É muito comum a gente chegar
final de um ano ansiando pelo começo de outro, mas o ano de 2016 foi
excepcionalmente tenso. Do pior para o melhor, tudo aconteceu. Ano em que perdi ídolos que ainda tinham muito a oferecer ao mundo. Pessoas
queridas faleceram e pessoas que eu admirava deixei de admirar. Sabe
quando você procura algo bom numa pessoa e não consegue achar nada, onde antes
havia tanta coisa? É uma sensação tão ruim, não recomendo.
Por outro lado, pessoas maravilhosas entraram na minha vida ou se tornaram mais presentes. Assim, para cada pessoa que me decepcionou acho que encontrei pelo menos mais duas que me fizeram sentir melhor comigo mesma.
Por outro lado, pessoas maravilhosas entraram na minha vida ou se tornaram mais presentes. Assim, para cada pessoa que me decepcionou acho que encontrei pelo menos mais duas que me fizeram sentir melhor comigo mesma.
Se por um lado vieram tantas
notícias ruins, como aumento da violência, das guerras, das bandalheiras políticas difíceis
de engolir, por outro lado foi um ano bom para mim no ambiente de trabalho.
Reforcei relações de amizade com colegas de trabalho, com alunos e pais de
alunos. Diria que tive em 2016 o melhor ambiente de trabalho da última década e
os alunos mais carinhosos, também. Pena que me despedi da maioria deles. Mas
acredito que eles não vão sair da minha vida, ainda.
Mas meu lado pesquisadora deixou
muito a desejar. Escrevi pouco e protelei meu ingresso no doutorado. Tive um
bloqueio criativo, por assim dizer. Talvez porque eu estivesse envolvida em
problemas pessoais desastrosos, mas que foram se solucionando no decorrer do
ano. Mas o ano de 2016 também foi um ano de
autoconhecimento, de reconhecimento dos meus limites, de ampliação dos meus
horizontes.
Mas para chegar a isso passei por
momentos ruins. Por ter sido um ano de provações, foi um ano de fortalecimento,
tanto dos meus ideais quanto da minha identidade pessoal. Acho que eu não
reconheceria hoje a mulher que eu era no dia primeiro de janeiro de 2016 e
creio que muita gente não me reconheceria, também.
Enfim, que parta 2016 e venha
2017. Não acho que 2017 vai ser um ano fácil, mas acho que o ano de 2016 serviu
para nos preparar para o que vem por aí. Podem ser coisas boas, mas certamente
teremos também muitas coisas ruins. Resta encarar de cabeça erguida, não
aceitar a injustiça e afastar de nós pessoas que apenas querem se aproveitar da
nossa boa vontade. Dito isso, desejo que o ano de 2017 seja um ano tolerável,
de tolerância e de união, porque se não for assim não vamos nunca nos despedir
de 2016.
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