Eu
tenho a mania de andar despreocupadamente pelas ruas das cidades as quais visito a
turismo. Pego um mapa, marco os lugares que desejo conhecer e tomo meu rumo. O
problema é que nem sempre eu sigo o mapa. Costumo tomar atalhos, que
normalmente me fazem andar mais do que o necessário.
Mas é fazendo isso que
eu conheço aqueles recantos que o mapa não mostra. Paisagens lindas que se transformam
em belas fotografias, becos e ruas charmosas que a maioria dos turistas não
veem. Acabo encontrado lugares que me são realmente atrativos.
Recentemente, enquanto
tentava chegar à parte mais alta da cidade para conhecer a
Universidade de Coimbra, eu achei um espaço cultural mantido pela
municipalidade dedicado ao ato de escrever: A Casa da Escrita.
Sala para cursos, palestras e oficinas. |
O espaço é descrito como um "arquivo aberto, que
permite aos frequentadores visitarem as rotas da criação da escrita através dos
textos que se vão produzindo na própria Casa." Instalada em uma casa
charmosa de três andares, com um lindo jardim interno, localizada na parte alta
de Coimbra, a Casa da Escrita pertenceu a família do poeta e
ensaísta João José Cochofel, um dos representantes do Neo-Realismo
português.
João
José de Mello Cochofel Aires de Campos, nasceu na cidade de Coimbra em 1920.
Licenciou-se em Ciências Histórico-Filosóficas, pela Universidade de Coimbra e
foi um dos organizadores da coleção de poesia do Novo Cancioneiro em
1941. Participou da fundação de várias revistas e foi colaborador de outras,
das quais podemos citar Altitude, Cadernos do Meio-Dia, Vértice, Presença, Seara Nova, Gazeta
Musical e de Todas as Artes. Atuou como poeta e crítico literário e
musical, tenho sido diretor da Academia dos Amadores de Música de Lisboa e da
Sociedade Portuguesa de Escritores. Morreu em 1982, deixando incompleto o Grande Dicionário da Literatura
Portuguesa e de Teoria Literária, obra que começou a ser publicada em 1971.
Sótão da Casa da Escrita, onde fica uma pequena biblioteca/arquivo |
A
Casa da Escrita e sua história têm tudo a ver com aquilo para o qual se propõe.
Lá ocorrem regularmente lançamentos de livros, palestras, oficinas de
escrita, exibição de filmes, etc, sendo um espaço de criação literária,
produção cultural, livre pensamento e debate de ideias
Lugar
simpático e aconchegante que me fez sentir vontade de ter algo parecido em
Leopoldina. Quem sabe, talvez um dia, a Academia de Letras e Artes de
Leopoldina não possa ter sua “Casa da Escrita”, como sede da organização. Já
temos uma casa da leitura e uma biblioteca municipal, mas nos falta pensar na
questão da escrita em si. Formar leitores e escritores. Pessoas que saibam se
expressar bem não apenas pela palavra dita mas também pela palavra escrita.
Fontes de apoio:
Biografia de João José Cachofel. Disponível em: . Acesso em 13 jan. 2019.
Casa da Escrita.Disponível em: . Acesso em 13 jan. 2019.
Nenhum comentário:
Postar um comentário