
No entanto, pretendemos futuramente – se criadas as devidas condições para um trabalho de pesquisa mais completo - estender este trabalho para os alunos de outras séries, podendo cobrir todo o período de 154 anos de história do município.
Este site foi criado para que eu pudesse postar meus trabalhos sobre a História de Leopoldina, sobre História do Ensino e Educação. Com o tempo ele acabou se tornando muito mais do que isso. Hoje eu o uso para fazer reflexões sobre meu trabalho na escola, sobre minhas pesquisas com quadrinhos e sobre minhas opiniões sobre livros e filmes.
No entanto, pretendemos futuramente – se criadas as devidas condições para um trabalho de pesquisa mais completo - estender este trabalho para os alunos de outras séries, podendo cobrir todo o período de 154 anos de história do município.
pio devem o nome à segunda filha de D. Pedro II, Dona Leopoldina Teresa Francisca Carolina Miguela Gabriela Rafaela Gonzaga de Bragança e Bourbon. Nascida em 13 de julho de 1847 na cidade do Rio de janeiro passou parte da vida em Petrópolis com a irmã mais velha, Isabel. Recebeu uma educação refinada e erudita, tendo tipo vários preceptores, como era do gosto de D. Pedro II, homem culto e amante das ciências. Abaixo, um trecho em que o próprio Imperador relata a rotina de suas filhas:
“Assisto às lições de Sapucaí, de inglês e de alemão, dadas às minhas filhas. Nas segundas-feiras lerei a elas Barros, das 7h30 às 8 da noite; terças, Lusíadas, das 10h 30 às 11 da manhã; das 3 às 4, dar-lhes-ei lições de matemática, e latim das 7h30 às 8 das noite. Domingos e dias santos, leitura de Lucena durante uma hora, e meia hora de leitura do Jardim das Raízes Gregas, à noite.”1
Dona Leopoldina casou-se 1864, com Príncipe Luís Augusto Maria Eudes de Saxe-Coburgo-Gota, Duque de Saxe (ou na Saxônia). Ela viria a falecer bem jovem, aos 23 anos, de tifo. Morreu em Viena e seu corpo foi sepultado em Coburgo, Alemanha.
Princesa, o marido, os pais e a irmã.
Crescer juntos e colher juntos os frutos do nosso esforço, como fizeram os pioneiros que aqui chegaram no início do século XIX, como fizeram nossos antepassados, que transformaram esta cidade em um exemplo para toda a região: a Atenas da Zona da Mata. O passado não volta, mas podemos nos mirar nele para construir uma cidade melhor para as novas gerações.
Fontes:
http://www.portugalnoticias.com/arquivo.php?m=4&ano=2007
http://pt.wikipedia.org/wiki/Leopoldina_de_Bragan%C3%A7a_e_Bourbon
Um diálogo com o passado através das mídias contemporâneas
por Carlos Hollanda
Mesmo no mundo acadêmico, onde projetamos expectativas acerca da abertura ao conhecimento e a visões críticas sobre os diversos preconceitos em sociedade, podemos, vez por outra, ouvir a indagação: "para quê estudar Antigüidade ou Idade Média? O Brasil não teve Idade Média...". Soa estranho ouvir tal pronunciamento vindo dos lábios de alguns professores cujos trabalhos e histórico nos inspira admiração e respeito. De fato, o problema não se restringe a esses campos do conhecimento. O preconceito parece ser uma característica inerentemente humana, uma via de mão dupla que ora é perpetrada ora é sofrida pelos mesmos agentes. Em certos casos as resistências de certos pesquisadores a determinados temas ocultam visões estereotipadas e a recusa em admitir a possibilidade de não dominarem esse ou aquele assunto. Embora estejamos falando de pessoas com um altíssimo grau de instrução, com produção científica considerável, não raro nos deparamos com os referidos preconceitos, alicerçados por justificativas de quase impecável racionalidade para rejeitar um ou outro ponto de vista. Não há como estabelecer uma medida entre o "melhor" ou o "pior" preconceito, mas impressiona o fato de que justamente cientistas das áreas de humanas, tão empenhados em analisar criticamente as facetas do comportamento, podem vir a desenvolvê-lo de maneira ainda mais rígida do que a das pessoas que não têm tanta formação.
Um passo fundamental na trajetória do estudioso das ciências humanas é o de relativizar os próprios conhecimentos e convicções oriundos do saber no qual cada um é especialista. É procurar não ser escravo do especialismo. É não acreditar-se num patamar superior e intocável, cujas verdades são inquestionáveis e sempre capazes de decifrar o outro, não possuidor de sua "luz" científica ou, ao menos, não possuidor dos mesmos conhecimentos enunciados exatamente da mesma forma. Toda essa reflexão suscita o desejo de reler os escritos de Paul Veyne e de José Carlos Rodrigues, a propósito.
Nossa presente edição transita entre a Antigüidade e a Contemporaneidade, fazendo uma breve passagem na educação medieval e nas crenças e conhecimentos populares da modernidade. Aqui temos a impressão de que aqueles que vêm produzindo conhecimento nos últimos anos estão relativizando com mais ênfase seus próprios enfoques. Não se pode pensar em mundo contemporâneo sem pensar e compreender cada vez mais apuradamente as heranças da Antigüidade, da Idade Média, da Idade Moderna. É preciso conversar com elas como se fossem pessoas que estamos constantemente passando a conhecer e reconhecer.
Aquilo que as mídias atuais veiculam, seja no cinema, na TV, no rádio, nas publicações impressas (quadrinhos, livros, jornais) e na Internet, nos têm trazido com muita freqüência um olhar histórico ou pretensamente histórico. Mais do que uma simples preocupação em engordar contas bancárias de cineastas e outros produtores midiáticos, esse fenômeno responde a uma necessidade sociocultural de nosso tempo de dialogar com aquilo que fomos e, por conseqüência, o que nos tornamos. De nada adianta julgar uma obra literária (roteiros em geral, livros e demais narrativas) em busca de nela encontrar uma precisão absoluta em termos históricos. Toda obra é filha de seu tempo e lugar e a eles se curva. Mais vale, então, entender o que traz à visão de hoje aquilo que tentamos desenterrar do passado, ainda que eivado de elementos que nos são familiares porque atuais e não da época de que falam.
A cada volume de conhecimento adquirido as supracitadas heranças vão ganhando contornos mais interessantes e maior profundidade. Tudo isso é extremamente útil, pois conhecer aquilo que é anterior a nós é como conhecer um outro. Conhecer o outro, com todas as suas contradições, é conhecer a nós mesmos e isso não é pouca coisa num mundo cada vez mais complexo como este em que vivemos.
Carlos Hollanda
Mestre em História Comparada (PPGHC-UFRJ)
Prof. Subst. do Departamento de Teoria e História da Arte (BAH) - UFRJ
Prof. Subst. do Departamento de Análise e Representação da Forma (BAF) - UFRJ
26/04/2008
A retomada dos temas corpo, violência e poder, que não são novos nos estudos feministas e de gênero, deve-se à especificidade das conjunturas nacional e internacional acerca das lutas a favor da descriminalização do aborto (no Brasil, no Uruguai, na Argentina, em Portugal); à politização do tema da violência conjugal, no caso do Brasil propiciada pela Lei Maria da Penha; aos processos de reconhecimento judicial de parcerias homossexuais; ao acirramento ou maior visibilidade da homofobia; aos dilemas éticos envolvidos nas decisões médicas e judiciais relacionadas às novas tecnologias de reprodução; aos paradoxos das atuais diásporas internacionais envolvendo as questões de gênero; e à feminização da pobreza, entre tantos outros aspectos que estas questões têm suscitado na atualidade.
Ainda que o Seminário tenha estas temáticas norteadoras, a estrutura de Simpósios Temáticos permite que outros temas tenham seu espaço garantido, como ocorreu nos encontros anteriores.