Os alunos, de uma forma geral (mas nem todos,
felizmente), acham que o professor ou a professora são bons ou ruins de acordo com a
nota que tiram na prova e no grau de dificuldade da matéria. Eu sei que é uma
generalização, mas nos meus vinte anos de magistério, é o que eu tenho visto.
Outra coisa, eles também acham que só precisam se preocupar em escrever
corretamente nas aulas de língua portuguesa e ainda acham um ABSURDO que professor de
outra matéria cobre uma boa redação. E pasmem: alguns pais concordam com isso!
Eu até me acho bem maleável. Eu peço uma boa redação e até deixo passar algumas palavras erradas, afinal, todo mundo erra, inclusive professor. Palavras erradas a gente sempre pode corrigir, mas saber escrever é uma questão de prática e, é claro a tal da vontade de aprender. Mas o caso é que os jovens não estão sabendo escrever e não estão se importando com isso. Deixe-me esclarecer o que eu entendo por "saber escrever". Saber escrever é:
Eu até me acho bem maleável. Eu peço uma boa redação e até deixo passar algumas palavras erradas, afinal, todo mundo erra, inclusive professor. Palavras erradas a gente sempre pode corrigir, mas saber escrever é uma questão de prática e, é claro a tal da vontade de aprender. Mas o caso é que os jovens não estão sabendo escrever e não estão se importando com isso. Deixe-me esclarecer o que eu entendo por "saber escrever". Saber escrever é:
- saber deixar claras as ideia, criando um texto coerente;
- saber usar bem as palavras;
- ter boa concordância;
- ter um bom vocabulário (que vai melhorando e se ampliando à medida que se lê, que se ouve o que o outro está dizendo, etc.).
O que temos hoje são alunos, principalmente
adolescentes, que estudam para o momento. Decoram matéria, querem que o professor
dê resumos que dispensem um estudo mais aprofundado, e lhe garanta um nota boa
no boletim. Pois é, nota boa para mostrar aos pais e nenhum conhecimento adquirido
para enfrentar o mundo. Sim, porque a vida não é justa e na "selva de
pedra" ninguém é coitadinho. Ou sabe ou não sabe. A realidade é que pouca gente anda querendo aprender.
E não sou eu que estou dizendo isso. Os resultados estão aí.
E não sou eu que estou dizendo isso. Os resultados estão aí.
"Dos 6.193.565 candidatos que fizeram o Enem
(Exame Nacional do Ensino Médio) 2014, 529.374 participantes tiveram nota
zero na redação do Enem (8,5%), segundo dados do Inep (Instituto Nacional
de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira). Apenas 250 obtiveram
a nota máxima (1.000) na redação e 35.719 inscritos tiveram notas entre 901 e
999. Ao todo, 248.471 redações foram anuladas."[1]
Quase 10% de jovens tiraram zero em redação. Há
quem vá dizer que é pouco. Mas vejam bem, APENAS 250 em mais de 6 milhões
conseguiram nota máxima. Chega a ser indecoroso! Uma vergonha para o país e
para o nosso sistema de ensino. E não venham me dizer que a culpa é do
professor (sempre dizem isso) que não ensina o que o aluno precisa saber.
Infelizmente, vivemos no sistema dos "coitados". O coitado precisa ter sua nota garantida, senão a escola está falhando com ele. Ele não aprendeu, coitado, não pode ser reprovado. Acontece que os coitados são todos. Todos os alunos devem ser aprovados mesmo sem ter aprendido o necessário. São aprovados na escola e reprovados no ENEM e em tantos outros momentos em que a vida vai cobrar deles o que a escola foi impedida de oferecer: preparo.
Infelizmente, vivemos no sistema dos "coitados". O coitado precisa ter sua nota garantida, senão a escola está falhando com ele. Ele não aprendeu, coitado, não pode ser reprovado. Acontece que os coitados são todos. Todos os alunos devem ser aprovados mesmo sem ter aprendido o necessário. São aprovados na escola e reprovados no ENEM e em tantos outros momentos em que a vida vai cobrar deles o que a escola foi impedida de oferecer: preparo.
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