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Minha ex-professora, arrasando de shortinho em um desfile cívico lá pelos anos de 1950 ou 1960 (acho). Foto cedida por Katsumi Dan (s/d) |
Hoje
é dia Nacional da Mulher, uma data comemorativa pouco lembrada, mas
que tem um significado muito grande principalmente para Leopoldina, MG. O
Dia Nacional da Mulher foi instituído em 1980, através da lei nº 6.791, de
9 de junho de 1980, em homenagem a Jerônima Mesquita, ativista pelo direito ao
voto feminino, na primeira metade do século XX. Jerônima nasceu no município de
Leopoldina e foi uma das figuras mais importantes do movimento sufragista
brasileiro.
Infelizmente,
mesmo em Leopoldina, a sua história ainda é pouco conhecida. Recentemente Jerônima Mesquita ganhou espaço na exposição permanente sobre a história de Leopoldina, que pode ser
visitada Espaço Cultural Mauro de Almeida, no centro da cidade. Uma homenagem
justa, mas ainda insuficiente. A Academia Leopoldinense de Letras também lhe homenageou com a cadeira n.25, ocupada pela professora e historiadora, Amanda Almeida.
Mas
neste DIA NACIONAL DA MULHER, eu não pretendo falar dela. Neste dia nacional da
mulher, eu quero exaltar importância das mulheres comuns. Daquelas cujos nomes dificilmente vamos encontrar em um livro de história, mas que, certamente, tiveram
um papel importante na vida de muitas pessoas. Eu escolhi falar sobre minha
ex-professora, Heloísa Nogueira, que faleceu ano passado.
Por
que ela?
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Heloísa (s/d) Foto cedida por Ana Cristina Fajardo |
Porque ela foi a mulher que mais me inspirou, desde bem jovem. Ela era minha professora de
geografia. Heloísa me abriu os olhos para o
mundo. Ela levava para suas aulas muito mais do que conhecimento técnico mas, principalmente, experiência de vida. Heloísa viajava muito, numa época em que eu e a maioria dos meus colegas da escola pública nem sonhava ir
para além do Rio de Janeiro, onde eu passava minhas férias.
Quando
ela falava de um lugar, ela tinha sempre uma foto para mostrar ou uma
experiência para contar. Foi ela que me inspirou a fazer minha primeira viagem
para o exterior, quando eu ainda tinha 12 anos de idade. Explicarei melhor:
ela, em uma de suas aulas, nos falou sobre a cordilheira dos Andes e contou de
sua viagem a Machu Picchu, no Peru. Com 12 anos eu havia me decidido: eu iria
lá. Aos 29 anos eu realizei meu sonho e fui.
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Uma das paixões dela eram os animais. Foto cedida por Katsumi Dan (s/d). |
Heloísa
foi a primeira feminista que eu conheci, embora ela nunca tenha se referido a si mesma como uma, pelo menos na minha frente. Ela era famosa por subverter tabus, por ser "avançada" para a época e por não se importar com aquilo que os outros diziam. Prezava sua
liberdade e repudiava preconceitos. Ela foi, também, meu modelo de mulher, por sua foram atrevida de encarar o mundo, sempre de cabeça erguida.
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Heloísa comigo, no lançamento do meu primeiro livro, em 2010, |
Um comentário:
Obrigada pela bela lembrança, Natânia! Heloísa inspirou a mim a vontade de ser mulher por inteiro, independente e dona de mim. Feliz por ter o convívio com essa pessoa especial até bem pouco tempo na saudosa Farmácia São José. A professora Heloísa vive nos corações e sonhos da maioria daquelas que tiveram o privilégio de tê-la como mestra.
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