quarta-feira, 28 de dezembro de 2016

O QUE EU ACHEI DE 2016, SEM MEIAS PALAVRAS

Pensei em um monte de imagens para colocar aqui, mas Carrie Fisher se destacou. A morte dela me marcou muito. Tudo bem, eu não a conheci, mas a personagem que ela encarnou nos anos de 1970 foi por muito tempo o padrão feminino que eu almejei: uma princesa que não precisava ser salva. Um ícone da minha infância que 2016 tirou de mim. Há um certo simbolismo aqui.
É muito comum a gente chegar final de um ano ansiando pelo começo de outro, mas o ano de 2016 foi excepcionalmente tenso. Do pior para o melhor, tudo aconteceu. Ano em que perdi ídolos que ainda tinham muito a oferecer ao mundo. Pessoas queridas faleceram e pessoas que eu admirava deixei de admirar. Sabe quando você procura algo bom numa pessoa e não consegue achar nada, onde antes havia tanta coisa? É uma sensação tão ruim, não recomendo. 

Por outro lado, pessoas maravilhosas entraram na minha vida ou se tornaram mais presentes. Assim, para cada pessoa que me decepcionou acho que encontrei pelo menos mais duas que me fizeram sentir melhor comigo mesma.

Se por um lado vieram tantas notícias ruins, como aumento da violência, das guerras, das bandalheiras políticas difíceis de engolir, por outro lado foi um ano bom para mim no ambiente de trabalho. Reforcei relações de amizade com colegas de trabalho, com alunos e pais de alunos. Diria que tive em 2016 o melhor ambiente de trabalho da última década e os alunos mais carinhosos, também. Pena que me despedi da maioria deles. Mas acredito que eles não vão sair da minha vida, ainda.

Mas meu lado pesquisadora deixou muito a desejar. Escrevi pouco e protelei meu ingresso no doutorado. Tive um bloqueio criativo, por assim dizer. Talvez porque eu estivesse envolvida em problemas pessoais desastrosos, mas que foram se solucionando no decorrer do ano.   Mas o ano de 2016 também foi um ano de autoconhecimento, de reconhecimento dos meus limites, de ampliação dos meus horizontes.

Mas para chegar a isso passei por momentos ruins. Por ter sido um ano de provações, foi um ano de fortalecimento, tanto dos meus ideais quanto da minha identidade pessoal. Acho que eu não reconheceria hoje a mulher que eu era no dia primeiro de janeiro de 2016 e creio que muita gente não me reconheceria, também.

Enfim, que parta 2016 e venha 2017. Não acho que 2017 vai ser um ano fácil, mas acho que o ano de 2016 serviu para nos preparar para o que vem por aí. Podem ser coisas boas, mas certamente teremos também muitas coisas ruins. Resta encarar de cabeça erguida, não aceitar a injustiça e afastar de nós pessoas que apenas querem se aproveitar da nossa boa vontade. Dito isso, desejo que o ano de 2017 seja um ano tolerável, de tolerância e de união, porque se não for assim não vamos nunca nos despedir de 2016.

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