sábado, 8 de março de 2014

A HISTÓRIA, OS QUADRINHOS E AS MULHERES

Retirado do site Lad's Comics

No dia internacional da mulher, seja por tradição ou por convenção, acabamos sempre enviando uma mensagem de felicitação ou fazendo uma postagem falando sobre o dia, sua origem, coisas do tipo.

Felizmente, eu não preciso esperar o dia 08 de março para isso. Ao longo do ano sempre que posso escrevo algum pequeno texto sobre mulheres e sua participação na história. Não por obrigação (e quem iria me obrigar?), mas pela satisfação de poder falar um pouco sobre essas personagens batalhadoras, famosas ou anônimas que desempenharam em seu tempo papeis diversos e deram sua contribuição, grande ou pequena, para a formação da nossa sociedade.

Acho isso ótimo! Quando pesquiso e escrevo estou reforçando minha identidade feminina, valorizando a minha capacidade produtiva. Que eu atinja duas, duzentas ou duas mil pessoas, isso não importa. Feminista? Não me classifico assim. No entanto, se valorizar o papel da mulher na sociedade e enxergar para todas nós mais do que aquilo que os outros dizem (e aqui nesses outros incluo homens e mulheres) que podemos ter e ser me faz feminista, talvez eu seja então.

Imagem retirado do http://pt.forwallpaper.com/wallpaper/x-men-storm-243115.html

Minha especialidade nos últimos anos, como muitos sabem, tem sido a pesquisa envolvendo quadrinhos (em história e educação). Ultimamente, tenho me dedicado à história das mulheres nos quadrinhos norte-americanos. Minhas leituras já eram direcionadas a esse tema, mesmo antes do mestrado. Por essa razão resolvi tirar alguns minutos (e do tempo do leitor deste blog) para falar um pouco de História, Quadrinhos e Mulheres.

De alguns anos para cá a historiografia dos quadrinhos vem dando crédito e redescobrindo uma legião de mulheres que atuaram - e muitas ainda atuam - na indústria dos quadrinhos pelo mundo.  Nomes antes por mim desconhecidos como o Rose O’Neill, Wilde Weber, June Tarpé Mills, Dale Messick, Nair de Teffé e tantas outras se revelaram verdadeiras heroínas e carne osso, mulheres que triunfaram em um campo onde os homens se dizem hegemônicos.

Criadoras e criaturas, empresárias ou editoras, mulheres que ficaram conhecidas pelo (as) personagens que criaram; personagens femininas que marcaram época e que ainda sobrevivem na imaginação de jovens e adultos, de leitores de todas as idades. Todo um universo cultural vem sendo redescoberto por meio de uma historiografia dos quadrinhos que tem à sua frente pesquisadores e pesquisadores que atravessam fronteiras e nos trazem informações preciosas acerca da história dos meios de comunicação e da história das próprias mulheres.

Imagem retirada do Cocota Net
E não vamos esquecer personagens queridas e imitadas como Mônica, Luluzinha, Mulher Maravilha, Tempestade, Super Girl e Mafalda, nossas garotas fortes, inteligentes, ardilosas, carinhosas e, também elas, muitas vezes injustiçadas. Heroínas ou vilãs, elas representam um pouquinho de cada mulher, seus defeitos, suas qualidades, seus desejos e suas aspirações. 

Que o dia Internacional da Mulher seja um momento de convidar todos àqueles que querem saber um pouco mais da história das mulheres e da história dos quadrinhos a mergulharem nesse mundo de fantasia salpicado com uma boa dose de realidade. E a fantasia, muitas vezes inspirada na realidade, possa fornecer aos leitores a possibilidade de repensar nossa dinâmica social. A responsabilidade de construir uma sociedade realmente igualitária e fraterna é de todos nós, homens e mulheres, partes integrantes de todo um universo onde as relações sociais influenciam as ações humanas, para o bem ou para o mal. 

3 comentários:

Maria Carmozina Marques Lemos disse...

Apreciei muito esse artigo. Gostaria que me fosse permitido compartilhar com outras mulheres pensantes. Um abraço cordial, Maria Carmozina Marques Lemos/SJC/SP

Natania A S Nogueira disse...

Oi, Maria! Que bom que gostou, Fique a vontade para compartilhar.

Anônimo disse...

Ótimo texto! Tomara ele tenha muitas/os leitoras/es e que elas/eles o divulguem. Abraços, Bia.