava em Portugal. Mas a correria de uma viagem de turismo muitas vezes nos
impõe horários apertados e nem sempre sobra tempo para algo simples como ler um
livro, por exemplo. Se o tivesse feito, certamente iria observar com um olhar
mais criterioso o espaço urbano lisboeta.
Lamentações
a parte. Foi um dos melhores presentes que ganhei este ano. Aliás, não posso
reclamar de 2016. Quem acompanha minhas postagens já deve ter visto que fui
presenteada várias vezes, com quadrinhos estrangeiros, raridades, quadrinhos
nacionais. Quase não estou dando conta de falar um pouco de cada um deles.
Mas, por favor, isso não quer dizer que não quero continuar ganhando. Todos
certamente terão espaço, nas minhas prateleiras e nos meus blogs.
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