Eu me lembro de quando terminei a faculdade, em 1992, descobri que poderia fazer cursos de especialização em história. Na época a oferta deste tipo de curso – lato sensu – era ainda bem limitada, principalmente na minha área. Eu teria que ir para outra cidade, possivelmente para a capital, o que tornava a situação um pouco complicada, pois eu precisava trabalhar para me sustentar.
Dois anos depois veio a sonhada oportunidade, na forma de um convênio entre a Universidade Federal de Juiz de Fora e o Governo do Estado. Eu faria uma especialização em história, cujas aulas de concentravam nas férias de julho e janeiro, com carga horária presencial completa. Posso afirmar, sem medo, que foi muito compensador, em vários sentidos. Tanto na minha formação como profissional de ensino quanto no incentivo que recebi para me dedicar à pesquisa.
Atualmente, fazer uma especialização não é tão difícil. Há bons cursos que podem ser feitos nos fins de semana. Há cursos de especialização à distância, que podem possibilitar ao professor ou outro profissional a se capacitar cada vez mais, desenvolvendo habilidades e competências que podem ser fundamentais até na conquista de um novo emprego ou na disputa por uma promoção na empresa.
Existe ainda, infelizmente, um certo preconceito em relação à formação à distância. Muitas pessoas argumentam que cursos de especialização, ou mesmo de graduação, realizados – ao menos em parte – sem a presença do aluno na sala de aula, em frente ao professor, não tem qualidade. Neste ponto eu discordo. Um curso à distância pode ser tão ou mais rígido. Acredito que o resultado depende muito do objetivo de quem se propõe a fazer uma formação à distância, da mesma forma que as expectativas depositadas em um curso presencial podem ou não serem confirmadas.
No caso dos professores, devo ressaltar, a formação deve ser continuada. Apesar da desigualdade salarial e das dificuldades diárias que temos com o trabalho nas salas de aula, a especialização - e depois outros níveis de pós-graduação como mestrado e doutorado - são formas de incentivo e de autoestima. Quanto mais se inverte na formação maior a chance de se alcançar os objetivos profissionais.
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