O documentário narra de um episódio corrido em Minas Gerais, em 1833, durante o período regencial. Uma rebelião de escravizados, envolvendo disputas políticas entre fazendeiros, na região de Carrancas, nas fazendas Campo Alegre e Bella Cruz, pertencentes a família Junqueira. No evento de lançamento, estava presente a diretora e produtora do documentário, Elza Cataldo, cineasta, professora e pesquisadora da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Após a exibição do documentário, a diretora e membros da equipe da produção abriram para debate, respondendo perguntas e compartilhando detalhes e impressões sobre a experiência de produzir o documentário.
Eu não vou fazer uma resenha do documentário, mas levantar apenas algunas pontos que me chamaram a atenção. O primeiro é o tema. Como professora, conhecer mais sobre partes da história de Minas é, por si só enriquecedor, mas poder ter acesso a um movimento envolvendo escravos, no período regencial, é ainda mais importante. É um material que, mesmo que não possa ser exibido na sua íntegra, durante uma aula, pode trazer elementos importantes para se discutir o período, indo além do lugar comum.
Trata-se de uma produção que valoriza a a memória coletiva, dando voz a pessoas comuns, que contam a história a partir daquilo que aprenderam por meio da tradição. Nesse sentido, temos um documentário que sabe equilibrar muito bem a pesquisa historiográfica com elementos da memória que ajudam, inclisive, a solidificar uma identidade étnica e mesmo regional.
Abrindo espaço para debates sobre violência, escravismo e política, no século XIX, “O levante de Bela Cruz” também permite um diálogo como presente. Por tudo isso eu recomendo o documentário para professores e para o público geral, como uma forma de conhecer mais nossa história e repensar certos preconceitos e tabus que reproduzimos ao longo dos séculos e que ainda precisam sem rompidos.
O documentária está disponível no site do Polo Áudio Visual e pode ser acessado clicando aqui!
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