Mesquita Hassan II. |
Encerro minhas postagens sobre minhas férias com Casablanca, Marrocos. Mas o que eu fui fazer em Casablanca, no noroeste da África? Acontece que, em busca de passagens mais baratas, eu experimentei viajar este ano pela Royal Air Maroc, com escala em Casablanca. No voo de ida a escala durou cerca de duas horas e meia, mas no retorno foram vinte e uma horas, o que permitiu que eu conhecesse um pouquinho de Casablanca.
Vou começar falando da Royal Air Maroc. O preço das passagens foi bem mais baixo, comparado à outras companhias. A companhia foi pontual, não posso reclamar. O atendimento em terra foi o melhor possível. Por exemplo, em Casablanca, na volta, eu cheguei e fui conduzida para um hotel, onde fiquei muito bem instalada, com direito a jantar de café da manhã por conta da companhia.
Já a aeronave, deixou um pouco a desejar em dois sentido: os banheiros não são bons e meus sapatos pareciam estar grudando no chão. A tripulação, por outro lado, foi atenciosa. Não foi a melhor aeronave na qual voei, em termos de limpeza, mas foi um voo tranquilo e relativamente confortável.
Mininécessaire de plástico com máscara para os olhos e meias que a empresa oferece aos passageiros da classe econômica. |
Na classe econômica recebi um um cobertor, um travesseiro e uma mininécessaire de plástico com máscara para os olhos e meias. Gostei da mininécessaire, nunca tinha ganhado nada mais do que fones de ouvido e cobertores durante a viagem. Aliás, ganhamos fones, também, por sinal de ótima qualidade. As refeições estavam muito boas, também, e havia bebidas a vontade, como vinho, café, chá e refrigerantes. Achei interessante que a sobremesa sempre vinha acompanhada de uma barra de chocolate. Eu guardei as minhas e ainda ganhei as dos meus colegas de viagem.
Eu confesso que meu maior medo era em relação à minha bagagem. Casablanca não tem uma fama muito boa, sendo famosa pelos extravios. Mas correu tudo bem. E ainda posso dizer que foi a empresa que melhor cuidou da minha bagagem: minhas malas foram embaladas e chegaram sem um arranhão e com o conteúdo intacto, o que não posso falar de outras empresas aéreas: todo ano eu tenho uma mala quebrada ou rasgada quando viajo para a Europa.
Com as amigas Ana Cristina e Hanna (ao fundo) numa loja que vende artigos típicos marroquinos no aeroporto de Casablanca, durante a primeira escala, indo para Portugal. |
Se me perguntarem se eu viajaria de novo pela Royal Air Maroc, eu diria que sim. Somando prós e contras, é uma companhia confiável. Mas deixo um alerta: apesar de eu não ter tido problemas no aeroporto, não aconselho muitos sorrisos com os funcionários, principalmente da imigração, e especialmente se você for mulher. Eu ouvi relatos de várias brasileiras que encontrei por lá que não foram nada animadores. A polícia de fronteira de Casablanca não é muito simpática com mulheres, principalmente as que viajam sozinhas.
Sobre o aeroporto de Casablanca, uma coisa que me chamou a atenção é a diversidade étnica. Pessoas vestidas com trajes típicos, exóticos e lindos. Minha vontade era fotografar cada um, principalmente as mulheres, mas eu me contive, pois não sabia qual seria a reação dos fotografados. E eu não estava errada! Em Casablanca passamos por um incidente justamente porque uma colega de viagem brasileira achou que seria interessante fotografar um policial: vai por mim, NUNCA FAÇA ISSO.
Vista da janela do meu quarto de hotel, em Casablanca, onde fiquei hospedada por uma noite, cortesia da companhia aérea para os passageiros com longas escalas. |
Outra coisa foram os preços dos produtos que eram todos em euro. Aliás, todas as transações que eu fiz foram em euro. A moeda oficial do país, o Dirrã marroquino, não é muito usada pelos estrangeiros. Nem vale a pena ir a uma loja de câmbio se você for fazer como eu e ficar apenas um dia. No entanto, se sua viagem for durar mais tempo, sempre é bom ter um pouco da moeda local em mãos. Se for esse o caso, o mais seguro é fazer o câmbio no aeroporto, pois lá eles não cobram taxa de serviço.
É surpreendente a quantidade de brasileiros que viaja via Marrocos para a Portugal e outros países africanos. No hotel eu encontrei brasileiros de todas as partes. Desisti de falar em francês, porque praticamente só se ouvia pessoas conversando em português. E não foi difícil fazer amizades e ter companhia para passear em Casablanca.
Eu, Laís e Lívia (ou seria Lívia e Laís?) |
Eu conheci, entre outras pessoas, duas gêmeas, Laís e Lívia, que estavam retornando de Portugal, depois de passarem uma temporada por lá, fazendo trabalho social com idosos. Não apenas elas, na viagem eu encontrei vários estudantes que passaram as férias se dedicando a ajudar os outros, em missões religiosas ou participando de programas humanitários. Espero que, voltando ao Brasil, eles continuem fazendo isso, pois Deus sabe quantos brasileiros precisam de quem lhes estenda a mão.
Uma curiosidade: uma das gêmeas vai ser aluna este ano de um ex-aluno meu aqui de Leopoldina (MG), que é professor na UFOP. Loucura, né? Mundinho pequeno esse! As duas foram minhas companheiras de aventuras em Marrocos.
Pedacinho da Mesquita Hassan II, porque nem filmando dá pra mostrar ela toda. É uma construção monumental. |
Como nosso voo só iria sair a tarde, nós tomamos o café da manhã e combinamos com um taxista de nos levar para conhecer a cidade. Na porta do hotel havia vários taxista que, por cinquenta euros, levam os turistas para conhecer a cidade. O passeio dura três horas e é suficiente para ir conhecer a principal atração de Casablanca: a Mesquita Hassan II.
Do hotel até a Mesquita foram mais ou menos uma meia hora de carro, só que nós saímos um pouco tarde, então não pudemos ficar muito tempo passeando. No caminho, passamos pela orla, muito bonita por sinal. O taxista até insistiu que parássemos para passear na praia mas, como eu disse, o tempo era curto.
A Mesquita Hassan II foi inaugurada em 1993 é o mais alto templo do mundo e a segunda maior mesquita do mundo, perdendo só para Meca. Ela tem uma sala de orações com capacidade para acolher 25 mil fiéis. É uma das poucas mesquitas do mundo que permite a entrada de não muçulmanos, pena que eu não tinha tempo suficiente para fazer o passeio completo. Aliás, só andar do lado de fora da mesquita já foi um desafio.
O passeio em Casablanca, no final das contas foi um bônus. Eu gostei muito, apesar de ter ficado apreensiva em alguns momentos, até por conta das histórias que eu ouvi de outras brasileiros. Mas, no final deu tudo certo e chegamos ainda a tempo de pegar o transfer para o aeroporto.
Uma curiosidade: só entra no aeroporto quem vai viajar. Há uma fila enorme na entrada principal, onde os passageiros mostram obrigatoriamente a passagem e o passaporte. A bagagem também passa por inspeção. O policiamento é intenso e chega até a assustar um pouco. Acho que nunca tive que mostrar meu passaporte tantas vezes durante toda a viagem. O resto da viagem foi super tranquila. O avião saiu na hora e eu tive ótimos colegas de viagem, com quem conversei bastante.
Agora é começar a juntar os trocados para as férias de 2019!
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