No entanto, creio que o texto terá alguma utilidade para pesquisas escolares, pois Barão de Cotegipe é o nome de umas das principais – e mais conhecidas – ruas da nossa cidade. Político muito influente no Império, não me surpreende o fato terem dado seu nome uma rua de Leopoldina, embora tenha curiosidade de saber em que circunstâncias esta homenagem se fez.
Gostaria de adiantar que o texto é uma “colagem” de outros textos, encontrados na Internet. Não se trata de um estudo historiográfico e há muito pouca intervenção minha. Mas é informativo e segui uma linha do tempo interessante, que vai da Colônia ao Império.
ORIGENS
João Maurício Wanderley, primeiro e único barão de Cotejipe nasceu em Vila da Barra de São Francisco – Bahia, no dia 23 de outubro de 1815. Descendente de neerlandeses, era filho de João Maurício Wanderley e de Francisca Antônia do Livramento. Casou com Antônia Teresa de Sá Pita e Argolo, filha sucessora dos condes de Passé.
“Gaspar van der Ley ou Wanderley, como vieram depois a corromper-se os seus apelidos, capitão de cavalaria, de nobre prosápia, conforme atestou Maurício de Nassau, citado por Borges da Fonseca, na "Nobiliarquia Pernambucana," foi um dos que, por ocasião do cerco do Pontal de Nossa Senhora de Nazaré, se declararam pelo partido brasileiro. Casado com Da. Maria Melo, filha de Manuel Games de Melo, senhor do engenho "Trapiche do Cabo", da melhor linhagem pernamubacana, neta de Arnau de Holanda e de Cristovão Lins, povoadores quinhentistas daquela capitania, foi fundador da família Wanderley, de grande e ilustre progenie no norte do Brasil” [1]
Walter Wanderley destaca em seu livro, uma citação de Gilberto Freyre, publicada no O Jornal do Rio de Janeiro, sob o titulo “A propósito dos Wanderley”:
“Os Wanderley, família a que pertenço, são, em sua origem holandesa, Van der Ley. Trata-se de gente nórdica, Ariana. Existem, ainda hoje, van der Ley na Holanda; e na Alemanha Lei ou Von Ley: a mesma gente. Sabe-se que no Brasil o fundador da família foi Gaspar van der Ley, no século XVIII. Era êle capitão da cavalaria entre os holandeses estabelecidos no Brasil, no tempo do Conde Maurício de Nassau. Foi figura eminente entre os principais auxiliares do Conde de Nassau que, aliás, era alemão e não holandês. E cujo governo foi, talvez, a mais notável obra de administração que realizou em qualquer das Américas um europeu durante a época colonial. Inclusive neste aspecto: como prefeito do Recife.(...)”.[2]
SUA TRAJETÓRIA
João Maurício Wanderley, cursou na Bahia, o primário e o preparatório, e em 1832 em Pernambuco, matriculou-se na Faculdade de Direito de Olinda (PE), formando-se aos 22 anos de idade em Ciências Jurídicas e Sociais, a 6 de outubro de 1837. Ingressando na Política, em 1839.
Como Presidente da Província da Bahia foi dinâmico e progressista, com várias providências que tomou na agricultura, na indústria, no comércio e na instrução pública. Combateu energicamente o tráfico escravo. Fundou, juntamente com Demétrio Tourinho, o Diário da Bahia.
Como Administrador-Geral da Santa Casa de Misericórdia, fundou, na Corte, o Instituto Pasteur e o Hospital N. S. das Dores, em Cascadura, para tratamento de tuberculosos. Pertencia ao Partido Conservador.
Participou de diversos gabinetes do império, quando o Brasil era agitado pelas idéias abolicionistas e republicanas. Como presidente do Conselho de Ministros (1885-1888), ajudou a aprovar a Lei dos Sexagenários (1885), proposta na gestão de José Antônio Saraiva, seu antecessor. A lei que tornava livres os escravos sexagenários, também conhecida como Saraiva-Cotejipe, foi tão importante quanto a do visconde do Rio Branco, Lei do Ventre Livre (1871), e enquadrava-se no projeto de extinção gradual da escravatura. Manteve-se à frente do Conselho durante quase três anos, durante os quais o país foi agitado pelas idéias abolicionistas e republicanas, bem assim pela chamada “questão militar”. O seu afastamento deu vitória aos defensores da extinção imediata do escravismo, por meio da Lei Áurea.Contribuiu para a sensível melhoria das finanças, deu impulso à agricultura e favoreceu a grande imigração. Como proprietário rural era adepto dos métodos agrícolas os mais modernos na época, em vez da escravidão preferia o trabalho livre.
Na política externa, negociou com o Paraguai (1872), o Tratado de Assunção, com o qual se encerrou diplomaticamente a guerra da Tríplice Aliança, e esforçou-se por solucionar a questão litigiosa do território de Palmas, pretendido pela Argentina.Faleceu no Rio de Janeiro. Faleceu repentinamente, em novembro no dia 13 de fevereiro de 1889, quando ocupava o cargo de Presidente do Bando do Brasil. Morreu na Rua Senador Vergueiro, Rio de Janeiro.
OBRAS E TÍTULOS
Publicou Trabalho sobre a Revolução da Bahia de 1837, Rio de Janeiro, 1837; Melhoramento do Fabrico de Açúcar, Bahia, 1867; Informações sobre o Estado da Lavoura, Rio de Janeiro, 1874; Apontamentos sobre os Limites do Brasil e a República da Argentina, Rio de Janeiro, 1882; proferiu vários discursos sobre temas importantes como: emissão de papel-moeda; mesas de rendas alfandegadas; fuga de escravos em Campinas; questão militar etc. Recebeu o título de Barão de Cotejipe (1860) e foi condecorado como Dignitário da Ordem do Cruzeiro; Comendador da Ordem da Rosa; da Ordem Portuguesa da Conceição da Vila (Viçosa); foi agraciado com a Grã-Cruz da Ordem Belga de Leopoldo, a Ordem Espanhola de Isabel, a Católica, e a Ordem Italiana da Coroa.
Fontes consultadas
CANCIAN, Renato. Democratas pernambucanos pedem o fim da monarquia. Disponível em http://educacao.uol.com.br/historia-brasil/ult1689u42.jhtm, acesso em 17/07/2009.
WANDERLEY, Walter. Família Wanderley: História e Genealogia. Rio de Janeiro, Editora Pongetti, 1966. Disponível em http://www.irwanderley.eng.br/GasparLiteratura/FamiliaWanderleyWalter.htm, acesso em 15/07/09.
[3] CANCIAN, Renato. Democratas pernambucanos pedem o fim da monarquia. Disponível em http://educacao.uol.com.br/historia-brasil/ult1689u42.jhtm, acesso em 17/07/2009
17 comentários:
Natania: quando escrevemos o livro sobre os logradouros públicos de Leopoldina, não conseguimos encontrar a Lei que mudou a denominação de rua Municipal para Barão de Cotegipe. Sabemos apenas que ocorreu antes de outubro de 1890. Considerando que ele faleceu em fevereiro de 1889, acreditamos que a mudança tenha ocorrido naquele mesmo ano. O motivo da escolha? Provavelmente pq a atuação dele no Conselho de Ministros atendia aos anseios dos proprietários de escravos.
Foi interessante fazer esta breve e descomprometida pesquisa, uma vez que eu já havia ouvido relatos desencontrados sobre o personage, e pude verificar que eles eram completamente sem fundamento. A gente vai aprendendo aos poucos. Pois é, se a homenagem veio um ano depois, pode ser por causa de sua morte, talvez ele tivesse laços de amizade com fazendeiros locais, enfim, fica a curiosidade. Quem sabe um dia a gente não encontra uma resposta? :-)
JÁ VI VARIAS HISTORIAS SOBRE JOÃO MAURICIO WANDERLEY, SÓ QUE SÃO MUITAS DESENCONTRADAS. SOU BISNETO DE JOÃO MAURICIO WANDERLEY, SOU DA BAHIA, NASCIDO EM COTEGIPE-BA. SÓ SEI QUE ELE TEVE NO MINIMO UMAS DEZ MULHERES. O BICHO ERA PEGADOR.
MEU AVO MATERNO SE CHAMAVA FRANCISCO MARIANI WANDERLEY.
trajetória se escreve assim, com "j" (jota).
Ui! Não pode! É muita falta de atenção!!! Já arrumei. Obrigadão pelo aviso!!!
Caro Anônimo,
Há na descendência de João Maurício Wanderley (pai do Barão) um Francisco Mariani Wanderley, que era filho de Rita de Cássia Wanderley, meia-irmã do Barão. Esse Francisco Mariani Wanderley teve, pelo menos os seguintes filhos: Guimar, Maria Augusta, Francisco, João Maurício, Fernando, Margarida e Maria da Glória. É o seu avô?
Caro Ivo,
Sei mto pouco sobre a origem da minha família, mas quando me deparei com o seu comentário, não tive dúvidas de colocar o meu "comentário".Sou bisneto do Francisco Mariani wanderley(Comandante da Marinha), que era filho da Sra Rita de Cássia. Meu bisavô Francisco Mariani se casou com a Sra Amália Mattos Wanderley e tiveram os filhos, por ordem:Guiomar,Francisca(tia Chica), Maria da Glória(Glorinha),Maria Augusta,Fernando, tia Margarida, tio João Mauricio e o meu avô Francisco,que tinha o mesmo nome do pai,Francisco Mariani Wanderley.O meu bisavô Francisco Mariani, o comandante,fixou residência no final do século XIX em Corumbá, Mato Grosso do Sul, onde nasceram o meu avô Francisco(1909) e seus irmãos.Depois de alguns anos, o meu bisavô fixou residência no Rio de Janeiro e ficou até a sua morte em 1927.A minha bisavó Amália, faleceu em 1950, como tbem todos os seus filhos ja são falecidos, inclusive o meu avô Francisco - chamado carinhosamente de vôvo Francisquinho - falecido em 07/12/1990 no Rio de Janeiro. Sempre soube que a família Wanderley é mto grande, está espalhada por vários estados brasileiros, tendo alguns deles tbem residentes e domiciliados em Campo Grande, Mato Grosso do Sul,que é o caso da família Barros Wanderley, que se não me engano, vieram de Pernambuco( os ascendentes).
Ivo, acabei me intrometendo no comentário feito por vc ao caro anônimo, não sei se tinha tbem algum outro Francisco Mariani Wanderley, já que o caro anônimo diz que o bisavô era pegador, mas o Francisco Mariani que vc descreveu, esse sim era o meu bisavô.Pai do meu avô Francisco - \francisquinho - que vinha ser meu avô paterno, pai do meu pai que se chamava Luiz Francisco Wanderley, falecido em 18/03/2008, em Corumbá, Mato Grosso do Sul.
Abraço,
Luiz Armando Wanderley
Sou neto do senhor Alvaro de Almeida Wanderley, ao qual nasceu em pernambuco. Gostaria de saber se ele tem tracos genealogicos com joao mauricio wanderley ou francisco mariani wanderley,pois nao tenho muitas informacoes sobre minha arvore geneologica.
Bom, esse poste é antigo, entao se alguem ver minha duvida responda para meu email, laerciowanderley@gmail.com
Sou bisneto da Sra. Guiomar de Mattos Wanderley, filha do Comandante Francisco Mariani Wanderley. Então, Srs. Luiz Armando e Ivo Ricardo, o comandante é filho de Rita de Cássia Wanderley com o Capitão Mor João Maurício Wanderley (este último pai do Barão)? Sabem quem são os pais do Capitão Mor e da Sra. Rita de Cássia?
Pedro Augusto Borges
pedroborgesfloripa@gmail.com
Infelizmente, vou dever essa informação, pois não trabalho com genealogia.
Boa noite gostaria de saber se luci Wanderley acioly tem descendências com o barão também me chamo edson Wanderley neto de amara Wanderley
O Barão de Cotegipe, João Mauricio Wanderley, nasceu na Vila de São Francisco das Chagas da Barra do Rio Grande Estado do Pernambuco e não na Vila da Barra do São Francisco que sequer existe. A atual cidade da Barra do Rio Grande é hoje município do Estado da Bahia.
Acho que somos parentes. Quem é você?
Olá! Meu falecido pai também é nascido em Cotegipe-BA,seu nome é Hemerson Mariani Passos, conhecido como Mizu, filho de Temístocles Mariani Passos e Aniceta Tavares de Câmara,constituiu família em Iguape, litoral sul do Estado de São Paulo, ele nos contava muito sobre as histórias do Barão de Cotegipe. Muito interessante. Existe algum grau de parentesco do Barão de Cotegipe com a família Mariani Passos?
Sera que somos parentes, meu bisavô, também chamava Francisco Mariani Wanderley,
Minha avó é bisavô são de Xic Xic - atual Cotegipe Bahia.
Avó Maria Pinto Mariani
Bisavô Carolina Pinto Mariani
Alguém dessa descendência?
Boa noite! Sobrenomes comuns no médio São Francisco, e região Oeste da Bahia. Sem dúvida tem parentesco com a sua família.
Postar um comentário