Poderia citar mais uma dezena dessas adaptações, nos mais diversos gêneros, como fantasia, terror e aventura. No caso de "O Som da Magia", a adaptação não apenas foi muito feliz como ultrapassou qualquer expectativa que e tivesse anteriormente.
Para começar, a escolha do elenco foi muito boa. Os protagonistas, os antagonistas e o elenco de apoio foram excelentes. E olhem que não sou muito fã de Ji Chang-wook mas acho que o ator se desafiou, fugindo um pouco dos papéis de ação e das comédias românticas que lhe são característicos. Além disso, ele canta e dança muito bem, pelo menos o suficiente para cumprir satisfatoriamente seu papel na série.
A trilha sonora e as coreografias também foram um destaque, afinal, é um musical. As Melodias são muito bonitas, arranjos musicais de qualidade e cantores competentes. Foi o primeiro musical sul-coreano que eu assisti e não deixa a desejar aos musicais da Disney, por exemplo. Mas se a música e a dança são a marca registrada do programa, ele não se reduz a isso. Na verdade, essa série mergulha num tema muito profundo, que é a passagem da adolescência para a vida adulta e as escolhas que os jovens têm que fazer.
No caso da Coreia do Sul isso envolve uma série de fatores que não nos são tão comuns. Por exemplo, cobra-se a excelência dos jovens. Essa cobrança retira deles parte da juventude, estimula comportamentos como o bullying e mesmo o suicídio. A pobreza, a pressão da família, o ambiente por vezes hostil da escola, as cobranças duras da vida. Tudo isso e um pouco mais serve de pano de fundo para uma história que aquece o coração.
Na trama temos um mágico Lee Eul, interpretado por Ji Chang-wook, que vive em um parque de diversões abandonado. Ele entra na vida de dois estudantes do ensino médio, Yoon Ah-yi (Joo Ye-rim) e Na Il-deung (Hwang In-youp). Os três compartilham histórias pessoais repletas de dor e tristeza e aprendem juntos a superar suas dificuldades.
É uma história que traz uma crítica social muito forte, na qual questiona-se a interferência da família nas escolhas dos filhos e a forma como isso pode levar ao desenvolvimento de distúrbios psicológicos e mesmo alienação social. Aliás, uma das partes que eu mais gostei foi justamente quando o jovem Na Il-deung percebe que aqueles que são incompreendidos pelas suas escolhas, classificados como loucos ou alienados, são justamente aqueles que desafiaram os paradigmas sociais e buscaram outros caminhos.
Uma história muito bonita, bem construída e com o uma carga, psicológica, sociológica e filosófica muito grande. Esse k-drama tem apenas seis episódios, mas que poderia ter mais, sem dúvida, sem perder a qualidade. Recomendo a quem quer assistir algo diferente.
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