Dia 27 de agosto de 2008.
Assisti à mesa redonda Corpo Violência e Discurso. Foi, no mínimo, inusitada. Desde 1995, quando fui à ANPUH Nacional de Recife, quando assisti a uma mesa com Luis Mott, não tinha tido oportunidade de ouvir conferências sobre homossexualismo e história. Chamou-se a atenção a palestra do prof. Durval Muniz de Alburqueque Jr, sobre escritor, poeta e dramaturgo Reinaldo Arenas, perseguido pela ditadura cubana, tanto pelas suas idéias quanto pela sua opção sexual.
Reinaldo Arenas era assumidamente homossexual e passou grande parte da sua vida combatendo o regime comunista e a política de Fidel Castro. Apesar de ter apoiado a revolução cubana nos seus primeiros anos, devido à extrema miséria em que vivia com a sua família nos anos de Fulgêncio Batista, acabou por ser vítima de censura e de repressão, tendo sido várias vezes perseguido, preso e torturado e forçado a abandonar mesmo diversos trabalhos (como conta na obra autobiográfica Antes que anoiteça), mostrando que o governo de Fidel Castro não havia trazido mais democracia à ilha.
Assisti à mesa redonda Corpo Violência e Discurso. Foi, no mínimo, inusitada. Desde 1995, quando fui à ANPUH Nacional de Recife, quando assisti a uma mesa com Luis Mott, não tinha tido oportunidade de ouvir conferências sobre homossexualismo e história. Chamou-se a atenção a palestra do prof. Durval Muniz de Alburqueque Jr, sobre escritor, poeta e dramaturgo Reinaldo Arenas, perseguido pela ditadura cubana, tanto pelas suas idéias quanto pela sua opção sexual.
Reinaldo Arenas era assumidamente homossexual e passou grande parte da sua vida combatendo o regime comunista e a política de Fidel Castro. Apesar de ter apoiado a revolução cubana nos seus primeiros anos, devido à extrema miséria em que vivia com a sua família nos anos de Fulgêncio Batista, acabou por ser vítima de censura e de repressão, tendo sido várias vezes perseguido, preso e torturado e forçado a abandonar mesmo diversos trabalhos (como conta na obra autobiográfica Antes que anoiteça), mostrando que o governo de Fidel Castro não havia trazido mais democracia à ilha.
Durante a década de 1970, tentou, por vário meios, abandonar a ilha, mas não obteve sucesso. Mais tarde, devido a uma autorização de saída de todos os homossexuais e de outras persona non grata e depois de ter mudado de nome, Arenas pôde deixar o país e passou a se estabelecer em New York, onde diagnosticaram o vírus da Aids. Nessa época, escreveu "Antes que anoiteça" (no original "Antes que anochezca"). Em 1990, terminada a obra, Arenas suicidou com uma dose excessiva de álcool e droga.
Na mesma mesa, estava a pesquisadora argentina Adriana Maria Valobra, que tratou da questão do corpo e da sexualidade nas escolas. Adorei. As experiências dela quanto pesquisadora e suas aflições em relação ao tema me vez refletir sobre minha própria realidade, como professora. Aceitar e entender as diferenças é um processo muito difícil, mas necessário para se construir uma escola e uma sociedade mais justa.
Por fim, houve a fala do sociólogo Richard Miskolci (UFSCa), que coordena o grupo de pesquisa Corpo, Identidade Social e Estética da Existência e orienta estudos que exploram intersecções dos marcadores sociais das diferenças (classe, gênero, raça e sexualidade) por meio de produtos culturais. Seu tema também foi a questão do homossexualismo. Leia um texto de Miskolci sobre o tema, clicando aqui.
Para minha tristeza, tive um probleminha de estômago na hora do almoço e me atrasei para o simpósio temático do qual estava participando e acabei ficando fora. Aliás, esta é minha única reclamação: uma professora da pedagogia levou todos os alunos para assistir o simpósio (sem terem feito/pago inscrição) e pessoas que estavam participando não puderam entrar, porque a sala estava cheia. Foi o meu caso e de outras pessoas.
Para não perder a minha tarde por completo, visitei as exposições de fotos e de porters, que estavam espalhadas pelo campus. Aliás, encontrei posters muito bons e que irão gerar ótimos trabalhos, futuramente.
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