Capa da HQ de Aline Lemos "Artistas Brasileiras" (2018), pela editora Miguilim. |
Já no início da HQ, numa introdução quadrinizada, a autora tem o cuidado de esclarecer que existem outras mulheres, tão interessantes quanto as que ela selecionou para a HQ, e que objetivo da obra "não é apresentar todas ou as melhores artistas" mas mostrar diversidade de mulheres que produziram arte no nosso país.
Quadrinho sobre Tarsila do Amaral. |
A jovem autora nos lembra ainda que as mulheres são talentosas e não excepcionais. E qual seria a diferença?
Tirinha onde a autora usa a artista plástica Zina Aída para criticar o machismo presente na sociedade. |
Mas na HQ "Artistas Brasileiras" a intenção da autora é demonstrar que havia, e há entre nós, mulheres talentosas cuja obra não é resultado apenas de uma excepcionalidade, mas de muito trabalho, dedicação, estudo e talento.
A HQ não coloca as mulheres como sendo melhores que os homens, mas tão talentosas e capazes quanto eles, com as mesmas capacidades e habilidades criativas. O mesmo talento que se encontra em um homem e que pode ser encontrado, também, em uma mulher.
Do ponto de vista didático, a narrativa é muito bem construída e a obra pode fornecer a professores de história e artes material para trabalhar História da Arte no Brasil de uma forma leve e divertida. As biografias das autoras curta, chegando ao máximo a 3 páginas e são acompanhadas de tiras irônicas e divertidas. A autora expõe e debocha de preconceitos machistas usando de ironia e muito humor.
Nestes quadrinhos a autora reúne quatro personagens: Anital Malfatti, Fédora do Rego, Georgina de Albuquerque e Tarsila do Amaral. |
Um quadrinho recomendado para pessoas de todas as idades e indicado para professores que procuram por um material rico e criativo sobre história da arte. Vale ainda acrescentar que a autora fez uma ampla pesquisa bibliográfica, cujas fontes estão disponíveis no livro.
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