Cartaz com os personagens da série - protagonistas e coadjuvantes. |
Ontem uma pessoa postou um comentário na resenha que eu
fiz de "Nosso lugar secreto" pedindo outras resenhas de doramas que saíram no Netflix. Entre as séries sugeridas estava uma que eu
pretendo utilizar no futuro, em um artigo que quero escrever sobre adaptações
de quadrinhos para doramas. Assim, não vejo porque não começar desde já. Não pretendo fazer uma descrição minuciosa nem dar spoilers, para não atrapalhar quem ainda
não viu. Mas se isso acontecer, mesmo eu tendo todo o cuidado, peço
antecipadamente desculpas.
O k-drama em questão chama-se Cheese in the Trap (치즈인더트), "Queijo na ratoeira", lançado em 2016, estreado por Park Hae-jin (como Yoo Jung), Kim Go-eun (como Hong Seol), Seo Kang-joon (como Baek In-ho).
Ele foi adaptado de uma webtoon (história em quadrinhos) de
mesmo nome, produzida pela mangaká
sul-coreana Soon kki e publicada online entre 2010 e 2016, com versões impressas a partir de 2012. Para quem tiver curiosidade, a
webtoon está disponível para leitura (traduzida para o português, aqui!). Este k-drama se apropria da linguagem dos quadrinhos por meio de
efeitos de imagem que valorizam a narrativa em seu todo.
Resumidamente, a trama envolve um
triangulo amoroso do tipo clássico: João gosta de Maria que gosta de
José. Clichê, né? Fórmula que vende fácil, com uma dose de tensão e
conflito entre casais. Mas, veja bem, a série gira em torno das relações desses
três personagens, mas ela se diferencia por explorar o lado sombrio deles. E
essa é a sacada genial de Cheese in the Trap, que
transita entre o romance e o suspense.
Cheese in the Trap mostra o
que há de pior e de melhor no se humano e como as relações entre as pessoas
podem ser problemáticas, beirando quase à loucura. Mas também fala sobre redenção,
aceitação, de tolerância e de como pode ser difícil perdoar e abandonar maus
hábitos. É um k-drama intenso que deve ser assistido aos poucos, um episódio
ou dois por dia.
Como eu disse, a série expõe o que há de obscuro na
alma humana. O protagonista e figura chave é Yoo
Jung, uma pessoa que esconde uma personalidade tóxica. Durante a série a gente se
pergunta: Yoo Jung é um psicopata? Olha, até agora estou na dúvida se ele é ou
não. Rico e sofisticado, Yoo Jung entra
na vida da simples e esforçada estudante Hong Seol que não é fácil. De uma
família humilde, a moça luta todos os dias para se manter na faculdade, trabalha e
se dedica ao máximo aos estudos.
O terceiro elemento introduzido na história
é Baek In-ho, um desafeto de Yoo Jung, ex-membro de uma gangue, órfão
e revoltada com uma série e acontecimentos do passado que mudaram sua vida e o
levaram a se envolver com a marginalidade. Baek In-ho tem uma irmã completamente pirada
que vai lhe causar muitos problemas ao longo da história.
As séries sul-coreanas, via de
regra, não possuem segundas temporadas. Mas no caso de Cheese in
the Trap, bem que merecia, uma vez que o final deixa uma
grande interrogação. Eu, particularmente, entendi que o diretor jogou para o
público o conclusão final da trama. É irritante? Muito! Mas por outro lado é
instigante porque quebra justamente aqueles tais clichês dos quais a gente
reclama.
Eu particularmente gosto de filmes e séries que
deixam uma pulga atrás da orelha quando terminam. Ela fazem a gente largar de
lado aquela preguiça mental característica que de quem assiste filmes, séries e
novelas. Faz o receptor pensar e dialogar com a narrativa. É claro que para
isso a narrativa tem que ser bem amarrada, não pode ser apenas interrompida.
Qual o final de Cheese in the Trap? É este
mesmo que você pensou. Se outra pessoa chegou a uma conclusão diferente não
significa que ela esteja errada. Que tal sentar e discutir sobre isso?
Por fim, Cheese
in the Trap também foi adaptado para filme, lançado em 2018, com algumas
mudanças no elenco original. Ainda não assisti, mas as avaliações foram boas. Webtoon, série e filme. Se você têm
dúvidas sobre se deve assistir ou não Cheese
in the Trap, pense bem: se a série não tivesse algum mérito não teria tido
tantas adaptações.
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