sexta-feira, 2 de maio de 2008

Escravos em Leopoldina

Hoje eu, Lucilene e Igor fomos à rádio dar uma entrevista sobre o livro Uma viagem no tempo - Leopoldina: povoamento, café e atualidades. Mais tarde, recebi um e-mail do jornalista Luis Otávio Meneghite dizendo que muitas pessoas gostaram de alguns comentários que nós fizemos sobre a escravidão em Leopoldina. Por esta razão vamos disponibilizar alguns trechos do capítulo que trata do assunto, embora, é bom lembrar, que o livro aborda muitos outros aspectos da nossa história em todos eles, sem exceção, são importantes para se conhecer um pouco mais sobre a nossa herança. É importante lembrar, também, que o que estamos oferecendo é uma parte pequenina das grandes possibilidades de pesquisa que Leopoldina oferece. Espero que gostem.

"Leopoldina teve muitos escravos, que trabalhavam nas lavouras de café. Em 1872, a população do nosso município era de 41.886 habitantes, dos quais 15.253 eram escravos e 26.633 livres. Os municípios que possuíam mais escravos eram Juiz de Fora e Leopoldina. Em 1883, Leopoldina já era a segunda cidade com maior número de escravos de Minas Gerais, com 16.001.

Em 1876 nossa cidade possuía 15.253 escravos, passando para 16.001 em 1883. O aumento do número de escravos mostra o tamanho da riqueza produzida pelo café no município, pois o escravo era uma mão-de-obra muito cara. Por essa razão, os nossos senhores de escravos lutaram contra a sua libertação.

Quando não trabalhavam direito, podiam ser castigados de forma cruel, com chicotadas e surras. Muitos de nossos fazendeiros lutaram contra o fim da escravidão, através de nossos representantes políticos na Corte.

Mas nem todos os donos de escravos eram cruéis e nem todos os leopoldinenses defendiam a escravidão. A historiadora Nilza Cantoni nos conta que em Leopoldina havia pessoas que eram contra a escravidão. Um desses casos foi o do José Jeronymo de Mesquita, o Barão do Bonfim, proprietário da Fazenda do Paraíso que, em 15 de abril de 1888, alforriou 182 escravos e os levou para a cidade onde assistiram juntos a uma missa, como homens livres.

Segundo sua biografia, o Barão do Bonfim teria recebido a fazenda Paraíso como presente de casamento de seu avô. A fazenda de café possuía 300 escravos, que eram bem tratados e cujos filhos, inclusive, recebiam aulas. Ele chegou a construir uma sala de música para os escravos aprenderem a tocar instrumentos musicais.

Um dos grandes abolicionistas brasileiros, que morou e trabalhou em Leopoldina, foi o Dr. Antônio Augusto de Lima (1859-1934), jornalista, poeta, magistrado, jurista, professor e político. Nasceu em Congonhas de Sabará (hoje Nova Lima), MG. Foi eleito para a Academia Brasileira de Letras, em 5 de fevereiro de 1903. Foi nomeado promotor do Termo de Leopoldina, e, em 1885, era juiz municipal. Chegou a ser governador de Minas Gerais, em 1895 (na época título de governador correspondia a “presidente do Estado”)."

2 comentários:

Anônimo disse...

LI SEU ESTUDO FEITO SOBRE OS ESCRAVOS, QUE FIZERAM A HISTÓRIA DE LEOPOLDINA, VOCÊ ESTÁ DE PARABÉNS!!! TUDO QUE JÁ LI SOBRE NOSSA CIDADE, EU NÃO SABIA QUE AQUI VIVERAM TANTOS ESCRAVOS. ACHO A HISTORIA DE MINAS GERAIS MUITO IMPORTANTE E LEOPOLDINA FAZ PARTE DESSA HISTORIA.TRABALHO MAGNIFICO DESSE LIVRO E ESSE SITE.UXLMDBJ

Natania A S Nogueira disse...

Muito obrigada! Ainda é muito pouco, mas pretendemos fazer mais. A Lucilene é que é a "mulher dos escravos", ela tem pesquisado muito e, em breve, talvez ela tenha mais novidades.