Annie Goetzinger - Imagem disponível em: http://www.comicsbeat.com/rip-annie-goetzinger/, capturada em 20 dez. 2017. |
A quadrinista Annie
Goetzinger nasceu em 18 de agosto de 1951, em Paris, e faleceu no dia 20 de
dezembro de 2017, aos 66 anos de idade. Formou-se em arte e designer de moda,
em 1971. Sua entrada, no mundo dos quadrinhos veio através das aulas que teve
com o desenhista francês Georges Pichard.
A autora confessou em uma entrevista que, a princípio, sentiu muita dificuldade em entender a dinâmica entre imagem e narrativa, própria dos quadrinhos. Mas ao final do curso ela superou suas dificuldades e conseguiu produzir uma história em quadrinhos que não apenas lhe rendeu os créditos que precisava como despertou nela o desejo de fazer mais, de se profissionalizar.
A autora confessou em uma entrevista que, a princípio, sentiu muita dificuldade em entender a dinâmica entre imagem e narrativa, própria dos quadrinhos. Mas ao final do curso ela superou suas dificuldades e conseguiu produzir uma história em quadrinhos que não apenas lhe rendeu os créditos que precisava como despertou nela o desejo de fazer mais, de se profissionalizar.
Em
pouco tempo, ela já havia publicado trabalhos na Circus, L'Echo des
Savanes, Fluide Glacial, Métal Hurlant e na conceituada revista Pilote onde, em 1972, publicou suas primeiras histórias completas. Além de assinar
sozinha vários de seus trabalhos, Annie Goetzinger ilustrou vários álbuns em parceria com
outros autores.
Com Víctor
Mora, por exemplo, deu forma a heroína mascarada Felina, seu
primeiro grande sucesso comercial, cujo primeiro tomo foi publicado
pela Glénat, em 1978. Felina era uma versão feminina do Fantasma, cujas
aventuras aconteciam no início do século XX século e que marca a
estreia da autora no estilo Art Nouveau, que caracteriza boa parte da
sua obra.
Disponível em: https://www.tebeosfera.com/sagas_y_arcos/felina_1978_mora_goetzinger.html, capturado em: 23 dez. 2017. |
Imagem disponível em: https://www.pinterest.com.au/pin/454300681151440670/, capturada em 23 de dez. 2017. |
Seu primeiro álbum completo, Casque d'Or, publicado
em 1976, pela Glénat, que trazia uma narrativa romantizada de
Amélie Elie (1878-1933), uma prostituta que viveu na Paris da Belle Époque, lhe rendeu dois prêmios
durante o Festival Internacional de BD
de Angoulême, em 1977, tornando-a uma das
raras mulheres a serem premiadas em Angoulême.
Imagem disponível em: http://imgaram.com/tag/rip, acesso em 23 dez. 2017. |
Imagem disponível em: https://www.cbr.com/annie-goetzinger-brings-vintage-couture-to-life-in-girl-in-dior/, capturada em 20 dez. 2017. |
Em
2015, publicou seu primeiro álbum em inglês, Girl in Dior, conta a história de
uma jornalista fictícia, chamada Clara, que faz a cobertura da estreia do estilista Christian
Dior, em 1947, momento de ruptura com os padrões de estética que
revolucionou o mundo da moda na Europa pós-guerra, sob o olhar de duas
mulheres: a protagonista e a autora. Uma obra de história da moda, em
quadrinhos.
Imagem disponível em: https://br.pinterest.com/pin/558164947557366859/, capturada em: 23 dez. 2017. |
Seu
último álbum, Les Apprentissages de Colette, foi lançado em março 2017, pela Dargaud.
Outra biografia da escritora francesa Colette (1893-1954), mulher forte que superou diversas dificuldades para se tornar uma autora reconhecida. Annie Goetzinger a descrever, no release da obra, como uma mulher “não convencional” e de “exemplo para todos
nós que essa mulher incrivelmente complexa, dotada e determinada.” Em uma carreira de mais de 40 anos foram mais de trinta álbuns, sem contar
em trabalhos publicados em revistas e jornais, dentre eles o Le Monde.
Assim como Claire Bretécher e Chantal Montellier, Annie Goetzinger abriu caminho para
que as mulheres ganhassem visibilidade na imprensa ilustrada na França, nos
anos de 1970. Um espaço que era praticamente um domínio masculino, mas que foi forçado
a reconhecer o talento das mulheres, que ainda hoje lutam pela oportunidade de
conquistar reconhecimento na indústria dos quadrinhos franco-belga.
Fontes
consultadas:
ALVERSON, Brigid. Annie Goetzinger Brings Vintage
Couture to Life in “Girl in Dior” (2015). Disponível em: https://www.cbr.com/annie-goetzinger-brings-vintage-couture-to-life-in-girl-in-dior/, acesso em 21
de dez. 2017.
ANNIE
Goetzinger. Disponível em: https://www.lambiek.net/artists/g/goetzinger.htm, acesso em 21
de dez. 2017.
GIULIANI,
Emmanuelle Annie Goetzinger, une mine pour la croix (2017). Disponível em:
https://www.la-croix.com/Culture/Annie-Goetzinger-mine-Croix-2017-12-20-1200900969, acesso em 21
de dez. 2017.
HERRIMAN, Kat. Dior in Action (2015). Disponível em:
https://www.wmagazine.com/story/christian-dior-anne-goetzinger-book, acesso em 21
de dez. 2017.
NIVEN,
Lisa. Dior:
The Comic (2015). Disponível em: http://www.vogue.co.uk/article/girl-in-dior-graphic-novel-by-annie-goetzinger, acesso em 21 de dez. 2017.
POTET., Frédéric. La dessinatrice de bande dessinée
Annie Goetzinger est morte
En savoir plus sur. Disponível em: http://www.lemonde.fr/bande-dessinee/article/2017/12/21/la-dessinatrice-de-bande-dessinee-annie-goetzinger-est-morte_5233122_4420272.html#vXeUyZJPe4hXiiM4.99.
Acesso em 23 dez. 2017.
RATIER, Gilles. Annie Goetzinger : des premiers pas
déjà tout en elegance (2013). Disponível em: http://bdzoom.com/68413/patrimoine/annie-goetzinger-des-premiers-pas-deja-tout-en-elegance%E2%80%A6/
, acesso em 23 de dez. 2017.
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