Quando a sede das Olimpíadas de 2016 foi anunciada muita gente,
inclusive eu, estava cética: será que sai?
Problemas não faltaram. O Rio de Janeiro virou um canteiro de obras, o
trânsito mudava constantemente. Passei dois anos indo para Niterói toda semana, via Rio de Janeiro, sei do que estou falando. A revitalização da zona portuária
deixou muita gente irritada. Além disso, as obras de forma geral, foram pontuadas de críticas e de denúncias. O Estado do Rio de Janeiro faliu, mas as
Olimpíadas, imaginem, deram certo. Pelo menos na maior parte do tempo.
Museu do Amanhã. |
Mas não vou ficar repetindo o que todo mundo já sabe. Tem muita
coisa na internet, boa e ruim, sobre os Jogos Olímpicos de 2016. Vou me limitar
aqui a falar das minhas impressões pessoais. E aí entram não apenas os jogos em
si, mas as mudanças feitas no Rio de Janeiro para receber os turistas.
Apesar de eu não achar que o Brasil estava em condições de sediar uma
Olimpíada, até que o Rio de Janeiro deu conta do recado, pelo menos até onde eu
pude ver.
Desde criança eu sou fã dos jogos Olímpicos. Nunca perdi uma abertura e
assistia a tudo que podia. Sou uma atleta frustrada. Fisicamente não tenho
aptidão para o esporte. Era boa em natação mas, no resto, sou um desastre. Acho
que por isso gosto de assistir as disputas, ver pessoas fazendo o que sei que
não consigo fazer. Mas não com inveja, que fique claro, mas com
admiração.
Então, nada mais natural do que eu poder assistir a pelo menos a uma
disputa olímpica. Acabei escolhendo, por força das circunstâncias, o último dia
de competições e, claro, uma final com medalha de ouro. Fui assistir à final do
handebol masculino entre França e Dinamarca. Apostei na França, favorita.
Venceu a Dinamarca. Acho que sou pé frio, como diz meu amigo Pedro Bouça.
Mas, pra falar a verdade, eu vibrei com os dois lados. Quando se assiste
a uma disputa de grande nível cada lance é único e emocionante. Então, torci
para França mas também comemorei os bons lances da Dinamarca. Por sinal, fiquei
bem no meio da torcida dinamarquesa, o que dificultou um pouco eu gritar
"Allez France".
A Dinamarca venceu. A prata ficou para a França e o bronze foi para a Alemanha. E eu vi a premiação: bônus de quem deixa para ir no último dia e assistir a uma final.
A Dinamarca venceu. A prata ficou para a França e o bronze foi para a Alemanha. E eu vi a premiação: bônus de quem deixa para ir no último dia e assistir a uma final.
Torcida da Dinamarca - tive que assistir ao jogo praticamente o tempo todo de pé! |
Mas vamos falar de organização. Eu achei tudo muito mais organizado do
que esperava. Começando com o transporte. Peguei o VLT ao lado da rodoviária do
Rio sem grandes dificuldades e me encantei com o trajeto feito pelo veículo.
Pra começar, ele atravessa toda a zona portuária revitalizada. Ponto para o Rio
de Janeiro. Está tudo muito lindo. O VLT tem paradas em vários pontos, como o
Museu do Amanhã, a Cinelândia e segue até o aeroporto Santos Dumont.
Para quem vai ao Rio de Janeiro e quer passar um dia, visitar museus,
conhecer o centro, agora ficou muito fácil. O VLT não enfrenta o trânsito. Por
exemplo, no retorno à rodoviária, a chuva havia causando um congestionamento. Passamos por ele tranquilamente, coisa que não seria
possível caso estivéssemos de ônibus. Claro, eu sei que este tipo de serviço
beneficia os turistas, que quem mora no Rio talvez pouco usufrua. Mas é bom
lembrar que o turismo é uma fonte de renda para muitos cariocas, principalmente
os que vivem de comércio ambulante.
Mapa com as linhas e as paradas do VLT. Eu peguei a linha Azul, não sei se a verde está funcionando, não me perguntei. |
Visto por este lado, as obras de revitalização da área portuária e a
instalação do VLT talvez sejam o maior legado das Olimpíadas para o Rio. Mas não
posso deixar de comentar que as obras não acabaram. Saindo da rodoviária dá pra
ver que falta ainda bastante coisa para ser terminada. Espero que continuem o
trabalho mesmo depois dos jogos.
Nosso primeiro objetivo era
conhecer o Boulervard Olímpico e ver a Pira Olímpica, na Candelária. O ruim foi
que eu peguei chuva, então as fotos não estão tão bonitas quando deveriam. Mas
mesmo com chuva, foi ótimo. Aliás, a chuva deu um charme ao dia, que foi cheio de aventura, enfrentando rajadas de vento na saída do Parque Olímpico, tênis
encharcado o dia todo e longas caminhadas no Parque Olímpico.
Mas deu tudo certo e, por incrível que pareça, tudo funcionou, do VLT ao
Metrô e o BRT. Demorou um pouco, mas chegamos todos inteiros e a tempo de
conhecer um pouco do Parque Olímpico e tirar fotos. Todos a quem me refiro são
os meus acompanhantes, aluno (Lucca), ex-aluno (Vinícius), futuro aluno (Vitor), a amiga Ana Cristina e marido (Antônio Marcos). Os únicos que tiveram
coragem de me acompanhar na minha aventura. E foram ótimas companhias, diga-se
de passagem.
Da esquerda para direita: Vitor, Vinícius, Antônio Marcos e Ana Cristina. Candelária ao fundo. |
No Parque Olímpico também não tivemos problemas. A entrada foi tranquila
e lá dentro sempre tinha alguém pronto para dar uma informação. Mas tudo caro.
A comida principalmente. Pior é que lá só se aceitava cartão VISA. Nem meu
cartão de débito é VISA, acabei não gastando quase nada. Minha poupança
agradece.
Quanto ao Parque Olímpico em si, ele está belíssimo. Um complexo esportivo de primeiro mundo. Uma pena que parte dele será desmontado depois das Paraolimpíadas. O prédio mais bonito, para mim, foi a arena construída para o jogos aquáticos. Gostaria de ter entrado para conhecer.
Ah, não posso esquecer de falar sobre a segurança. Acho que nunca caminhei com tanta tranquilidade pelo centro do Rio de Janeiro. Havia soldados por todos os cantos. Na verdade quase se tropeçava neles. No trajeto da maratona, então, nem se fala. Eles estavam formando quase uma parede humana. Sem risco de alguém invadir e atacar um maratonista. No Parque Olímpico também havia bastante policiamento.
Torcedores mexicanos na maior farra. |
Ah, não posso esquecer de falar sobre a segurança. Acho que nunca caminhei com tanta tranquilidade pelo centro do Rio de Janeiro. Havia soldados por todos os cantos. Na verdade quase se tropeçava neles. No trajeto da maratona, então, nem se fala. Eles estavam formando quase uma parede humana. Sem risco de alguém invadir e atacar um maratonista. No Parque Olímpico também havia bastante policiamento.
Outra atração a parte eram os estrangeiros, Muitos fantasiados. Todos sempre alegres. Pode-se dizer que o espírito esportivo estava presente em todos. Jovens, idosos, crianças. Vale destacar a simpatia dos franceses. Pois é, eles que tem fama de serem meio antipáticos foram bem gentis conosco. Vitor tirou foto um torcedor sorridente e eu e Lucca conversamos com um jornalista.
Ah, sabe aquele momento em que você encontra uma pessoa famosa, não sabe quem é, a pessoa tenta explicar, dentro do metrô lotado e só depois você se dá conta de que estava conversando com um campeão Olímpico? Pois é, aconteceu comigo. Puxamos conversa com um francês que estava que eu tinha certeza que era atleta. Era nada menos que Xavier Barachet, campeão olímpico de handebol na Olimpíada de Londres. Ele foi cortado da seleção este ano porque machucou o joelho. Estava meio aborrecido que a derrota da França. É compreensível, né.
Tirando isso, não se via uma pessoa de cara triste. Aliás, nem tinha como estar. Tristeza não combina com Olimpíada.
Xavier Barachet, handebolista profissional francês.Medalha de ouro em Londres. |
Ah, sabe aquele momento em que você encontra uma pessoa famosa, não sabe quem é, a pessoa tenta explicar, dentro do metrô lotado e só depois você se dá conta de que estava conversando com um campeão Olímpico? Pois é, aconteceu comigo. Puxamos conversa com um francês que estava que eu tinha certeza que era atleta. Era nada menos que Xavier Barachet, campeão olímpico de handebol na Olimpíada de Londres. Ele foi cortado da seleção este ano porque machucou o joelho. Estava meio aborrecido que a derrota da França. É compreensível, né.
Tirando isso, não se via uma pessoa de cara triste. Aliás, nem tinha como estar. Tristeza não combina com Olimpíada.
Nenhum comentário:
Postar um comentário