A Gazeta de Leopoldina foi fundada em abril de 1895. O jornal era controlado pela família Junqueira, com destaque para José Monteiro Ribeiro Junqueira, que foi seu diretor, e que aparece na foto acima, publicada em 1909, sentado com um chapéu branco em mãos.
A foto marca mais um aniversário da Gazeta, que fazia questão de dar anualmente à data a maior visibilidade possível e aproveitar a oportunidade para elogiar seu diretor, que na poesia abaixo, publicada na edição n. 01 de 1909, aparece citado como "chefe" e "maioral.
VIVA!
(COM LICENÇA DO POETA)
Hoje faz annos a Gazeta. E o caso
Por ser, de facto, um caso trumphal,
Devia exigir festas e dar azo
Para tocar-se o hymno nacional
Porém, infelizmente quiz o acaso
Que da Gazeta o chefe, o maioral
Se ausentasse. E o dia passa raso.
E sem champagne em taças de chrystal.
Agora, supponhamos que ha cerveja.
(mas no fazer de conta ninguem veja
Sombra, siquer remota, d'uma peta.)
Eu ergo o copo ao fim d'este terceto
E faço ardentes votos n'um soneto
Pela prosperidade da Gazeta.
Argos
Na época, a redação do jornal estava localizada no Largo Felix Martins, n.02.
Leopoldina teve, dentro do município, vários periódicos publicados até o ano de 1899, num total de 21 jornais, segundo a pesquisadora Nilza Cantoni. A Gazeta de Leopoldina ocupa a posição de número 16. O periódico não foi o mais antigo, mas com certeza foi o que mais tempo sobreviveu. Fundado no final do século XIX foi publicado durante todo o século XX. Foram 109 anos. O último exemplar da Gazeta foi o de número 3.115,publicado em abril de 2004.
Apesar de se apresentar como um jornal do povo e para o povo, a Gazeta era um órgão de imprensa ligado aos interesses políticos e econômicos dos Ribeiro Junqueira. Em suas folhas circulavam notícias sobre eleições locais, sobre a produção agropecuário, viagens e compromissos de leopoldinenses ilustres. Um jornal governista, especialmente na primeira metade do século XX, quando os Ribeiro Junqueira ainda mantinham a supremacia polícia na região.
Um comentário:
Muito bom, Natania. Precisamos resgatar a memória local. Brevemente sairá nosso texto sobre a Gazeta, na coluna Trem de História que estamos publicando no jornal Leopoldinense.
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