O tema central será: Questões Socialmente Vivas e o Ensino de História (QSV).
São controversas e vivas socialmente aquelas questões que
problematizam as representações
sociais e valores estabelecidos; aquelas que são portadoras de
dimensões identitárias e que se
expressam por meio de conflitos étnico-religiosos, de raça, de gênero,
de relações racistas e
xenófobas. São aquelas questões que tomam a memória - presente em
lugares, práticas, em
bens materiais e simbólicos - como um valor disputado entre grupos
sociais, entre etnias, povos e em suas relações com o Estado/Nação. São
aquelas questões que envolvem interesses
predominantemente econômicos e de dominação geopolítica, representando
conflitos
históricos particulares, regionais e mundiais. São QSV, portanto,
aquelas questões que se
apresentam como campo de disputas e de interesses entre o Estado e a
sociedade, entre
diferentes grupos sociais, em cada presente histórico, ou seja, no
presente do passado e no
presente do presente de diferentes sociedades, cada vez mais em
relações de diferentes
escalas. As QSV, em geral, repercutem e se amplificam pelos meios de
comunicação televisivos
e digitais, atingindo e afetando direta ou indiretamente e em
diferentes graus as
representações, as ações e sensibilidades dos cidadãos, e, portanto,
tocando
significativamente atores educativos diversos, em especial
professores, crianças, jovens,
adultos, famílias, igreja e outros. Pode-se dizer, ainda, que as
Questões Socialmente Vivas têm
comparecido no que hoje se denomina de História Pública, que é a
difusão do conhecimento
histórico para amplas audiências/públicos como o cinema, as
telenovelas de caráter histórico,
os museus, os centros de cultura, a história oral e local difundida
por meio de recursos das
mídias digitais, a televisão, o rádio, os jornais e as revistas.
A história dos dois encontros
Os dois encontros que serão realizados em Belo Horizonte fazem parte de uma trajetória de
debates e de produções sobre o Ensino de História no Brasil construída por professores e
historiadores iniciada no final dos anos setenta do século passado.
Em 1988, com a realização do I Seminário Nacional Perspectivas do Ensino de História,
promovido pela Faculdade de Educação da USP, essas iniciativas tomam fôlego. No decorrer
dos anos consolidou-se o Encontro Nacional dos Pesquisadores do Ensino de História e os GTs
do Ensino de História e Educação da ANPUH em dimensões nacional e regional. Todos esses
encontros refletiram (e refletem) o movimento de consolidação do campo do ensino e da
pesquisa em ensino de História no Brasil que, a partir dos primeiros anos do século XXI
ampliou suas relações de trabalho e produção com colegas e grupos de outros países.
Ao longo de sua trajetória, o Encontro Nacional Perspectivas do Ensino de História abordou
temáticas variadas, sintonizadas com os desafios que vivem os professores de História em
diversos níveis de ensino, sobretudo, nas escolas públicas da Educação Básica. Desafios que
tanto expressam como tensões ou diálogos com as políticas educacionais e curriculares dos
últimos 30 anos, mas também com as condições do trabalho docente; com os movimentos
sociais em prol do reconhecimento e afirmação de outras culturas e o combate ao racismo;
com as mudanças culturais aceleradas pelos novos meios de comunicação e com a
universalização e democratização da educação formal, que trouxeram para a escola crianças,
jovens e adultos que até então estavam dela excluídos.
Saiba como participar, clicando aqui!
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