Um
dos acontecimentos que marcaram o 44º Festival Internacional de Angoulême, e
sobre a qual eu tinha decididamente que escrever, foi o lançamento da associação
The Ink Link, que reúne quadrinistas
em torno de causas sociais. Ela foi oficialmente apresentada durante o festival
de Angoulême, no dia 27 de janeiro, às 18 horas, com a presença de seus cofundadores
Laure Garancher, Mayna Itoiz e Wilfrid Lupano. Eu até confirmei presença no coquetel de
lançamento, mas acabei não podendo ir porque no mesmo horário eu tive outro
compromisso.
Como
já relatei em outras postagens, tudo em Angoulême foi muito intenso. Eu recebi
vários convites para lançamentos, coquetéis e reuniões dos quais não consegui
participar. Algumas conferências eu não consegui assistir, também não visitei nem metade
das exposições. Faltou um pouco de organização da minha parte, claro. Como foi
minha primeira vez eu não fazia ideia do tamanho do festival, mesmo com a
programação em mãos.
Não
pude ir mas procurei me inteirar sobre o assunto. O The Ink Link é uma
associação fundada por quadrinistas que, entre outras coisas, cria e materiais
educacionais, especialmente na forma de Histórias em Quadrinhos, para projetos
voltados para a promoção da saúde, dos direitos humanos, educação ambiental, etc.
A associação considera os quadrinhos como uma ferramenta eficaz para o diálogo
intercultural. A linguagem dos quadrinhos, por assim dizer, tem o poder de
levar o conhecimento comunidades que passam por dificuldades em várias áreas,
além de facilitar o diálogo entre diferentes culturas.
A associação
foi justamente criada para isso: para apoiar
causas sociais, atividades de desenvolvimento e os valores humanos através das
artes visuais. Para isso conta com uma rede de artistas engajados que pretendem
usar dos recursos da nona arte para ajudar no trabalho realizado por
organizações não governamentais e associações sem fins lucrativos. The Ink Link
acredita no poder da educação e da comunicação através dos quadrinhos.
E tudo começou na América do Sul, quando Laure Garancher, que também é perita do
Ministério Francês dos Negócios estrangeiros, recebeu um financiamento da
Organização Mundial da Saúde (OMS) para o trabalho em uma comunidade amazônica, há cerca de um ano e meio. Faziam parte da sua equipe os outros dois cofundadores da The Ink Link, Mayana Itoiz e Wilfrid Lupano.
O grupo trabalhou com populações que viviam isoladas na Amazônia na região do planalto das Guianas, que no Brasil envolveu os Estados do Pará e do Amapá. O maior obstáculo para o trabalho, que tinha por objetivo ensinar a população a se prevenir contra doenças como a malária, era a comunicação. A solução veio através da arte, no caso da arte sequencial.
Através de
ilustrações a equipe conseguiu orientar, por exemplo, garimpeiros a usarem um kit distribuído pela
OMS para fazerem o autoexame para prevenção da malária. Ao retornarem à França
decidiram repetir a experiência. Nascia em dois de setembro de 2016 The Ink Link, que atualmente reúne vinte profissionais das artes visuais, entre
quadrinistas e animadores.
No
site da associação podem ser acessados vários dos projetos já desenvolvidos e
em desenvolvimento, assim como saber como contribuir para que os artistas
possam continuar usando os quadrinhos ampliar a comunicação entre as pessoas,
por meio da educação. O site da associação é http://www.theinklink.org/fr
Material produzido em Português para trabalhar com garimpeiros na Amazônia. |
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