terça-feira, 23 de novembro de 2021

O LEVANTE DE BELA CRUZ - DOCUMENTÁRIO

Um das coisas das quais fui privada durante  mais de uma ano de meio de  pandemia foi de poder participar de eventos culturais. Este mês estou rompendo com esse jejum. Ontem pude participar de um evento extremamente gratificante, que foi o pré-lançamento do filme/documentário, 
“O levante de Bela Cruz” , exibido no Espaço Cultural Mauro Almeida, em parceria com o Polo Audio Visual, a Casa de Leitura Lya Maria Müller Botelho e a Secretaria de Cultura. Esporte, Lazer e Turismo de Leopoldina. 

O documentário narra de um episódio corrido em Minas Gerais, em 1833, durante o período regencial. Uma rebelião de escravizados, envolvendo disputas políticas entre fazendeiros, na região de Carrancas, nas fazendas Campo Alegre e Bella Cruz, pertencentes a família Junqueira. No evento de lançamento, estava presente a diretora e produtora do documentário,  Elza Cataldo, cineasta, professora e pesquisadora da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Após a exibição do documentário, a diretora e membros da equipe da produção abriram para debate, respondendo perguntas e compartilhando detalhes e impressões sobre a experiência de produzir o documentário.

Eu não vou fazer uma resenha do documentário, mas levantar apenas algunas pontos que me chamaram a atenção. O primeiro é o tema. Como professora, conhecer mais sobre partes da história de Minas é, por si só enriquecedor, mas poder ter acesso a um movimento envolvendo escravos, no período regencial, é ainda mais importante. É um material que, mesmo que não possa ser exibido na sua íntegra, durante uma aula, pode trazer elementos importantes para se discutir o período, indo além do lugar comum.

Trata-se de uma produção que valoriza a a memória coletiva, dando voz a pessoas comuns, que contam a história a partir daquilo que aprenderam por meio da tradição. Nesse sentido, temos um documentário que sabe equilibrar muito bem a pesquisa historiográfica com elementos da memória que ajudam, inclisive, a solidificar uma identidade étnica e mesmo regional.

Abrindo espaço para debates sobre violência, escravismo e política, no século XIX, “O levante de Bela Cruz” também permite um diálogo como presente. Por tudo isso eu recomendo o documentário para professores e para o público geral, como uma forma de conhecer mais nossa história e repensar certos preconceitos e tabus que reproduzimos ao longo dos séculos e que ainda precisam sem rompidos.

O documentária está disponível no site do Polo Áudio Visual e pode ser acessado clicando aqui!


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