Tomando chocolate quente com Cecília Capuaba no Louvre. |
Eu
Não gosto de resumos. Eles tendem a simplificar as coisas e a beleza, pelo
menos pra mim, está nos detalhes. Eu me irrito quando pergunto animadamente a
uma pessoa “E aí, como foi?” e ela simplesmente responde “Foi bom!” Ora, se uma
pessoa tem interesse em saber o que aconteceu, ela não perguntaria. Então,
detalhes, por favor.
Por
isso eu fiz esta postagem, eu quero dar detalhes sobre um dos momentos mais
incríveis da minha vida: eu conheci pessoalmente Cecília Capuana.
Cecília
Capuana é uma pintora, desenhista e quadrinista italiana. Eu conheci o trabalho
dela primeiro pela indicação de Chantal Montellier, uma quadrinista francesa. Depois
através dos quadrinhos dela, que eu tive a oportunidade prazer de ler quando
comprei meus exemplares da revista francesa da década de 1970, Ah! Nana!, da qual Cecília, Chantal,
Trina Robbins e muitas outras quadrinistas participaram, entre os anos de 1976
e 1978. Ah! Nana! tem sido meu objeto de estudo desde o final do meu mestrado,
há quase dois anos e, possivelmente, será o tema do meu doutorado se eu me
animar a fazer.
Voltando
a Cecília Capuana, como fui conhecer meu objeto de pesquisa pessoalmente?
Há
alguns anos eu planejo fazer uma viagem longa ao exterior. No roteiro eu queria
incluir duas coisas: Paris e Angoulême. Juntando meu suado dinheirinho eu
consegui realizar meu desejo (darei detalhes separados em outras postagens) e
fiz algo que eu não tinha planejado: passei algumas horas com Cecília. O local
não poderia ser melhor, em um café super chique, no Louvre. É, o Louvre, aquele museu onde está aquele
quadro famoso, a Monalisa. Aliás, tirei retrato com elas: a Monalisa e a
Cecília, claro.
Mas
vamos aos detalhes. Eu fui a Paris, obviamente. Alguns dias antes eu recebi uma
mensagem de Cecília perguntando quando eu estaria lá. Acabamos marcando um
encontro, para o dia 17 de janeiro. Para a minha surpresa ela está residindo em
Paris, pois, se entendi bem, o marido dela está trabalhando na França. Daí, fui
eu alegremente caminhando pela Champs-Elysées em direção ao Louvre, numa
terça-feira, com temperatura abaixo de zero.
O
encontro foi ótimo. Marcamos na frente da grande pirâmide e fomos para o Café
Marly. Tomamos chocolate quente. Caiu bem naquele dia frio. E conversamos,
misturando francês e italiano. Vou uma doideira, mas conseguimos nos comunicar.
Eu fiquei morta de vergonha no início, mas depois fiquei a vontade. Ela é uma
pessoa maravilhosa, muito alegre e gentil. Ficamos lá cerca de uma hora e meia
e depois eu me despedi.
Ah,
por coincidência naquele mesmo dia eu soube que meu texto sobre Cecília havia
sido publicado na revista Papiers Nickelés
# 51, a última de 2016. Fui a uma
reunião na revista e a recebi em mãos. Acho que não tem como dizer que o dia 17
de janeiro possivelmente foi um dos melhores dias da minha vida.
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