quinta-feira, 27 de agosto de 2015

MINHAS IMPRESSÕES SOBRE AS 3ª JORNADAS INTERNACIONAIS DE HISTÓRIA EM QUADRINHOS DA USP

Primeira foto em grupo, tirada na terça-feira, dia 18 de agosto.
As 3ª Jornadas Internacionais de Quadrinhos da USP/ECA ocorrem a cada dois anos e são, atualmente, o maior evento acadêmico sobre quadrinhos da América Latina. Eu conheço os organizadores já há alguns anos (Waldomiro Vergueiro, Nobu Chinen e Paulo Ramos) e já sabia do evento. No entanto, nunca me inscrevi porque sempre achei difícil viajar em agosto (sou professora da educação básica em duas escolas e me ausentar durante a semana geralmente é meio complicado).

Mas este ano uma conjunção de fatores colaboraram para que eu participasse. Primeiramente, muitos dos meus amigos da ASPAS iriam participar e me incentivaram a fazer o mesmo. Em segundo lugar, Trina Robbins foi convidada e eu não poderia deixar de estar presente na conferência dela. Em terceiro, a presença da Trina e dos amigos da ASPAS tiveram como resultado um evento paralelo, que eu acabei ficando responsável por organizar. Assim, foi economizar, pedir dispensa na escola e partir rumo ao meu primeiro encontro internacional sobre quadrinhos.

Preparativos para a conferência do Paul Gravett (auditório lotado, gente em pé e sentada no chão e foi assim todos os dias).
Não vou ficar descrevendo cada dia do encontro, mas vou fazer um balanço geral e espero ser justa nas minhas considerações. Pra começar, gostei muito de ter recebido logo de cara TRÊS livros, juntamente com o material que geralmente a gente ganha em eventos assim (caneta, bloco de anotação e bolsa). A ANPUH, no máximo, já me deu uma revista, destas que a gente encontra nas bancas, sobre História.

Achei legal terem aproveitado o espaço de forma que todos se concentraram em apenas um andar. Desta forma, antes das sessões de comunicação, nos intervalos e antes das conferências, todo mundo se encontrava. Montar uma revistaria também foi uma sacada legal. Material de primeira, entre quadrinhos e livros teóricos. Tudo muito fácil de se achar. Não comprei muito, mas comprei coisas de qualidade.

Conferência de Paul Gravett, no dia 18 de agosto de 2015. Ao seu lado Érico Assis, intérprete oficial das Jornadas.
As conferências, todas das quais participei, foram ótimas. A primeira,com Paul Gravett foi excelente. Infelizmente, não pude ficar para a conferência do Ian Gordon (estava exausta), o que me arrependo muito! Só ouvi elogios. A conferência de encerramento com a Trina Robbins foi também muito boa. Ela foi aplaudida de pé. Tivemos até a presença de cartunistas brasileiros, que foram lá pra prestigiá-la. Laerte, por exemplo, deu uma passadinha rápida, para tietar a cartunista.

Aliás, todos os convidados estrangeiros foram muito simpáticos e interagiram com os demais pesquisadores durante todos os dias do evento. Eles conversavam, trocavam ideias e até assistiram nossas apresentações nas mesas de comunicação.

Laerte tietando Trina Robbins - dia 19 de agosto de 2015.
Eu fiquei responsável por coordenar uma mesa, e apresentei uma comunicação também. E quem estava lá assistindo? Trina Robbins. No último dia, depois da conferência de encerramento, eu me vi trocando algumas palavras com Paul Gravett, que se interessou em conhecer minha pesquisa. 

Esse tipo de coisa torna eventos como este muito significativos. A oportunidade de fazer novas amizades, de estabelecer contatos profissionais e conhecer pesquisas inéditas. O legal é ver que pessoas que você não conhece pessoalmente te conhecem pelo que você faz, pelo seu trabalho. Isso é muito bacana, um incentivo que faz a diferença.

Turma da ASPAS, em uma das muitas fotos tiradas durante os 4 dias de Jornadas,
E falando em incentivo, um comentário que Paulo Ramos fez ficou na minha mente. Durante o encontro foram lançados 24 livros teóricos sobre quadrinhos. Gente, é muita coisa, e o ano ainda nem acabou. Se pensarmos bem, foram lançados mais livros em 8 meses do ano de 2015 do que nos últimos oito anos. Para mim isso sinaliza para duas coisas: 1) Estão aumentando as pesquisas sobre quadrinhos; 2) Estamos criando um público leitor que quer saber mais sobre quadrinhos e não apenas ler quadrinhos.

O ambiente, de forma geral, foi harmonioso. Parecia muito mais uma reunião de colegas e amigos do que um encontro acadêmico. Todo mundo sempre rindo e tirando fotos. Sério, acho que não teve uma vez que eu cheguei no corredor e alguém não me puxou para tirar uma foto. 

Enfim, eu gostei muito. Foi cansativo, claro, mas valeu a pena. Se as outras Jornadas foram como esta, eu reconheço que perdi duas ótimas oportunidades de crescimento profissional. Por outro lado, não pretendo mais repetir o erro. Aguardem-me nas 4ª Jornadas Internacionais de Quadrinhos, de 2017.

Um comentário:

Gazy Andraus disse...

Belo relato, Natania. Não se esqueça de que, além dos livros, cada um ganhou um Gibiozine gentilmente cedido pelo Hylio Laganá! E, sim, o ambiente dos pesquisadores de quadrinhos é de camaradagem, não só porque leem quadrinhos, mas porque respeitam as opiniões diversificadas do universo rico e multifacetado da Nona Arte, que o público começa a conhecer melhor, justamente graças a eventos como esses e aos livros lançados em maior quantidade e que cada vez contém mais estudos. Abração.