domingo, 3 de fevereiro de 2019

VISITANDO AS EXPOSIÇÕES DA THE INK LINK, NO 46º FIBD DE ANGOULÊME

Entrada da exposição.
Um dos momentos que mais me marcou durante o 46º Festival Internacional de Bande  Dessinée de Angoulême foi poder visitar o espaço reservado à The Ink Link, uma associação formada por cartunistas engajada em causas sociais. Eu tive conhecimento sobre a criação do The Ink Link durante o 44º FIBD, em 2017. Na época entrei em contato com uma das fundadoras, Laure Garancher, para tentar saber o que eu poderia fazer para ajudar e para conhecer mais sobre o trabalho do grupo.

Laure Garancher autografando
sua HQ "Ópium" para mim!
Virei fã da The Ink Link e da própria Laure Garancher, que é uma inspiração para mim. Eu não sou do tipo que congela perto de outras pessoas, mas este ano eu fiquei tão emocionada de poder conhecê-la pessoalmente que eu simplesmente não conseguia falar! Quem me conhece sabe que eu dou sempre um jeito de me comunicar. Mas bateu aquela vergonha de falar algo errado ou falar besteira. Mas tudo bem, faz parte! Afinal, eu estava no FIBD e todo mundo ali, até jornalistas experientes, tiveram seus momentos de tietagem.

Meu autógrafo!
Acho o máximo à forma como a The Ink Link usa os quadrinhos para instruir e educar, divulgando conhecimento, denunciando situações de risco para pessoas e para o próprio planeta. Eles assumem a função de combater a desinformação e defender a preservação da vida, da dignidade humana e do meio ambiente.

Em Angoulême as exposições da The Ink Link ficaram instaladas na Maison des Peuples e de La paix. Foram três, sendo que a principal delas foi baseada no belíssimo trabalho da quadrinista Aurélie Neyret, e recebeu o título de “Hila, naître en Afghanistan: le cotidien d’une martenité em bande dessineé”. A exposição retrata o cotidiano de uma grande maternidade no Afeganistão.  
Exposição “Hila, naître en 
Afghanistan: le cotidien d’une 
martenité em bande dessineé” 

A cartunista, que é membro da The Ink Link, acompanhou várias mulheres nos momentos finais de suas gestações numa das maternidades mais movimentadas do mundo, em Khost, onde nascem diariamente cerca de 60 crianças. Neyret registrou, durante 9 dias, o dia a dia de médicos e de mulheres que estavam nos seus momentos finais de gestação. Um trabalho belíssimo que nos aproxima de realidades tão distantes como a das mulheres muçulmanas. O trabalho foi feito em parceria com a organização Médicos Sem Fronteira. 
Exposição “Hila, naître en  Afghanistan: le cotidien d’une martenité em bande dessineé”
Não foi a exposição mais bonita ou mais sofisticada que visitei durante o FIBD, mas foi a mais carregada de significados. É tão bom ver pessoas fazendo coisas boas, sem interesse financeiro envolvido. Dá esperança para quem todo dia está sendo bombardeado de notícias ruins ou ouvindo pessoas falando coisas ruins e desprezando aqueles que estão dispostos a lutar por justiça e um mundo melhor para todos.

A HQ que deu origem à exposição pode ser acessada gratuitamente, em pdf,  clicando aqui. Quem tiver curiosidade de saber um pouco mais sobre o trabalho, pode assistir um vídeo criado para divulgar a HQ "Hila: Née en Afghanistan", com a participação da autora.

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