A Gazeta de Leopoldina foi um dos jornais de maior circulação na cidade, principalmente na primeira metade do século XX. Era muito comum nestes jornais o anúncio de serviços prestados por profissionais da cidade, propagandas de escolas, de remédios milagrosos além, claro, de acontecimentos cotidianos e feitos políticos.
Por sinal, a Gazeta de Leopoldina foi um jornal criado para ser um instrumento político, defendendo os interesses da oligarquia local, representada pelos Ribeiro Junqueira. Definitivamente um instrumento midiático formador de opiniões, como todo meio de comunicação seja daquela época ou da atualidade.
Mas independentemente do conteúdo veiculado é interessante se ater justamente sobre os núncios que nele são publicados. Neles encontramos nomes familiares e até algumas situações que são, no mínimo, engraçadas. Vou postar alguns desses anúncios esporadicamente no blog, a título de curiosidade e como uma exercício de memória. Postagens curtas, com pequenos comentários que, espero, possam ser complementados por leitores, se for o caso.
Gazeta de Leopoldina, Leopoldina, 02 de maio de 1909. |
Muitas pessoas não sabem, mas a Chácara do Desengano, uma das construções mais antigas preservadas em Leopoldina, fica na Rua do Moinho. Era a residência de um dos chefes políticos locais, durante a Primeira República, o Dr. Custódio Junqueira. Na chácara ele possuía um consultório (tive a oportunidade de conhecer) onde atendia seus pacientes. O que muios não sabem é que ele nem sempre cobrava pelas consultas. Mais do que filantropia esta era uma estratégia política: muitas vezes favores eram trocados por votos na época de eleições. Médico que não se recusava a se embrenhar no meio da mata para chegar à casa dos seus pacientes, Custódio Junqueira foi dos homens mais poderosos de Leopoldina e um dos alicerces do poder que os Ribeiro Junqueira mantiveram no município durantes décadas.
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