Premiados do Concurso Literário da ALLA - junho/2016 |
A
primeira formação da Academia Jovem de
Letras e Artes de Leopoldina tomou posse no dia 25 de agosto de 2016, numa
cerimônia realizada no auditório do CEFET - Leopoldina. Ocuparam as sete
cadeiras os primeiros colocados do Concurso Literário da Academia Leopoldinense
de Letras de 2016. De lá para cá os jovens acadêmicos têm se mostrado os
membros mais ativos da ALLA, com reuniões mensais, participando e organizando
eventos.
Eles
podem ser encontrados todos os meses, aos sábados, no Museu Espaço dos Anjos,
onde é realizado um sarau, com música, leitura de contos e declamação de
poesias. Eles também organizaram recentemente uma campanha para coleta de
livros, a serem entregues a instituições que acolhem jovens e crianças. Este é
um retrato da nossa ALLA Jovem, inspirada na Academia Jovem de Letras de
Lavras.
É
também o retrato de uma nova geração muitas vezes rotulada justamente pela sua
falta de sensibilidade cultural. Estes rapazes e moças gostam de funk, mas
também ouvem outros tipos de musica. Eles usam celulares freneticamente e tiram
selfs, mas também leem e escrevem poesias. Eles têm metas, projetos, são curiosos
e inventivos. Alguns deles já colecionam
prêmios e medalhas sem nem ainda terem deixado o Ensino Fundamental. Eles vêm
de religiões diferentes e nem por isso são intolerantes.
O
retrato da ALLA Jovem é o retrato de uma significativa parcela dos jovens
brasileiros que, incentivados a ler, a participar, a falar o que pensam, estão
construindo os alicerces políticos e culturais do nosso país. Não consigo pensar
neles e não lembrar também nos jovens que ocupam escolas e defendem a educação
pública em todo o Brasil. Não consigo não pensar na forma como temos banalizado
a nossa juventude, rotulando-a muitas vezes de vazia e alienada.
Sim,
há muitos jovens assim, que vivem num mundo a parte, longe da realidade. Mas
creio eu que isso é resultado da falta de
oportunidade de conhecer coisas novas, de interagir com outras pessoas e
frequentar outros ambientes. Lembro-me de um episodio em que fui com alunos do
7º ano a uma exposição cultural e, por acaso, pegamos o em ensaio de um grupo
de musica antiga. Não esqueço a expressão extasiada da maioria deles que nunca
tinha ouvido canto gregoriano. Algo novo, que encantou a todos, que levou a
perguntas e estimulou a curiosidade.
Algumas
pessoas dizem que a “cultura” é monopolizada pela elite. Eu digo que a elite
possivelmente é mais aculturada do que a maioria de nós. Ela possui os meios e
acesso, mas nem sempre faz o uso. Ademais, o conceito de cultura é muito mais
amplo e transgride o espaço das galerias e dos teatros. Ela está nas rodas de
capoeira, nos grupos de dança formados nas periferias, nos saraus de poesia que
ocorrem num pequeno museu do interior de Minas Gerais. A cultura está em todo
lugar e ela pode e deve ser apropriada por todos, independentemente da idade,
da origem social e econômica.
E
esta apropriação da cultura é a cara da ALLA Jovem, que reúne justamente isso:
jovens de todas as idades, de origens sociais diversas e com a sua própria carga
de experiências que aprendem uns com os outros e que desejam compartilhar o
prazer de cada nova descoberta. É o retrato inacabado de uma juventude que
emerge em tempos turbulentos e que pode sem, mudar o mundo.
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