Alguns
filmes trazem grandes lições em pequenas coisas. Acho que essa frase resume o
que eu senti ao assistir à produção britânica "O menino que descobriu o
vento" (2019), dirigida por Chiwetel Ejiofor, ator de origem
nigeriana, que também é uma das estrelas do filme.
"O menino de encontrou o vento" é a história do
jovem William Kamkwamba, que descobriu um método para criar energia
eólica no meio das terras secas do Malawi, conseguindo dessa forma irrigar as plantações
e salvar sua aldeia da fome. É um filme que mostra como a engenhosidade e
a determinação podem ser ajudar a superar situações adversas com o mérito de
nos apresentar uma África multifacetada: aquela que mantém as tradições, mas que
deseja abraçar a modernidade.
A República do Malawi, lugar que serve de cenário para o filme, é
um país da África Oriental, que faz fronteira com a Tanzânia, Moçambique
e Zâmbia. Sua capital é Lilongwe. É um dos países mais densamente
povoados do mundo, e um dos menos desenvolvidos. Os
idiomas oficiais são o chichewa e inglês. O país sofreu colonização inglesa, no
século XIX. Tornou-se independente em fevereiro de 1963.
"O menino que descobriu o vento" enaltece o valor da
escola em tempos em que estamos enfrentando uma onda conservadora que tende a
diminuir a importância da educação na vida do indivíduo. O filme ainda ressalta
a importância da preservação do meio ambiente, fala de direitos humanos, de
política, e da sabedoria e cultura africanas.
Trata-se
de uma produção midiática com potencial para ser utilizada em diversas
disciplinas, como história, sociologia, geografia, ciências, língua portuguesa
e ensino religioso. Um material como grande potencial multi e
interdisciplinar. As possibilidades de uso são enormes e o resultado,
acredito, tende a ser um aproveitamento do conteúdo muito acima da média
esperada com o uso de materiais didáticos tradicionais, como livro didático, por
exemplo.
O filme, exibido no
69º Festival Internacional de Cinema de Berlim, em
fevereiro de 2019, é baseado no livro de memórias The Boy Who
Harnessed The Wind, de William Kamkwamba e
Bryan Mealer e está disponível na Netflix. Aliás, não custa repetir que a
Netflix tem oferecido ao publico brasileiro a oportunidade de ter contato com
belas produções, de vários países, abrindo a possibilidade de acesso a um
universo cinematográfico muito mais amplo. Eu, particularmente, já assisti
filmes indianos, noruegueses, tchecos e franceses que provavelmente eu jamais
teria conhecido por meio da TV aberta ou mesmo por assinatura que privilegia
produções estadunidenses.
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