Quero fazer um elogio para fazer uma crítica.
Nos mais de 26 anos que eu trabalho nas escolas municipais de Leopoldina, nunca tive negado meu pedido de fazer cursos e congressos, fora e dentro da cidade. Seja as secretárias de educação com as quais trabalhei ao longo destes anos, seja as diretoras. Todas sempre me ajudaram, permitindo que eu colocasse uma substituta ou mesmo pagando hora extra para uma professora. Quando eu organizo cursos para professores da rede, nunca tive a sala/auditório vazio.
Mas não é assim em todos os lugares. Semana passada eu estava na coordenação de um encontro em uma universidade estadual. Tivemos dois cursos para professores, gratuitos, muitas inscrições mas um comparecimento baixíssimo. E quem compareceu estava "fugido da escola". O curso fui oferecido a quem quisesse fazer, mas os professores não foram liberados. Olha, é como oferecer uma refeição e não permitir que a pessoa coma.
Como eu disse, um elogio e uma crítica.
Do que adianta dizer que deve-se investir na formação dos docentes mas quando se oferece oportunidade de formação eles não podem fazer? Ah, podem, se levarem falta no trabalho. Cursos grátis, com professores de grandes universidades que teriam cobrando muito caro (ou pelo menos deveriam), para oferecer seus serviços às secretarias de educação.
Infelizmente, não é um caso isolado. Tenho assistido isso acontecer ao longo dos anos em todo o Brasil. E isso me desmotiva muito, ver os/as colegas privados de oportunidades que, na prática são importantes até para impulsionar a educação brasileira e valorar o profissional do ensino.
A lógica que eu vejo aqui é que professor que está fora de sala aprimorando seus conhecimentos e aprendendo mais para levar esse aprendizado para sua prática diária ESTÁ SENDO INSUBORDINADO, porque por um dia ou dois saiu da sala de aula para estudar.