No Seminário Internacional Fazendo Gênero estão sendo apresentados mais de 2400 trabalhos. Tentar assistir a todos é impossível. Resta, então, tentar selecionar algumas mesas e simpósios e aproveitar o máximo possível.
Dia 26 de agosto de 2008
Mesa redonda: Gênero e educação
Muito boa. Nesta mesa eu assisti a duas apresentações, pois tinha interesse, também, em outra mesa redonda que estava acontecendo em outro prédio (como eu disse são muitas apresentações). Voltado à mesa, nela foi focada a questão das relações de gênero na escola.
A primeira apresentação que assisti foi da pesquisadora da UNCAMP, Ana Lúcia Goulart de Faria. Para ela a escola comete uma violência contra a criança ao reproduzir o modelo de família nuclear (pai, mãe, filhos), como se fosse o único, o ideal para a sociedade. Ela afirma que há muitos tipos de família e todos são legítimos, sendo, portanto, uma questão de respeito saber reconhecer todas as formas privadas de organização familiar.
Relata uma experiência realizada em uma escola italiana, com alunos entre 5 e 6 anos de idade. Estes alunos fizeram uma “pedinovela”, uma espécie de fotonovela onde os protagonistas são os pés das crianças. Na pedinovela, as crianças falam sobre o início e o fim de uma família, descrevendo uma crise conjugal, sob seu olhar infantil e atento. A novela termina com a conclusão de que é melhor separar do que viver junto sempre brigando. Experiência muito interessante, pois dá voz às crianças.
A segunda apresentação foi feita pela pesquisadora da FURG, Paula Regina Costa Ribeiro. Ela trabalha dentro da linha de Estudos Culturais. Ela faz uma análise sobre o estudo da sexualidade nas escolas e assinala que este estudo sempre foca os órgãos reprodutores, que nunca são caracterizados como órgãos de prazer, mas apenas como uma parte qualquer do corpo. Faz um balanço das pesquisas que estão em andamento no seu núcleo:
- mulheres nas ciências
- blogs, orkut e sites (tecnologias da informação), focando questões referentes à sexualidade.
Afirma que os artefatos e pedagogias sociais usam as mídias para veicular idéias equivocadas sobre a relação entre gêneros. Acha que o debate sobre a sexualidade deve estar presente nas escolas e na legislação que a ampara.
Dia 26 de agosto de 2008
Mesa redonda: Gênero e educação
Muito boa. Nesta mesa eu assisti a duas apresentações, pois tinha interesse, também, em outra mesa redonda que estava acontecendo em outro prédio (como eu disse são muitas apresentações). Voltado à mesa, nela foi focada a questão das relações de gênero na escola.
A primeira apresentação que assisti foi da pesquisadora da UNCAMP, Ana Lúcia Goulart de Faria. Para ela a escola comete uma violência contra a criança ao reproduzir o modelo de família nuclear (pai, mãe, filhos), como se fosse o único, o ideal para a sociedade. Ela afirma que há muitos tipos de família e todos são legítimos, sendo, portanto, uma questão de respeito saber reconhecer todas as formas privadas de organização familiar.
Relata uma experiência realizada em uma escola italiana, com alunos entre 5 e 6 anos de idade. Estes alunos fizeram uma “pedinovela”, uma espécie de fotonovela onde os protagonistas são os pés das crianças. Na pedinovela, as crianças falam sobre o início e o fim de uma família, descrevendo uma crise conjugal, sob seu olhar infantil e atento. A novela termina com a conclusão de que é melhor separar do que viver junto sempre brigando. Experiência muito interessante, pois dá voz às crianças.
A segunda apresentação foi feita pela pesquisadora da FURG, Paula Regina Costa Ribeiro. Ela trabalha dentro da linha de Estudos Culturais. Ela faz uma análise sobre o estudo da sexualidade nas escolas e assinala que este estudo sempre foca os órgãos reprodutores, que nunca são caracterizados como órgãos de prazer, mas apenas como uma parte qualquer do corpo. Faz um balanço das pesquisas que estão em andamento no seu núcleo:
- mulheres nas ciências
- blogs, orkut e sites (tecnologias da informação), focando questões referentes à sexualidade.
Afirma que os artefatos e pedagogias sociais usam as mídias para veicular idéias equivocadas sobre a relação entre gêneros. Acha que o debate sobre a sexualidade deve estar presente nas escolas e na legislação que a ampara.
A segunda mesa que assisti foi a mesa Memórias do Feminino. Nela eu tive o prazer que assistir a apresentação a Dra. Heleieth Saffiot (PUC/SP), que fez um resumo da sua trajetória acadêmica, iniciada no ano de 1962. Feminista e marxista, a professora afirma que sobreviveu à ditadura graças às contradições. Começou sua vida acadêmica estudando mulheres que trabalhavam fora de casa, notadamente professoras e operárias da industria têxtil.
Sua pesquisa foi inovadora, pois envolveu, também, os maridos destas mulheres. Trabalhou com Florestan Fernandes, que foi seu orientador. Venceu as barreiras sociais impostas às mulheres no meio acadêmico. Tem pavor à frase: “Gênero é socialmente construído”, ela considera esta frase um pleonasmo. Também não gosta de ações protecinistas/assistencialistas do Estado em relação às mulheres, pois “quem protege sempre pede algo em troca”
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