Retirado do site Lad's Comics |
Felizmente, eu não preciso esperar o dia 08 de março para isso. Ao longo
do ano sempre que posso escrevo algum pequeno texto sobre mulheres e sua
participação na história. Não por obrigação (e quem iria me obrigar?), mas
pela satisfação de poder falar um pouco sobre essas personagens batalhadoras,
famosas ou anônimas que desempenharam em seu tempo papeis diversos e deram sua contribuição,
grande ou pequena, para a formação da nossa sociedade.
Acho isso ótimo! Quando pesquiso e escrevo estou reforçando minha
identidade feminina, valorizando a minha capacidade produtiva. Que eu atinja duas,
duzentas ou duas mil pessoas, isso não importa. Feminista? Não me classifico
assim. No entanto, se valorizar o papel da mulher na sociedade e enxergar para
todas nós mais do que aquilo que os outros dizem (e aqui nesses outros incluo
homens e mulheres) que podemos ter e ser me faz feminista, talvez eu seja
então.
Minha especialidade nos últimos anos, como muitos sabem, tem sido a
pesquisa envolvendo quadrinhos (em história e educação). Ultimamente, tenho me
dedicado à história das mulheres nos quadrinhos norte-americanos. Minhas
leituras já eram direcionadas a esse tema, mesmo antes do mestrado. Por essa
razão resolvi tirar alguns minutos (e do tempo do leitor deste blog) para falar
um pouco de História, Quadrinhos e Mulheres.
De alguns anos para cá a historiografia dos quadrinhos vem dando crédito
e redescobrindo uma legião de mulheres que atuaram - e muitas ainda atuam - na
indústria dos quadrinhos pelo mundo. Nomes antes por mim desconhecidos como o Rose
O’Neill, Wilde Weber, June Tarpé Mills, Dale Messick, Nair de Teffé e tantas
outras se revelaram verdadeiras heroínas e carne osso, mulheres que triunfaram
em um campo onde os homens se dizem hegemônicos.
Criadoras e criaturas, empresárias ou editoras, mulheres que ficaram
conhecidas pelo (as) personagens que criaram; personagens femininas que marcaram
época e que ainda sobrevivem na imaginação de jovens e adultos, de leitores de
todas as idades. Todo um universo cultural vem sendo redescoberto por meio de
uma historiografia dos quadrinhos que tem à sua frente pesquisadores e
pesquisadores que atravessam fronteiras e nos trazem informações preciosas
acerca da história dos meios de comunicação e da história das próprias
mulheres.
Imagem retirada do Cocota Net |
Que o dia Internacional da Mulher seja um momento de convidar todos àqueles
que querem saber um pouco mais da história das mulheres e da história dos
quadrinhos a mergulharem nesse mundo de fantasia salpicado com uma boa dose de
realidade. E a fantasia, muitas vezes inspirada na realidade, possa fornecer
aos leitores a possibilidade de repensar nossa dinâmica social. A
responsabilidade de construir uma sociedade realmente igualitária e fraterna é
de todos nós, homens e mulheres, partes integrantes de todo um universo onde as
relações sociais influenciam as ações humanas, para o bem ou para o mal.
3 comentários:
Apreciei muito esse artigo. Gostaria que me fosse permitido compartilhar com outras mulheres pensantes. Um abraço cordial, Maria Carmozina Marques Lemos/SJC/SP
Oi, Maria! Que bom que gostou, Fique a vontade para compartilhar.
Ótimo texto! Tomara ele tenha muitas/os leitoras/es e que elas/eles o divulguem. Abraços, Bia.
Postar um comentário