sexta-feira, 10 de janeiro de 2020

ASSISTI AO FILME "PARASITA" (기생충)


Minha primeira resenha será de um filme, "Parasita", que eu havia desistido de assistir, pois não passou nos cinemas próximos da minha cidade mas, por trama destino, estava sendo oferecido durante meu voo para Lisboa, dia 30 de dezembro de 2019.

Por que eu queria tanto assistir a este filme? 

Quem acompanhou o blog nos últimos meses logo vai pensar: - Ah ela está seguindo a "onda coreana"! Mas não é bem isso. 

Eu tenho assistido muitas séries coreanas e chinesas, mas filme, este é o primeiro. Sou basicamente analfabeta, no que diz respeito ao cinema coreano. E já percebi que há muita diferença entre o material produzido para televisão daquele produzido para o cinema. É como comparar um filme com uma novela. São produções com conceitos, objetivos e até públicos diferentes.

O que me fez querer assistir ao filme foram justamente as críticas que ele recebeu. tenho lido críticas positivas desde que "Parasita" fez sua estreia no Brasil. Aliás, esse "boca-a-boca" é apontado como um dos fatores que levaram o filme a ser um sucesso de bilheteria.

Mas vamos que interessa. "Parasita" (기생충) é um filme de suspense e humor negro sul-coreano, do diretor Bong Joon-ho, lançado de 2019.  Ele estreou no Festival de Cannes, em maio de 2019 e ganhou a Palma de Ouro, por unanimidade. Um prêmio inédito para o cinema coreano. O filme foi selecionado para representar a Coreia do sul na 92º edição do Oscar, em 2020, com grandes chances de ganhar na categoria de melhor filme estrangeiro.

Parasita, resumidamente, é um filme inteligente, com um roteiro amarrado que mostra o contraste entre riqueza e pobreza de um forma que, até então, eu nunca tinha visto. Conta a história de duas famílias, uma rica, os Park, e outra paupérrima, o Kim. Usando de subterfúgios, esta família pobre vai se infiltrando na casa da família rica (daí o nome do filme) tentando usufruir ao máximo do que essa aproximação possa lhes favorecer. É um filme que mostra o limite da miséria humana, quando para sobreviver uma família inteira trapaceia. 

O que começa como quase uma comédia, evolui para uma narrativa de suspense que coloca cada um dos personagens no limite da própria sanidade. Existe uma linha bem definida entre riqueza e pobreza e a discriminação surgem em gestos e palavras às vezes aleatórios. Um contraste entre o gueto, no qual vive a parte empobrecida da população sul coreana, e o reduzido grupo formado pelos ricos.

O filme fala do sonho de ascensão social, de fugir da miséria a todo custo e o preço a ser pago por isso. Apesar de ser a quarta maior potencia da Ásia, a Coréia do Sul tem uma elevada taxa de pobreza, principalmente entre os idosos segundo dados da OCDE – Organização das Nações para Cooperação e Desenvolvimento Econômico

Eu gostei da atuação dos atores, de modo geral, e eu conhecia um dos protagonistas, Woo Sik Choi, de uma série que eu gosto muito, chamada "O Pacote". Ele interpreta o filho mais velho dos Kim, o primeiro a se infiltrar na casa dos Park. Também gostei muito da atuação de Chang Hyae Ji.


"Parasita" é uma boa pedida, principalmente para conhecer um pouco mais outras produções, que não as hollywoodianas. Eu assisti por curiosidade e, apesar de ter expectativas, sabia que seria uma experiência diferente daquela que tenho com os k-dramas.

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