quarta-feira, 25 de dezembro de 2013

O PRINCIPE MALDITO: COMENTANDO A LEITURA

Como nas férias estarei envolvida com leituras obrigatórias e opcionais, acho que é um bom exercício resenhar, mesmo que brevemente, os livros que vou ler, até para uma referência futura.

Ao contrário dos outros textos que escrevi, fazendo análises críticas dos livros que eu li para o mestrado neste segundo semestre de 2013, o texto de hoje é bem mais curto e leve. São comentários e impressões sobe o livro, e não uma análise teórico-metodológica.


Minha primeira leitura oficial de férias, que encerrei há alguns minutos, foi o livro "O príncipe maldito", da historiadora e escritora Mary Del Priori. O livro fala sobre um personagem da história do Brasil que eu praticamente não conhecia: o príncipe Pedro Augusto, filho da Princesa Leopoldina, neto mais velho de D. Pedro II. 

No livro, a família real desfila sua intimidade. Dom Pedro II, Princesa Isabel, Conde d’Eu e outros personagens históricos estão envolvidos em uma trama que envolve a sobrevivência da monarquia brasileira.

Império não é necessariamente um período sobre o qual eu tenha muitas leituras. Sou uma pesquisadora do século XX e da República. No entanto, estou com muitos livros sobre Império que preciso ler inclusive outros da Mary Del Priori. Preciso, não porque sou obrigada, mas porque me sinto carente de conhecimento sobre o tema.

Voltando ao livro, a primeira coisa que chamou minha atenção foi o fato dele ter sido escrito a partir de fontes como correspondências pessoas entre membros da família real brasileira e deles com outros personagens da nossa história, uns mais outros menos conhecidos. Durante toda a leitura do livro, eu me deparei com nomes familiares e de interesse pessoal como, por exemplo, a Baronesa do Bonfim e o Barão de Teffé.

Outra coisa que me despertou o interesse foram as várias passagens onde se fala da vida privada da Princesa Leopoldina. Eu fiquei encantada. Minha cidade, Leopoldina, tem seu nome em homenagem a ela. No entanto, eu nunca tinha lido mais do que alguns poucos parágrafos sobre a princesa. O livro traz detalhes da sua vida, seu casamente e vai até sua morte, muito jovem. Uma gama de informações que me pegaram de surpresa. Uma boa surpresa, pois ano que vem, Leopoldina (cidade) faz 160 anos. A leitura do livro, nesse sentido, foi no mínimo inspiradora.

Dom Luís Augusto, dona Leopoldina e dom Pedro Augusto, primeiro filho do casal e primeiro neto de dom Pedro II, em 1867.

A forma como o texto é construído é outro atrativo. A narrativa é muito valorizada, dando um ar de romance a um livro de não ficção. Há quem critique esse estilo. A ausência de notas de rodapé e de referências precisas, etc. Mas não acho que isso desmereça o trabalho de pesquisa. Ficar atado a métodos e metodologias pouco criativas que tornam a leitura enfadonha não vai fazer a história nem mais, nem menos científica.

Sou de opinião que conhecimento tem que ser compartilhado. O historiador não deve escrever apenas para si mesmo, mas para todos. De que serve um conhecimento confinado a um grupo restrito? É como encontrar a cura para uma doença mortal, mas guarda-la em um cofre. Não serve para nada!

Por fim, vale destacar a erudição da autora que, habilidosamente, nos traz informações sobre vários temas, lugares e situações a partir das passagens que comenta envolvendo os personagens centrais.

A leitura foi fácil e foi prazerosa. Eu indico para quem gosta desse gênero. A autora tem outros livros sobre a família real, que eu pretendo ler nessas férias, embalada pelo “Príncipe Maldito”. 

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