Não adianta
investir apenas na formação de professores, embora ela seja importantíssima
para o êxito de qualquer profissional. É preciso, também criar bons ambientes
de trabalho nas escolas. Um bom ambiente de trabalho permite que o professor
desenvolva projetos, que ele alcance seus alunos e consiga tirar o máximo de
proveito do seu trabalho.
Um bom ambiente de
trabalho também é importante para a saúde mental e física. E não sou eu que
estou fazendo essa afirmação. Este é um dado confirmado por pesquisas,
presentes em teses e dissertações que podem ser facilmente encontradas na
internet. E quando falamos em ambiente de trabalho não estamos resumindo isso
apenas ao ambiente físico, mas a tudo. Da organização do espaço às relações
interpessoais.
Um professor, assim
como todo profissional, precisa ter segurança para exercer sua profissão. Não
apenas segurança física mas saber que terá apoio de seus coordenadores, tanto
para executar suas tarefas quanto para tomar atitudes enérgicas em uma sala de
aula. É preciso manter sempre um ambiente de coleguismo entre os funcionários,
um apoiando o outro nos seus êxitos e nos seus fracassos.
O convívio com colegas, superiores hierárquicos ou subordinados,
que são fontes constantes de atrito, pode transformar a atividade laboral desprovida
de significado, sem apoio e sem reconhecimento, o que se constitui uma ameaça à
integridade física e/ou mental.[1]
Parece simples, mas
atualmente tem sido muito difícil conjugar esses fatores.
A indisciplina na
escola reflete a ausência de alguns desses fatores, aliada a uma ideia
generalizada de que o aluno deve ter mais liberdade e que o professor e a
escola têm limitado o uso de sua autoridade. Ora, disciplina em ambiente
escolar é uma necessidade para que o trabalho possa transcorrer sem problemas.
Dar limites não é tirar a liberdade, é ensinar a respeitar o outro.
O barulho, ou
ruído, na sala de aula é um dos fatores que interfere diretamente tanto no
aprendizado, quanto na saúde do professor, que geralmente precisa falar alto e
acaba ainda comprometendo sua audição.
O
ruído é um fator ambiental que tem uma interferência elevada na qualidade de
ensino em sala de aula. Diversos estudos de monitorização dos níveis de ruído
em sala de aula têm sido realizados e, geralmente, os resultados apresentados
estão acima dos limites estabelecidos pelas normas de referência.
A
docência se realiza, normalmente, em condições nem sempre satisfatórias quanto
à acústica. A presença de ruídos internos e externos à sala de aula interferem
no desenvolvimento das atividades em sala de aula.[2]
Como um professor
pode dar uma boa aula se a turma não consegue parar de conversar? A disciplina
na sala de aula não é uma responsabilidade exclusiva do professor. A escola
possuí regras e elas devem ser obedecidas. Cabe a todos os funcionário ajudem
na disciplina. Cabe ao aluno entender que os diversos ambientes sociais exigem
comportamentos específicos. É uma exigência da própria sociedade, um
ensinamento para a vida.
Na escola o aluno
pode e deve ser participativo, o que não pode é transformar a sala de aula numa
área de lazer onde o professor tem que falar mais alta para ser ouvido. A sala
de aula é um ambiente de trabalho que não combina com poluição sonora. Por
outro lado, o docente submetido a esse tipo de estresse e diariamente corre o
risco de desenvolver doenças e vícios. Ao final da sua carreira ele vai ter que
lidar com as sequelas de anos de trabalho antes de poder aproveitar a
aposentadoria.
Por meio de registros da literatura, as doenças consideradas de
prevalência em professores são referentes ao aparelho respiratório
(principalmente referente a órgãos da fonação), doenças englobadas sob a
denominação por lesões por esforços repetitivos e distúrbios osteomusculares
relacionados ao trabalho (LER/DORT), varizes de membros inferiores e distúrbios
psíquicos.[3]
E essas são apenas algumas. Já
presencie casos de professores que desenvolver os problemas como aumento da
pressão arterial e do nível de glicose, mediante ao estresse diário e doenças
gastrointestinais, por exemplo. Cuidar do profissional da educação é tão
importante quanto o ato de ensinar.
E não vamos esquecer algo que talvez seja mais grave: o assédio moral. Pois é, todos aqueles que trabalham com educação já passaram por uma situação em que forma humilhados por colegas ou por superiores. Não é nada agradável, principalmente quando você cumpre com seu dever. Algumas pessoas parecem achar que tem o direito de menosprezar outras. Esse tipo de coisa tem um impacto tão negativo quanto o uso excessivo da voz ou o estresse causado pela indisciplina na sala de aula além de, claro, não ser ético.
E não vamos esquecer algo que talvez seja mais grave: o assédio moral. Pois é, todos aqueles que trabalham com educação já passaram por uma situação em que forma humilhados por colegas ou por superiores. Não é nada agradável, principalmente quando você cumpre com seu dever. Algumas pessoas parecem achar que tem o direito de menosprezar outras. Esse tipo de coisa tem um impacto tão negativo quanto o uso excessivo da voz ou o estresse causado pela indisciplina na sala de aula além de, claro, não ser ético.
Estamos ficando sem professores, porque
ser professor está se tornando um cada vez mais um trabalho de risco, resultado
da má qualidade do ambiente de trabalho. E ainda há o custo para os cofres
públicos e privados: professores têm tirado licenças de saúde e se afastado o
exercício do magistério, obrigando a contração de outros profissionais,
onerando as folhas de pagamento. Não Há lógica que explique o descaso com o
problema.
[1]
Monteiro,
Janine Kieling e outros. Professores no limite: o estresse no trabalho do
ensino privado no Rio Grande do Sul. - Porto Alegre: Carta editora, 2012, p.
14.
[2] FARIAS,
Patrícia Marins. As condições do ambiente de trabalho do professor: avaliação
de uma escola municipal de Salvador – Bahia. Salvador, 2009, p. 21. Dissertação
de Mestrado, Disponível em: http://www.sat.ufba.br/site/db/dissertacoes/872009120742.pdf,
acesso em 20/07/2014.
[3] FARIAS,
Patrícia Marins. As condições do ambiente de trabalho do professor: avaliação
de uma escola municipal de Salvador – Bahia. Salvador, 2009, p. 01. Dissertação
de Mestrado, Disponível em: http://www.sat.ufba.br/site/db/dissertacoes/872009120742.pdf,
acesso em 20/07/2014.
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