No primeiro dia de trabalhos do XXVI ENCONTRO NACIONAL DE HISTÓRIA, eu participei do ST sobre História e Quadrinhos, coordenado pela Dra Geisa Fernandes. Tivemos quatro apresentações.
A primeira foi feita por Emília Teles da Silva, "Qu´est-ce que c´est?": O relato autobiográfico e a questão da memória, que examina a questão na narrativa auto-biográfica nos quadrinhos de Fábio Moon e Gabriel Bá. Emília não é da área de história ( é formada em designer), mas fez colocações muito pontuais. O texto da sua apresentação, que eu li, é muito rico. Ela ainda precisa se enquadrar um pouco mais dentro da perspectiva histórica, mas no geral a sua escolha teórica e suas análises estão muito boas. Arisco a dizer que bem melhores do que muitos graduados ou mestrandos em história.
A segunda apresentação foi de Priscila Pereira, com o título: “Todo lo humano es ajeno": sátira política e violência delirante nos quadrinhos de Boogie, o seboso (1972-1983). Um delícia ouvir a apresentação dela, princialmente porque Priscila fala sobre quadrinhos argentinos. Ela nos apresenta um personagem diferente, um universo de quadrinhos novo e um autor que eu não conhecia, mas que agora gostaria de estudar, que foi Roberto Fontanarrosa.
A terceira apresentação foi de Aline Martins dos Santos, O Gesto Profanador: Angeli e seus quadrinhos marginais “autobiográficos”. A pesquisadora trabalha com quadrinhos do Angeli, procurando observar no trabalho deste autor situações que me façam refletir no quadrinho também como gesto e no engajamento, na característica participante, na maneira empenhada, como autoria.
Por fim, tivemos a apresentação de Gustavo Montalvão Freixo, Reflexões da Guerra Fria nas páginas de "V de Vingança". Eu gostei muito do trabalho deste rapaz. Acho que ele tem tudo para desenvolver um boa pesquisa com o tema e com um quadrinho contemporâneo, lido, relido e republicado. Eu, particularmente, acho difícil fazer este tipo de estudo. Prefiro trabalhar com períodos mais distantes e admiro muito quem trabalha temáticas mais atuais sob a perspectiva da história.
Acho que o ST está cumprindo bem o seu papel e o público em si está muito interessado. Aliás, um dado que eu gostaria de colocar: as mulheres estão se destacando tanto na apresentação de trabalhos quando na participação do ST. Cai o mito de que quadrinhos são coisa de "meninos". As "meninas" estão arrasando.
Bom, amanhã tem mais. Aliás, amanhã tem Nair de Teffé, na apresentação que irei fazer no ST. Preparem-se para mais uma página do meu "diário de campo da ANPUH".
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