Navillera (나빌레라), cuja tradução par ao português seria “Como uma borboleta”, é um k-drama que estreou em março no Netflix, e teve seu fim na última semana de abril. Com apenas 12 episódios, de aproximadamente uma hora cada, Navillera foi adaptada de um webtoon, de grande sucesso, que conta a história de um homem que, aos 70 anos de idade, resolve fazer balé. Acompanhei a série pontualmente, todas as segundas e terças, e fiquei hipnotizada com a história, que foge do padrão em vários sentidos.
Não é uma comédia romântica, está mais para uma história de amizade e que foca, também nos conflitos entre pais e filhos. A narrativa é fluida, sensível, colocando em cena problemas comuns relacionados tanto aos jovens, como os desafios que enfrentam no mercado de trabalho, suas dúvidas e angustias com relação ao futuro. Por outro lado, ela fala sobre os desafios que também são enfrentados pelos idosos, suas relações familiares, o preconceito e, também, a forma como problemas de saúde afetam tanto a eles quanto às pessoas que os cercam.
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Imagem retirada do webtoon, capítulo 1. |
Para começar eu me apaixonei pela atuação de Park In-hwan, ator de 76 anos, que iniciou sua carreira em 1965, tendo atuado em dezenas de produções no cinema, na TV e no teatro. Em Navillera ele é Shim Deok-chul, um carteiro aposentado que resolve aprender balé, um sonho que tinha desde a infância, mas que nunca pode realizar. Primeiro, porque a família não apoiava, segundo, porque não possuía condições financeiras para isso.
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Imagem capturada em: https://revistakoreain.com.br/2021/03/k-drama-navillera-quebra-padroes-e-promete-emocionar/ |
Um homem que trabalhou muito e passou por muitas dificuldades para criar os três filhos. O retrato do homem comum sul-coreano, que tem uma vida laboriosa e que, após 40 anos de trabalho, se resigna com uma vida pacata de aposentado. Só que no caso desse personagem não vai ser assim, ele corre atrás dos sonhos perdidos, mesmo com toda dificuldade, e mostra que a velhice não é o fim.
Meu segundo personagem preferido é a esposa de Shim Deok-chul, Choi Hae-nam, interpretada pela magnífica atriz Na Moon-hee, de 80 anos de idade. Essa atriz maravilhosa simplesmente roubou o meu coração com sua atuação em Navillera. Ela é o retrato da mãe zelosa, mas é também a esposa parceira, que vai apoiar os sonhos do marido.
Aliás, a relação dos dois, como casal, é muito harmoniosa e marcada pelo respeito mútuo. Para além do amor, está o companheirismo e a amizade construída pelos anos de convivência. E o casamento aqui não é apresentado como um conto de fadas. Na verdade, o drama deixa bem claro como pode ser difícil construir e manter uma família unida.
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Imagem capturada em: https://revistakoreain.com.br/2021/03/k-drama-navillera-quebra-padroes-e-promete-emocionar/ |
Por fim, eu tiro o chapéu para o
jovem ator Song Kang, que
interpreta Lee Chae-rok, um talentoso
dançarino de 23 anos, que começou a fazer balé aos 19 anos, seguindo os passos
da mãe, que era dançarina e que havia morrido há alguns anos. Ele está vivendo
uma crise, com o pai preso, sem dinheiro e quase desistindo do balé. É aí que
ele conhece Deok-chul, e um acaba mudando a vida do outro.
A relação entre os
personagens vai sendo construída a cada episódio e é umas das coisas mais
bonitas da série. Um passa a apoiar o outro e Deok-chul devolve a Lee Chae-rok
não apenas a esperança mais o sentimento de pertencer a uma família.
Eles, claro, aprenderam alguns movimentos de balé, mas, logicamente,
precisaram de dublês para executar movimentos mais complexos. Neste momento,
entraram os recursos de câmera e luz que possibilitaram que a performance dos
protagonistas fosse o mais real possível.
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Imagem Capturada em: https://www.elfolivre.com.br/2021/03/navillera-netflix.html |