Coimbra, Portugal 2019. |
Desde 2016 eu
passei a visitar anualmente a Europa. É um luxo que eu me dou depois de um ano
inteiro de trabalho: minhas férias são na Europa. E a coisa que eu mais escuto
das pessoas é elas relacionarem minhas férias ao meu poder aquisitivo. Você é
rica!
Até ouvi certa vez
uma pessoa dizer que eu era um “mal exemplo” para a minha categoria. Imagino
que, para essa pessoa em particular, uma professora de educação básica não
possa fazer uma viagem ao exterior porque ganha um salário inferior
ao de brasileiros de classe média alta.
Pois bem, posso não
pertencer à classe média alta mas também não estou na classe C, o que me
permite, uma vez ao ano me dar ao luxo de sair de férias no lugar que meu
dinheiro permitir. Para isso eu poupo durante o ano, calculo as despesas que
terei durante a viagem e busco me organizar da melhor forma possível. Foi assim
que descobri que a Europa não é um destino tão caro quanto muitas pessoas
pensam e que, se comparado a alguns lugares no Brasil, fica bem mais em conta.
Pra dizer a verdade, a cada ano gasto menos dinheiro, sem me privar de nada.
Busco, por exemplo,
lugares com preço aprazível para fazer minhas refeições. Procuro restaurantes
populares ou intermediários. Em Coimbra, recentemente, paguei cerca de 7
euros para comer bacalhau ao Brás e incluso a este valor estava meia jarra de
vinho, uma cesta de pães, sopa, o café e a sobremesa. Restaurantes sempre
oferecem o prato do dia com um preço melhor e sem deixar de servir
bem. Quando a programação é mais intensa eu me satisfaço com um bom
sanduíche ou com uma salada pronta. Na Europa as pessoas comem seu lanche
tranquilamente num banco de praça, sem nenhum constrangimento.
No que diz respeito
à hospedagem, nunca fiquei em hostels, geralmente fico em hotéis, pois eu viajo
sozinha e gosto de ter privacidade no meu quarto nos momentos de descanso. Este
ano tive minha primeira experiência hospedando-me no Albergue da Juventude, em
Paris, com mais dois amigos. Fiquei encantada! O lugar é muito confortável, os
quartos modernos e limpos, com banheiro privado e com café da manhã. Sem falar
na localização privilegiada: mais ou menos uma quadra da Champs Elysses, no
coração de Paris. Tudo isso por 36 euros a diária, uma pechincha! Clique aqui para conferir!
Em Örebro, na Suécia. |
No geral, eu busco
por promoções e estabeleço um teto de gastos por hospedagem. Já fiquei em
hotéis 2 estrelas a 4 estrelas. Não faço muito questão de luxo, pois fico pouco
tempo no quarto. Basta-me que seja limpo, aconchegante e tenha um banheiro. Na
Europa há a opção dos banheiros compartilhados, não gosto. Outra coisa é o café
da manhã. Há uma diferença muito grande de país para pais. Muitos hotéis
oferecem o café da manhã a parte (não está incluso na reserva do quarto), e
geralmente é o chamado café continental, no qual há um tipo de pão, manteiga,
uma geleia, café, leite, chocolate ou suco.
Dependendo de
quanto o hotel cobra por este café básico vale mais a pena ir a uma padaria (e
em Portugal e Paris, por exemplo, elas abundam) e tomar um café da manhã mais
reforçado, que nem chega a 3 euros em muitos casos. Os melhores cafés da manhã
que tomei na Europa foram em Roma e em Estocolmo, mas eram também hotéis de
melhor qualidade.
Com relação ao
transporte, eu costumo procurar os melhores preços. Minhas passagens ficaram
entre 2.500 e 3.200 reais, eu começo a pagar cerca de seis meses antes. Eu
normalmente fujo para o inverno europeu, pois não gosto do verão brasileiro.
Mas se eu quisesse ir em uma estação mais quente também poderia encontrar
preços bons. É apenas uma questão de paciência. Nas últimas viagens eu usei o
Skyscanner para pesquisar os melhores preços. Também pesquiso as passagens de
trem. Chego com tudo pago e não tenho basicamente despesas com transporte,
exceto o transporte urbano, como metrô, ônibus e taxi.
Em Angoulême, na França, 2019. |
Calculado o que vou
gastar com transporte, hospedagem e alimentação eu começo a reservar o dinheiro
para as compras e passeios. Não me considero consumista, mas gosto de fazer
compras em janeiro na Europa e, diga-se de passagem, renovo meu guarda-roupa
para o ano todo. Isso porque janeiro é o mês das liquidações. Roupas de verão,
inverno e meia estação. Este ano, comprei blusas e camisetas por 2 euros cada!
E não apenas isso sapatos, cremes, bolsas, perfumes e maquiagens de boa
qualidade, quase tudo pode ser encontrado com excelentes preços.
Aconselho,
inclusive, ir com o mínimo de bagagem, porque é quase impossível não cair na
tentação de comprar alguma coisa. Além disso, alguns lugares oferecem descontos
de acordo com a quantidade de produtos adquiridos. Já tive uma amiga que, aproveitando esses descontos,reduziu o preço de um produto de 70 para 5 euros, aproveitando
essas promoções.
Em Paris, às margens do Sena com o Louvre ao fundo. |
Enfim, para uma
professora do interior viajar para a Europa é apenas é uma questão de
planejamento. Os hotéis, as passagens e os gastos com alimentação, resolvido
isso, o resto vem de bônus. E, acreditem, foi planejando viagens que eu antes
achava que não conseguiria fazer que, depois dos 40 anos, aprendi a poupar e a
me organizar financeiramente e a ter minha poupança.
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